O Bradesco reportou lucro líquido de R$ 5,031 bilhões cerca de 15% acima da média de estimativas de analistas. O resultado ainda é 23,1% menor que o do mesmo período de 2019, mas representa um avanço de 29,9% no trimestre.

Os resultados da Bradesco (BOV:BBDC3) (BOV:BBDC4) referente a suas operações do segundo trimestre de 2020, foram divulgados no dia 28/10/2020.

Bradesco, fundado em 1943, é o maior banco privado do Brasil, possuindo mais de 71 milhões de clientes em mais de 4,6 mil agências pelo país. O banco possui valor de mercado de R$ 176 bilhões. Confira a Análise completa da empresa com informações exclusivas.

carteira de crédito no período foi de R$ 664 bilhões, um crescimento de 11,7% sobre o obtido nos 12 meses anteriores. O crédito foi ampliado em 9,6% no segmento de pessoa física e em 12,9% para pessoa jurídica na mesma base de comparação.

A desaceleração no crédito foi puxada pela carteira de empresas, que recuou 1% no trimestre. Nas linhas para pessoas físicas, o Bradesco registrou aumento de 3,1% em relação ao saldo de junho deste ano.

O ritmo mais lento acabou se refletindo na margem financeira, a linha do balanço que inclui as receitas com crédito, descontados os custos de captação.

Na comparação com o terceiro trimestre do ano passado, a margem registrou alta de 3,5%, mas em relação ao período de abril a junho deste ano, houve uma queda de 8,4%, para R$ 15,288 bilhões.

Já a receita de prestação de serviços, como manutenção de conta corrente e demais tarifas bancárias, ficou em 8,121 bilhões, um recuo de 3,6% ante R$ 8,423 bilhões apresentados no mesmo período do ano passado.

A instituição financeira informou que o Retorno Anualizado sobre o Patrimônio Líquido Médio (ROAE) auferido no terceiro trimestre foi de 15,2%.

“O ótimo desempenho do resultado operacional do trimestre é reflexo das menores despesas com PDD, que apresentaram queda de 37,1%, mesmo com a constituição de R$ 2,6 bilhões de provisões relacionadas ao cenário econômico adverso”, apontou o documento.

O resultado das operações de seguros, previdência e capitalização ficou em R$ 3,131 bilhões no terceiro trimestre, com queda de 17,1% em relação ao segundo trimestre e de 9,8% na comparação com o mesmo período de 2019.

Os gastos do banco para proteger o balanço contra o aumento nos calotes atingiram R$ 5,588 bilhões no terceiro trimestre. Trata-se de um recuo de 37,1% no trimestre, mas ainda assim as provisões são 67,5% maiores do que no mesmo período do ano passado.

O Bradesco voltou a adotar postura conservadora diante das incertezas sobre a evolução da crise. O segundo banco privado do país fez, no terceiro trimestre, mais um reforço em suas provisões contra perdas no crédito, apontando um “cenário de aumento da inadimplência em 2021”.

A nova rodada de provisões foi de R$ 2,6 bilhões — inferior ao patamar do primeiro e do segundo trimestres, quando foram constituídos, respectivamente, R$ 2,7 bilhões e R$ 3,8 bilhões. Ainda assim, contribuiu para elevar o índice de cobertura para 398,2%, o maior da história do Bradesco. O indicador mede a relação entre as reservas contra devedores duvidosos e o saldo da carteira com atraso superior a 90 dias.

Enquanto tenta se proteger do aumento da inadimplência, o Bradesco prepara medidas para reduzir custos. O banco fechou 372 agências no terceiro trimestre, depois de já ter encerrado 311 unidades na primeira metade do ano. A instituição provisionou R$ 483 milhões, entre julho e setembro, relativos a uma reestruturação na rede de atendimento. O banco também começou a fazer demissões. Foram 853 cortes no terceiro trimestre.

As despesas operacionais totalizaram R$ 11,724 bilhões entre julho e setembro, com alta de 2,3% em relação ao segundo trimestre e queda de 5,7% na comparação com o terceiro trimestre de 2019. As receitas de serviços somaram R$ 8,121 bilhões, com alta de 6,5% no trimestre, refletindo a reabertura gradual da economia. Houve queda de 3,6% frente ao mesmo período do ano passado.

Teleconferência

O processo de fechamento de agências continuará ao longo de 2021, mas em um ritmo menor do que neste ano, afirmou o presidente do Bradesco, em teleconferência com a imprensa para comentar o balanço do terceiro trimestre.

O Bradesco também reduzirá o quadro de funcionários, mas Lazari não falou em demissões. “O banco tem um turnover (saída) de 7 mil pessoas por ano, então é só não admitirmos que o ajuste é natural”, disse.

Para arcar com os custos relacionados aos cortes, o banco fez uma provisão de quase R$ 500 milhões no balanço do terceiro trimestre.

