Bradesco, fundado em 1943, é o maior banco privado do Brasil,
possuindo mais de 71 milhões de clientes em mais de 4,6 mil
agências pelo país. O banco possui valor de mercado de R$ 176
bilhões. Confira a Análise completa da empresa com informações
exclusivas.
A carteira de crédito no período foi
de R$ 664 bilhões, um crescimento de 11,7% sobre o obtido nos 12
meses anteriores. O crédito foi ampliado em 9,6% no segmento de
pessoa física e em 12,9% para pessoa jurídica na mesma base de
comparação.
A desaceleração no crédito foi puxada pela carteira de empresas,
que recuou 1% no trimestre. Nas linhas para pessoas físicas, o
Bradesco registrou aumento de 3,1% em relação ao saldo de junho
deste ano.
O ritmo mais lento acabou se refletindo na margem financeira, a
linha do balanço que inclui as receitas com crédito, descontados os
custos de captação.
Na comparação com o terceiro trimestre do ano passado, a margem
registrou alta de 3,5%, mas em relação ao período de abril a junho
deste ano, houve uma queda de 8,4%, para R$ 15,288 bilhões.
Já a receita de prestação de serviços,
como manutenção de conta corrente e demais tarifas
bancárias, ficou em 8,121 bilhões, um recuo de 3,6% ante R$ 8,423
bilhões apresentados no mesmo período do ano passado.
A instituição financeira informou que o Retorno Anualizado
sobre o Patrimônio Líquido Médio (ROAE) auferido no terceiro
trimestre foi de 15,2%.
“O ótimo desempenho do resultado operacional do trimestre é
reflexo das menores despesas com PDD, que apresentaram queda de
37,1%, mesmo com a constituição de R$ 2,6 bilhões de provisões
relacionadas ao cenário econômico adverso”, apontou o
documento.
O resultado das operações de seguros, previdência e
capitalização ficou em R$ 3,131 bilhões no terceiro trimestre, com
queda de 17,1% em relação ao segundo trimestre e de 9,8% na
comparação com o mesmo período de 2019.
Os gastos do banco para proteger o balanço contra o aumento nos
calotes atingiram R$ 5,588 bilhões no terceiro trimestre. Trata-se
de um recuo de 37,1% no trimestre, mas ainda assim as provisões são
67,5% maiores do que no mesmo período do ano passado.
O Bradesco voltou a adotar postura conservadora diante das
incertezas sobre a evolução da crise. O segundo banco privado do
país fez, no terceiro trimestre, mais um reforço em suas provisões
contra perdas no crédito, apontando um “cenário de aumento da
inadimplência em 2021”.
A nova rodada de provisões foi de R$ 2,6 bilhões — inferior ao
patamar do primeiro e do segundo trimestres, quando foram
constituídos, respectivamente, R$ 2,7 bilhões e R$ 3,8 bilhões.
Ainda assim, contribuiu para elevar o índice de cobertura para
398,2%, o maior da história do Bradesco. O indicador mede a relação
entre as reservas contra devedores duvidosos e o saldo da carteira
com atraso superior a 90 dias.
Enquanto tenta se proteger do aumento da inadimplência, o
Bradesco prepara medidas para reduzir custos. O banco fechou 372
agências no terceiro trimestre, depois de já ter encerrado 311
unidades na primeira metade do ano. A instituição provisionou R$
483 milhões, entre julho e setembro, relativos a uma reestruturação
na rede de atendimento. O banco também começou a fazer demissões.
Foram 853 cortes no terceiro trimestre.
As despesas operacionais totalizaram R$ 11,724 bilhões entre
julho e setembro, com alta de 2,3% em relação ao segundo trimestre
e queda de 5,7% na comparação com o terceiro trimestre de 2019. As
receitas de serviços somaram R$ 8,121 bilhões, com alta de 6,5% no
trimestre, refletindo a reabertura gradual da economia. Houve queda
de 3,6% frente ao mesmo período do ano passado.
Teleconferência
O processo de fechamento de agências continuará ao longo de
2021, mas em um ritmo menor do que neste ano, afirmou o presidente
do Bradesco, em teleconferência com a imprensa para comentar o
balanço do terceiro trimestre.
O Bradesco também reduzirá o quadro de funcionários, mas Lazari
não falou em demissões. “O banco tem um turnover (saída) de 7 mil
pessoas por ano, então é só não admitirmos que o ajuste é natural”,
disse.
Para arcar com os custos relacionados aos cortes, o banco fez
uma provisão de quase R$ 500 milhões no balanço do terceiro
trimestre.
A redução das despesas contribuiu para que o lucro ficasse acima
do esperado pelo mercado. Essa tendência deve continuar nos
próximos balanços. “Os custos do banco certamente vão cair em
termos nominais em 2020 e 2021”, disse Lazari.
A rentabilidade do Bradesco também subiu no trimestre e ficou em
15,2%. A expectativa de Lazari é que os níveis de retorno continuem
melhorando e voltem aos níveis de 2019 no ano que vem.
VISÃO DO MERCADO
BTG Pactual