A Usiminas reverteu o prejuízo e reportou lucro líquido de R$ 198 milhões no terceiro trimestre. No mesmo período de 2019, as perdas foram de R$ 139 milhões. Os bons resultados recentes são animadores para o segmento industrial. Persiste, no entanto, o risco de uma segunda onda de infecção que poderia levar a novas medidas de controle da disseminação da covid-19.

Os resultados da Usiminas (BOV:USIM3) (BOV:USIM5) (BOV:USIM6) referente a suas operações do segundo trimestre de 2020, foram divulgados no dia 29/10/2020.

Ebitda – lucro antes de antes de juros, impostos, depreciação e amortização –atingiu R$ 826 milhões no terceiro trimestre, uma alta de 81% no comparativo com o mesmo período de 2019. No acumulado do ano, o indicador chegou a R$ 1,56 bilhão, um aumento de 5%. A margem Ebitda ficou em 19% no terceiro trimestre deste ano.

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A receita líquida somou no terceiro trimestre R$ 4,4 bilhões, superior em 80,7% em relação ao segundo trimestre, devido aos resultados positivos que a Usiminas registrou em suas unidades de Siderurgia, Mineração e Transformação de Aço.
O volume de vendas de aço totalizou 934 mil toneladas, alta de 54% quando comparado com trimestre anterior, e queda de 10% na comparação com o mesmo período no ano passado. O volume de vendas de minério de ferro foi 2,3 milhões de toneladas. Em relação ao segundo trimestre, esse valor representa aumento de 21%. No entanto, quando comparado com o mesmo período em 2019, o volume de vendas apresenta queda de 7%.
O preço médio de referência do minério de ferro foi US$ 118,31 tonelada no 3T20, superior em 26,8% em relação ao trimestre anterior.
A dívida líquida consolidada no mês passado era de R$ 2,5 bilhões, inferior em 32% em comparação com junho deste ano. “Tal variação decorre, majoritariamente, da elevação da posição de caixa e equivalentes de caixa em 49% no período”.
Teleconferência

A Usiminas seguirá comprando placas de aço produzidas por terceiros para atender parte do aumento da demanda no Brasil, cujo setor industrial passa por fase de reestocagem, e avalia que os preços da liga no país seguem defasados ante o mercado internacional apesar de seguidos aumentos neste ano.

A companhia sofreu um “incidente” na usina de Ipatinga no final de setembro, que gerou “alguma perda de produção”, o que está sendo compensado com placas de terceiros, disse nesta quinta-feira o vice-presidente financeiro da Usiminas, Alberto Ono, em teleconferência com analistas.

“Vamos ter compra maior de placa no quarto trimestre porque estamos aproveitando nossa flexibilidade de laminação em Cubatão”, acrescentou o executivo referindo-se às instalações da empresa no litoral paulista.

A Usiminas desligou dois alto-fornos em abril, em meio aos impactos das medidas de quarentena contra o coronavírus. Em julho, anunciou religamento de um dos equipamentos. Questionado sobre quando o alto-forno 2 de Ipatinga será reativado, Ono citou incertezas sobre o cenário para demanda de aço no país nos próximos meses.

“Não temos certeza ainda sobre retorno do equipamento. Estamos vendo recuperação da demanda, existe uma tendência de reestocagem, mas isso tem prazo”, disse o executivo. “A questão é qual será o novo normal em termos de demanda após a recuperação dos estoques”, acrescentou.

O diretor comercial da companhia, Miguel Homes Camejo, avaliou que a restauração do equilíbrio entre oferta e demanda deve levar ainda três ou quatro meses. Questionado sobre novos reajustes de preços de aço, afirmou que os valores da liga no Brasil estão 4% a 5% abaixo dos praticados no exterior e que a intenção da companhia é que esta paridade fique positiva entre 7% e 8%, numa indicação de novos aumentos adiante.

Os comentários foram semelhantes aos feitos por colegas de Camejo nos últimos dias. Luis Fernando Martinez, da CSN, afirmou neste mês que a empresa vai subir o preço de aços longos e planos em 10% em novembro, após reajustes acumulados de 40% ao longo do ano.

Na véspera, o presidente da Gerdau, Gustavo Werneck, rebateu críticas de que as siderúrgicas estejam se aproveitando da retomada da demanda para aumentar seus preços, alegando que o setor tem enfrentado fortes aumentos de custos e desvalorização cambial, que deixaram os valores praticados no Brasil abaixo do nível internacional.

