A Linx (BOV:LINX3) afirmou nesta quinta-feira que a Stone melhorou os termo de sua proposta pela empresa de software para o varejo, desistindo de uma das multas previstas no acordo e ampliando parcela em dinheiro da oferta.

A disputa pela empresa de tecnologia para o varejo ganhou novos capítulos com a decisão da Totvs (BOV:TOTS3) de convocar uma assembleia de acionistas para aprovar o protocolo e justificação de incorporação da companhia. A reunião foi marcada 27 de novembro.

Em um comunicado à CVM, a Linx menciona a Lei das S/A, que determina que o protocolo sobre as condições de um processo de incorporação precisa ser assinado por ambas as companhias. A empresa contestou o documento da Totvs e informou não ter firmado nenhum protocolo com a companhia.

Enquanto isso, a Stone, empresa de meios de pagamento, afirmou à Linx que desistiu de receber multa de R$ 112,5 milhões relacionada a uma eventual rejeição pelos acionistas de dispensa de listagem no Novo Mercado e outras condições, após receber ordem de superintendência de regulação da B3.

“A Stone concordou em renunciar à referida multa não apenas em relação à rejeição de dispensa de sua listagem no Novo Mercado, mas também em relação às demais matérias da ordem do dia relacionadas à operação”, afirmou a Linx em fato relevante ao mercado.

A Stone também afirmou à empresa que decidiu elevar em R$ 0,50 por ação da Linx parcela em dinheiro da oferta, para R$ 32,06. Na véspera, as ações da Linx fecharam a 36,27 reais.

A Linx, que já estava inclinada em aceitar a oferta anterior da Stone, afirmou que seu conselho de administração manteve a preferência por um acordo com a empresa.

A oferta da Stone está sendo desafiada pela produtora de software corporativo Totvs. Os acionistas da Linx farão uma assembleia para discutir as ofertas em 17 de novembro.

Histórico da briga

O conselho de administração da Linx assinou contrato de venda para Stone no dia 11 de agosto, por R$ 6,04 bilhões. O negócio, contudo, provocou forte polêmica no mercado por envolver um pagamento diferenciado aos fundadores da Linx, por meio de acordos de não-competição com a Stone.

A Totvs entrou na disputa pela Linx com uma proposta de R$ 6,1 bilhões dias depois do negócio com a Stone, com uma oferta que não prevê pagamento adicional a conselheiros da empresa.

Diante da polêmica e da proposta concorrente, a Stone aumentou o valor da oferta pela Linx para R$ 6,28 bilhões em 1º de setembro, mas manteve o acordo com os fundadores, ainda que em condições menos vantajosas em relação à oferta original.

CVM e B3

A questão sobre a oferta da Stone chegou à Comissão de Valores Mobiliários (CVM). A área técnica da autarquia determinou que os fundadores da Linx devem ser impedidos de votar na assembleia de acionistas da companhia que decidir sobre a proposta de venda. Eles recorreram da decisão ao colegiado da CVM.

Nesta semana, o acordo com a Stone sofreu um novo revés com a posição da B3 contrária à multa imposta caso os acionistas rejeitem a transação.