O Santander Brasil registrou lucro líquido
gerencial de R$ 3,902 bilhões no terceiro trimestre, superando a
expectativa do mercado. O resultado representa um aumento de
83% no trimestre e de 5,3% em relação ao mesmo período do ano
passado.
A expectativa para o lucro do Santander Brasil já era alta antes
da divulgação do balanço, o banco conseguiu superá-la.
Os resultados do
Santander (BOV:SANB3) (BOV:SANB4)
(BOV:SANB11) referente a suas operações do
terceiro trimestre de 2020, foram divulgados no dia
27/10/2020.
Com esse resultado, o Santander precisou de apenas um trimestre
para retomar os níveis de rentabilidade do pré-crise — ou seja, uma
verdadeira recuperação em “V”.
No acumulado nos 9 meses do ano, porém, o lucro do banco ainda
segue em patamar abaixo do registrado em 2019. O lucro líquido
societário soma R$ 9,611 bilhões, valor 7,9% menor em relação ao
mesmo período do ano passado. Já o lucro gerencial soma R$ 9,891
bilhões, uma queda de 8,65%.
O retorno sobre o patrimônio líquido médio do banco (ROAE, na
sigla em inglês) foi de 21,2% no terceiro trimestre deste ano,
pouco acima dos 21,1% do mesmo período de 2019.
O lucro societário do Santander ficou em R$ 3,811 bilhões entre
julho e setembro, com elevação de 5,6% ante igual intervalo de
2019.
→ O Banco Santander é um banco internacional com escala no
Brasil, sendo o terceiro maior banco privado. Seu foco é varejo,
possuindo cerca de R$ 857,5 milhões em ativos. O banco possui
R$ 263 bilhões de valor de mercado.
Confira a Análise completa da empresa com informações
exclusivas.
As receitas de prestação de serviços e tarifas bancárias
atingiram R$ 4,746 bilhões, com queda anual de 0,1%. No trimestre,
houve alta de 15,7%. As despesas gerais totalizaram R$ 5,375
bilhões, com alta de 2,2% em um ano ano e de 3,6% no trimestre.
As despesas líquidas com provisões para devedores duvidosos
(PDD) ficaram em R$ 2,916 bilhões, com queda de 12,5% ante o
trimestre anterior e alta de 3,4% em relação ao terceiro trimestre
de 2019.
O Santander Brasil informou que sua margem financeira bruta foi
de R$ 12,432 bilhões no terceiro trimestre, com alta de 6,5% na
comparação com o mesmo período do ano passado e queda de 8,7% em
relação ao trimestre imediatamente anterior.
A margem com clientes foi de R$ 10,533 bilhões, com queda de
4,5% na comparação trimestral. Dentro dessa linha, a margem com
produtos caiu 4,4%, a R$ 10,207 bilhões, enquanto a margem com
capital de giro próprio encolheu 7,0%, a R$ 326 milhões. O volume
médio ficou em R$ 397,081 bilhões, com alta trimestral de 1,3%, mas
o spread caiu 0,7 ponto porcentual, para 10,2%.
Já a margem de operações com o mercado ficou em R$ 1,899 bilhão,
com queda trimestral de 26,7%.
“Em três meses, a margem financeira bruta apresentou queda de
8,7%, impactada pela redução tanto da margem com clientes quanto da
margem com mercado. A margem com clientes reduziu 4,5%, decorrente
da menor receita de capital de giro próprio e de margem de
produtos, impactadas pelos spreads e efeito mix”, diz o
Santander.
Crédito acelera
A queda nas despesas com provisões para calotes em consequência
da crise do coronavírus ajudou no resultado do Santander. A chamada
PDD ficou em R$ 2,916 bilhões, um recuo de 55% no trimestre e de
7,5% na comparação com o mesmo período do ano passado.
Com crise e tudo, o Santander manteve o pé no acelerador no
crédito. O saldo da carteira de financiamentos do banco atingiu R$
491 bilhões, um crescimento de 20,2% em 12 meses e 5,3% em relação
ao trimestre anterior.
O destaque ficou com as operações com pequenas e médias
empresas, que avançaram 14,6% no trimestre e 40,5% em relação a
setembro do ano passado.
O índice de inadimplência na carteira de crédito do Santander
segue controlado e fechou o terceiro trimestre em 2,1%, uma queda
de 0,3 ponto percentual no trimestre e de 0,9 ponto em 12
meses.