Camejo também afirmou que a Usiminas já começou a discutir contratos anuais de preços com montadoras de veículos. Ele não mencionou um índice pretendido, mas disse que os reajustes precisam refletir os movimentos de preços ocorridos ao longo do ano e as expectativas do mercado automotivo para 2021, que sinalizam crescimento nas vendas.

A ação da Usiminas liderava as altas do Ibovespa às 13h20, avançando 4,7%, enquanto o índice tinha queda de 0,26%. A empresa divulgou mais cedo seu segundo melhor Ebitda trimestral dos últimos 10 anos, de 826 milhões de reais, e o melhor caixa dos últimos sete anos, de 3,7 bilhões de reais.

Questionado se a empresa pode elevar dividendos ou retomada de planos para uma nova linha de galvanização em Ipatinga, Ono disse que a preferência é por continuar a reduzir a alavancagem. No terceiro trimestre, a relação dívida líquida/Ebitda caiu a 1,2 vez, a menor entre as empresas listadas do setor no país.

“A tendência é buscar um pouco mais de desalavancagem. Entendemos que, no geral, uma empresa como a nossa tem que trabalhar mais conservadora nesse sentido”, disse o executivo. “Embora estejamos com bom nível de caixa, nos próximos dois anos vamos precisar de parte disso para o plano de investimento”, adicionou, referindo-se ao projeto bilionário de reforma do alto-forno 3 de Ipatinga, que demandará recursos em 2021 e 2022.

VISÃO DO MERCADO
BTG Pactual

Para o BTG, os resultados foram um pouco acima do esperado; Minério de ferro continua sendo um dos principais drivers de valor, por enquanto; Continuamos Neutros.

Do lado positivo, a empresa também conseguiu gerar ~R$ 1,2 bilhão em FCF, o que foi explicado principalmente por uma grande liberação de capital de giro, e a dívida líquida caiu para 1,2x o EBITDA (abaixo da nossa projeção).

A qualidade dos resultados da Usiminas tem sido um problema para nós e ainda achamos difícil entender como será a empresa nos próximo 3 a 5 anos. Reconhecemos que o cenário é muito melhor do que antecipávamos, em uma combinação de melhora na lucratividade em aços e excelentes resultados em minério de ferro (EBITDA de R$ 3 bilhões para 2021). Como sempre, a Usiminas é a empresa doméstica mais alavancada para uma recuperação de volumes e preços. No entanto, ainda estamos aguardando a entrega na frente operacional, melhor qualidade de resultados e visibilidade de longo prazo em seus negócios de mineração.

O BTG mantém recomendação neutra, com preço-alvo de R$ 12,00…

Eleven Financial

O resultado apresentado pela Usiminas no 3T20 superou positivamente nossas expectativas. A mineração ficou em linha com o que prevíamos enquanto a siderurgia mostrou que os aços planos também estão se recuperando mais rápido do que o previsto.
Para a Eleven, a unidade de mineração seria um ponto de destaque do resultado da companhia, fruto do câmbio e do preço do minério de ferro em patamares elevados. No setor de siderurgia, esperava-se um pouco mais de dificuldade, visto a dependência da companhia de aços planos e do setor automotivo.
Para o 4T20, espera-se um ambiente macro positivo para mineração e resultados ainda melhores do que os esperados para a siderurgia com os altos fornos produzindo no máximo de sua capacidade. Para o ano consolidado, a queda na demanda deverá ser de 5%, bastante inferior expectativas iniciais. Se consideramos que o bom desempenho apresentado no 3T20 ainda não reflete em sua plenitude a retomada do setor automotivo, vemos um forte potencial de performance em 2021, acompanhando o crescimento do PIB e maior demanda esperada por veículos.
A Eleven mantém recomendação de compra, com preço-alvo de R$ 13,50
Safra

“Olhando para frente, o ambiente favorável para a demanda visto recentemente, os sólidos preços internacionais e a taxa de câmbio fraca podem levar a novas altas de preço no mercado doméstico”, avaliaram Conrado Vegner e Victor Chen, analistas do banco Safra.

O Safra mantém recomendação neutra para a Usiminas, com preço-alvo de R$ 9,60 ao fim de 2020.

XP Investimentos

A Usiminas apresentou resultados sólidos no 3T20, com melhor demanda por aço no mercado doméstico e preços de minério de ferro mais altos. O EBITDA ajustado foi de R$826 milhões, incluindo R$13 milhões de itens não recorrentes (Reintegra), +331% na comparação trimestral e +87% vs. 3T19. A alavancagem mais baixa, medida pela razão Dívida Líquida/EBITDA, de 1,2x (de 2,2x no 2T20) foi consequência do resultado operacional mais forte.

XP mantém recomendação neutra, com preço-alvo de R$ 12,00…

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