A redução das despesas contribuiu para que o lucro ficasse acima do esperado pelo mercado. Essa tendência deve continuar nos próximos balanços. “Os custos do banco certamente vão cair em termos nominais em 2020 e 2021”, disse Lazari.

A rentabilidade do Bradesco também subiu no trimestre e ficou em 15,2%. A expectativa de Lazari é que os níveis de retorno continuem melhorando e voltem aos níveis de 2019 no ano que vem.

VISÃO DO MERCADO
BTG Pactual 
No geral, foi um trimestre decente, principalmente se levarmos em consideração o cenário. Embora ainda acreditemos que a visibilidade para inadimplências é baixa, é justo dizer que o ambiente melhorou, o que nos dá mais confiança para assumir provisões mais baixas nos próximos trimestres. Só isso deve elevar as expectativas de lucros para 2020/21. Por outro lado, pressões adicionais provenientes do NIM / receitas de serviços devem compensar qualquer melhora relevante nas expectativas de ROE no médio prazo, que no final das contas, é o que tende a impactar mais o valuation. A ação, no entanto, permanece atraente e, apesar de nossas preocupações estruturais com o setor bancário, nosso rating de Compra permanece em vigor.
BTG Pactual mantém recomendação de compra com preço-alvo de R$ 28,00…

Credit Suisse

O Credit Suisse aponta que o resultado do Bradesco é neutro para o papel com o lucro superando o consenso, mas com uma composição dos resultados pior do que esperado já que lucro pré-provisão veio 7% abaixo das estimativas do banco, com uma Margem financeira bruta (NII) mais fraca, assim como o resultado da seguradora, compensados na parte de provisões que foram melhores do que esperado.

Com o aumento das renegociações dos empréstimos causando um pouco de preocupação à primeira vista, os analistas destacam queda de 20% em NPL incluindo renegociações e uma performance positiva dos ativos saudáveis dos portfolios renegociados continuam a apoiar essa redução no custo do risco.

“O Bradesco também já demonstrou bastante disciplina na performance de gastos, algo que devemos continuar vendo, já que o banco deve continuar a reduzir e otimizar sua rede de distribuição”, avaliam.  O segmento corporativo continua impulsionando crescimento e houve uma desaceleração do varejo.

Eleven Financial

Para os analistas da Eleven, o lucro do 3T20 ainda não foi impactado pela inadimplência devido às renegociações, mas o Bradesco é um dos bancos mais capitalizados. O Bradesco é a preferência da Eleven no setor de bancos, sendo assim, mantém a recomendação de compra, com preço-alvo de R$ 30,00…

Guide Investimentos

Luis Sales, analista de empresas, diz que o Impacto é Positivo. O Bradesco surpreendeu a expectativa do mercado com seus resultados. Além de um forte lucro líquido, impulsionado pela redução com despesas de PDD, que ainda segue bastante elevadas, o banco apresentou crescimento da receita de serviços e aceleração de sua estratégia digital.

XP Investimentos 

Para o analista Marcel Campos, da XP Investimentos, os destaques do resultado foram: i) menor custo de crédito, uma vez que as recuperações vieram acima das expectativas e houve redução de provisões; ii) maiores receitas de serviços, dado que o banco se beneficiou de um maior nível de atividade econômica no trimestre; e iii) custos surpreendentemente controlados, uma vez que o banco manteve seus custos estáveis ​​no trimestre, embora o segundo trimestre tenha sido um período de menor atividade.

Por outro lado, : i) a margem financeira do banco surpreendeu negativamente caindo 8% na base trimestral, embora os ativos rentáveis tenham crescido 7% no mesmo período, devido a uma queda de 72 pontos-base na margem financeira sobre os ativos rentáveis (NIM); e ii) um número mais normalizado de sinistros e resultados financeiros deterioraram a operação de seguros que, apesar disso, acreditamos que a seguradora ainda se beneficia da baixa utilização pelos clientes.

“No geral, temos uma visão positiva e de alta qualidade para os resultados, pois não acreditamos que a margem financeira com o mercado e a sinistralidade de seguros do segundo trimestre sejam sustentáveis. No entanto, o sinal do banco sobre possíveis menores provisões pode tornar as estimativas de mercado conservadoras, implicando em um P/L de 2021 atraente”, aponta o analista.

O banco divulgou quatro análises positivas sobre a qualidade dos ativos, destaca o analista: i) índice de inadimplência entre 15 e 90 dias estável; ii) modelos de risco indicando que provisões podem diminuir; iii) índice de cobertura acima de 90 dias em ~400%; e iv) sinais positivos para as operações prorrogadas.

A XP ainda ressalta que, ao contrário do Santander, o índice de inadimplência entre 15-90 dias do Bradesco ficou estável em 2,6%, o que o analista avalia ser um bom sinal, pois 75% das operações prorrogadas já foram realizadas e estão em situação regular (com 98% em dia).

XP Investimentos reitera recomendação de compra para o Bradesco com preço-alvo de R$ 27,00.

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