Santander exporta maquininhas da Getnet para Argentina
Depois do Chile, o Santander levou o seu negócio de maquininhas
do Brasil, concentrado na Getnet, para a Argentina, informa o banco
espanhol, em relatório que acompanha suas demonstrações globais. O
presidente do Santander Brasil, Sergio Rial, já havia antecipado o
movimento de expansão internacional no início do ano, que engloba
ainda o ingresso no mercado mexicano de pagamentos. “Continuamos
exportando o modelo do Brasil de adquirência para outros países. Na
Argentina, já lançamos a Getnet”, enfatiza o Santander, em seu
balanço global.
Além de exportar sua empresa brasileira de maquininhas, o banco
espanhol também conseguiu uma licença bancária para o Openbank,
braço digital do grupo, na Argentina. O banco central argentino deu
seu aval em julho último.
Quanto ao Brasil, o banco cita o lançamento do Santander SX, que
conecta com o sistema de pagamentos instantâneos do Banco Central,
o PIX. Em outra frente, seguiu com a expansão do Prospera, seu
programa de microcrédito, no Uruguai e, conforme o banco, estão
sendo feito estudos mais detalhados da sua implementação para
outras regiões.
O Santander informa ainda que adquiriu uma plataforma digital de
financiamento de veículos no Peru e abriu a Sumo no Chile, uma
agência digital. Ainda no mercado chileno, o banco seguiu debruçado
na abertura de contas e em cartões pré-pagos.
Santander Brasil vai pagar R$ 1 bilhão em juros sobre capital
próprio
O banco Santander Brasil aprovou a remuneração aos acionistas e anunciou o
pagamento de juros sobre capital próprio. O valor total bruto
chega a R$ 1 bilhão. Após deduzido o valor relativo ao
Imposto de Renda Retido na Fonte (IRRF), o montante líquido é de R$
850 milhões.
TELECONFÊRENCIA
Angel Santodomingo, vice-presidente executivo e de Relações com
Investidores do banco, disse na Teleconfência que o banco não
deve realizar mais provisões extraordinárias como feito frente à
pandemia do novo Coronavírus.
Segundo Santodomingo, o banco “está confortável com a robustez
do balanço, o que inclui as provisões
extraordinárias feitas no segundo trimestre”.
“Não esperamos fazer nenhum outro tipo de provisões
extraordinárias. No que se refere ao índice de cobertura,
temos os R$ 3,2 bilhões provisionados de forma extraordinária no
segundo trimestre, mas também provisionamos R$ 3 bilhoes no quarto
trimestre de 2019. Acho que temos um balanço bem robusto e forte,
mas temos que aguardar para ver como as coisas vão evoluir, as
tendências econômicas do País. Estamos confortáveis, tanto em
relação a cobertura como as provisões”, afirmou o executivo.
Em resposta a pergunta de um analista, Santodomingo disse que
o índice de cobertura de 307% lhes parece conservador.
“Pra nós, o índice de cobertura é um resultado, não temos que
atingir um nível específico, depende de como classificamos nossas
carteiras e como as gerimos”, disse.
O executivo pontuou que esse processo depende “não apenas em
relação às necessidades regulatórias, mas também de acordo com
nossos modelos de risco”. Para ele, o atual índice de cobertura,
que é a razão entre as reservas financeiras e as despesas mensais,
está em um patamar elevado.
Sendo o primeiro dos cinco maiores bancos do brasil a mostrar
seus números do terceiro trimestre,
o Santander demonstra uma forte
recuperação da tendência de rentabilidade do setor.
VISÃO DE MERCADO
BB Investimentos
“Apesar de acreditarmos que os resultados dos próximos
trimestres possam ser menos pujantes por conta de uma inadimplência
maior do que se espera, estruturalmente entendemos que o Santander
vem fazendo um bom trabalho”, disse Rafael Reis, que assina o
relatório do BB Investimentos
Segundo Reis, a tese positiva do Santander se baseia no manejo
do mix de crédito, na diversificação das receitas de serviços, na
expansão das marcas digitais e na presença geográfica do nome. Além
disso, as ações do setor bancário estão bem atraentes.
“As ações dos bancos em geral estão demasiadamente
descontadas, o que deu uma motivação adicional para a valorização
observada neste mês, um movimento que deve continuar”, afirmou
Reis.
BB Investimento mantém recomendação de compra com preço-alvo de
R$ 44,00 para o final de 2021.
