Linx: Stone melhora termo da proposta e Linx contesta Totvs
29 Outubro 2020 - 10:57AM
ADVFN News
A Linx (BOV:LINX3) afirmou nesta quinta-feira
que a Stone melhorou os termo de sua proposta pela empresa de
software para o varejo, desistindo de uma das multas previstas no
acordo e ampliando parcela em dinheiro da oferta.
A disputa pela empresa de tecnologia para o varejo ganhou novos
capítulos com a decisão da Totvs (BOV:TOTS3)
de convocar uma assembleia de acionistas para aprovar o protocolo e
justificação de incorporação da companhia. A reunião foi marcada 27
de novembro.
Em um comunicado à CVM, a Linx menciona a Lei das S/A, que
determina que o protocolo sobre as condições de um processo de
incorporação precisa ser assinado por ambas as companhias. A
empresa contestou o documento da Totvs e informou não ter firmado
nenhum protocolo com a companhia.
Enquanto isso, a Stone, empresa de meios de pagamento,
afirmou à Linx que desistiu de receber multa de R$ 112,5 milhões
relacionada a uma eventual rejeição pelos acionistas de dispensa de
listagem no Novo Mercado e outras condições, após receber ordem de
superintendência de regulação da B3.
“A Stone concordou em renunciar à referida multa não apenas em
relação à rejeição de dispensa de sua listagem no Novo Mercado, mas
também em relação às demais matérias da ordem do dia relacionadas à
operação”, afirmou a Linx em fato relevante ao mercado.
A Stone também afirmou à empresa que decidiu elevar em R$ 0,50
por ação da Linx parcela em dinheiro da oferta, para R$
32,06. Na véspera, as ações da Linx fecharam a 36,27
reais.
A Linx, que já estava inclinada em aceitar a oferta anterior da
Stone, afirmou que seu conselho de administração manteve a
preferência por um acordo com a empresa.
A oferta da Stone está sendo desafiada pela produtora de
software corporativo Totvs. Os acionistas da Linx farão uma
assembleia para discutir as ofertas em 17 de novembro.
Histórico da briga
O conselho de administração da Linx assinou contrato de venda
para Stone no dia 11 de agosto, por R$ 6,04 bilhões. O negócio,
contudo, provocou forte polêmica no mercado por envolver um
pagamento diferenciado aos fundadores da Linx, por meio de acordos
de não-competição com a Stone.
A Totvs entrou na disputa pela Linx com uma proposta de R$
6,1 bilhões dias depois do negócio com a Stone, com uma oferta
que não prevê pagamento adicional a conselheiros da empresa.
Diante da polêmica e da proposta concorrente, a Stone aumentou o
valor da oferta pela Linx para R$ 6,28 bilhões em 1º de
setembro, mas manteve o acordo com os fundadores, ainda que em
condições menos vantajosas em relação à oferta original.
CVM e B3
A questão sobre a oferta da Stone chegou à Comissão de Valores
Mobiliários (CVM). A área técnica da autarquia determinou que
os fundadores da Linx devem ser impedidos de votar na
assembleia de acionistas da companhia que decidir sobre a
proposta de venda. Eles recorreram da decisão ao colegiado da
CVM.
Nesta semana, o acordo com a Stone sofreu um novo revés com
a posição da B3 contrária à multa imposta caso os
acionistas rejeitem a transação.