BTG Pactual
Sim, o cenário melhorou para os bancos brasileiros nos últimos
meses. As medidas governamentais foram eficazes na redução dos
custos trabalhistas e do pagamento de salários. O governo e o Banco
Central também agiram em tempo hábil para lançar programas de ajuda
financeira para pessoas físicas e pequenas e médias empresas (como
o Coronavoucher) e aumentar a liquidez do sistema financeiro, e a
taxa de juros Selic em nível historicamente baixo também foi
importante para reduzir os níveis de serviço da dívida. As
expectativas de PIB aumentaram e um recente teste de estresse do
Banco Central indica um cenário muito menos assustador. Isso,
juntamente com melhores resultados reportados por bancos dos EUA,
justifica uma recuperação recente.
Após uma apresentação anormalmente forte no 2T, os ganhos da
tesouraria caíram 27% para R$ 1,9 bilhão, um nível ainda alto, mas
mais normalizado. No total, a NII total (incluindo recuperações)
caiu ~ 9% t/t, quase 5% abaixo de nossa estimativa. Os bancos estão
sofrendo com seus NIMs (spreads) em todo o mundo, o que parece ser
um problema estrutural.
É justo dizer que o regulador brasileiro é um dos mais ativos
globalmente, e as implementações da agenda do Banco Central, que
inclui o sistema de pagamento instantâneo PIX e o open banking,
provavelmente irão adicionar mais pressão, além de aumento da
competição e da Selic baixa. Dito isso, e embora as receitas de
serviços do Santander tenham ficado estáveis no 3T, vimos uma
recuperação t/t mais forte do que a esperada de 16%.
As tendências para a receita líquida permanecem desafiadoras,
para dizer o mínimo, embora tendemos a ver o Santander como um
outperformer devido ao seu tamanho menor. As despesas de
provisionamento no 3T também estão em níveis pré-COVID-19, o que
tendemos a ver com sentimentos contraditórios. Sim, a ação estava
barata e vemos a recente alta como justificada, mas não ficaríamos
surpresos em ver algum lucro sendo realizado no curto prazo.
Nossa principal ferramenta de valuation para os bancos da
América Latina é o modelo de crescimento de Gordon, que trabalha
com níveis de lucratividade, custo de capital e taxas de
crescimento esperadas.
BTG Pactual tem recomendação neutra para Santander com
preço-alvo de R$ 37,00…
Eleven Financial
Para os analistas da Eleven, o forte resultado ainda não foi
impactado pela inadimplência devido às renegociações, porém a
inadimplência de curto prazo já registrou um aumento de 0,40 p.p no
trimestre. Um novo ciclo de inadimplência deverá se iniciar no
1T21e apesar de acreditarmos que será menos intenso do que ciclos
anteriores, ainda mantemos cautela até ver o real impacto da
inadimplência no portfólio do Santander.
A Eleven mantém a recomendação neutra do Santander com
preço-alvo de R$ 38,00.
Guide Investimentos
Para Luiz Sales, analista de empresas, o Impacto é
Positivo. Mostrando grande recuperação entre os trimestres, os
Santander surpreendeu a expectativa do mercado com fortes
números.
Safra
Os números do Santander chamaram a atenção do Safra, no
entanto. Segundo o banco, o balanço demostra um recuperação em “V”,
com lucro 28% acima da estimativa.
“O banco transmitiu uma indicação muito otimista de que o pior
ficou para atrás, com a redução das provisões para perdas com
empréstimos”, afirmaram os analistas Luis F. Azevedo e Silvio
Dória.
As despesas operacionais também surpreenderam a dupla, atingindo
R$ 7,863 bilhões, queda de 5,4% em relação ao ano anterior.
“Olhando para as despesas operacionais de caixa, elas ficaram
quase em linha com o previsto, atingindo R$ 5,375 bilhões”,
pontuaram.
A receita de cartões físicos disparou 17,6% e foi considerado
pelo Safra o principal destaque do trimestre, com a retomada do
consumo puxando a alta.
Safra mantém recomendação de compra, com preço alvo de R$
46,00.
Embora consideremos as provisões ainda não normalizadas, temos
agora mais visibilidade de uma possível redução sequencial dos
níveis de provisionamento para os bancos incumbentes, o que deve
aumentar o potencial para os bancos brasileiros e possíveis
reavaliações de múltiplos. Mantemos nossa recomendação neutra e
preço-alvo de R$ 32,00.
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SANTANDER BR (BOV:SANB11)
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