A subsidiária da Petrobras teve um lucro líquido de R$ 335
milhões no terceiro trimestre de 2020, queda de 74,9% na comparação
com o mesmo trimestre do ano passado. Já no comparativo com o 2T20,
houve aumento de 78,2%. O resultado, segundo a empresa, demonstra a
recuperação após a crise causada pela pandemia.
Os resultados da BR Distribuidora
(BOV:BRDT3) referentes às suas operações do terceiro trimestre de
2020 foram divulgados no dia 10/11/2020.
→ A BR Distribuidora é uma subsidiária da Petrobras.
Fundada em 1971 e sediada no Rio de Janeiro, atua principalmente no
segmento de distribuição e comercialização de combustíveis
derivados de petróleo, como óleo diesel, gasolina, QAV (querosene
de aviação); biocombustíveis, como o etanol e o biodiesel; além de
lubrificantes, emulsões asfálticas e produtos químicos. Confira
a análise completa da empresa com informações
exclusivas.
O Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e
amortização) ajustado da empresa somou R$ 834 milhões, alta de 1,8%
na comparação anual e de 2,2% sobre o segundo trimestre de
2020.
A receita líquida, no entanto, caiu 13,2% no comparativo anual,
encerrando o terceiro trimestre de 2020 em R$ 21,1 bilhões. Apesar
disso, o resultado é 42% maior do que no 2T20.
Teleconferência
Os agentes do setor de combustíveis do Brasil devem buscar um
equilíbrio para o nascente mercado de créditos de descarbonização
(CBios), já que os custos com esses títulos não podem ser
acomodados pelo segmento de distribuição, disse nesta quarta-feira
o presidente-executivo da BR Distribuidora.
Rafael Grisolia citou custos de 10 a 20 reais por metro cúbico
com CBios, e defendeu que o setor privado e o governo obtenham
formas de prosseguir com o programa sem que isso traga maiores
impactos para os agentes do mercado e o consumidor.
“Isso (o custo com CBio) não é acomodado em nenhuma
distribuidora, e é a maior distribuidora que está falando que não
é, a maior distribuidora vai agir para que o desenho (do programa)
seja cumprido”, afirmou o executivo, durante teleconferência de
resultados da BR.
O comentário foi feito no momento em que a Associação das
Distribuidoras de Combustíveis (Brasilcom), que representa
companhias menores e não a BR, obteve na Justiça uma liminar para
reduzir as metas de CBios no ano, alegando que as finanças das
companhias poderiam ser estranguladas pela compra de CBios.
Segundo o executivo, as distribuidoras menores, assim com as
maiores, querem cumprir o programa RenovaBio, estabelecido por uma
lei, mas ele citou “distorções de curto prazo” neste início da
comercialização dos créditos que precisam ser resolvidas.
“Se o preço (do CBio) sobe, e tem que cumprir a meta, (a
distribuidora menor) pode não ter o caixa para fazer. Se a BR
sente, imagina uma distribuidora menor”, destacou.
Grisolia disse que emissão e a oferta de CBios pelos produtores
na B3 não parecem estar no mesmo ritmo, um problema adicional neste
primeiro ano, coincidente com a pandemia, em que as distribuidoras
tiveram metas definidas de compras de créditos com o propósito de
compensar as emissões pelos combustíveis fósseis
comercializados.
Um represamento de venda de CBios alegado pelo distribuidores
estaria elevando os preços dos créditos de forma a impactar as
margens do setor.
Representantes do segmento de distribuição afirmaram
anteriormente que o valor do CBio quase triplicou para quase 70
reais ao final de outubro, na comparação com setembro, quando foram
revisadas as metas individuais.
“Nós que compramos não vemos a mesma velocidade de emissão de
CBios na oferta na B3”, comentou.
Produtores de combustíveis reagiram esta semana à judicialização
do processo, que consideram um pedido de “autorização para poluir”,
segundo a associação de produtores de etanol Unica.
Com o programa RenovaBio, a sociedade brasileira escolheu arcar
com este custo de usar combustíveis menos poluentes, indicou o
executivo.
“No final do dia, os preços dos combustíveis fósseis têm de ser
impactados… temos que comprar os CBios e vai ser passado, ou
deveria ser passado. O entendimento da sociedade é que o preço dos
combustíveis vai estar mais caro…”, comentou ele, lembrando que o
programa foi desenhado para estimular combustíveis menos
poluentes.
Com a decisão judicial obtida pela Brasilcom, ele disse que o
programa atualmente tem “assimetrias”, já que parte do setor teve
suas metas reduzidas pela Justiça.
Ele disse ainda que, se não for encontrado um acordo e o
programa não seguir como foi pensado, a BR vai tomar ações para não
ser prejudicada.
“Estamos longe dessa situação, todas as distribuidoras pequenas
e grandes, o Ministério de Minas e Energia, governo, ANP,
produtores e etanol e biocombustíveis estão querendo achar um
equilíbrio”, disse ele, acrescentando que ficaria frustrado se não
houver uma evolução natural desse processo, após dificuldades
consideradas normais para um primeiro ano.
“A situação tem que ser de equilíbrio para todos os agentes do
mercado, não pode ter distorções de curto prazo que prejudiquem
alguém, e o consumidor neste meio do caminho fica confuso e os
clientes também.”
VISÃO DE MERCADO
Bradesco BBI
O Bradesco BBI classificou os resultados da BR Distribuidora
como sólidos, quase em linha com a concorrência. Excluindo
provisões não recorrentes com créditos de descarbonização, o Ebitda
seria de R$ 96 por metro cúbico, em linha com concorrentes. Por
isso, o banco reafirma estimativa de R$ 99 por metro cúbico em
2021. O banco avalia que o desempenho da gestão é positivo,
elevando a profitabilidade da empresa ao patamar da concorrência. O
banco mantém a recomendação outperform, com preço-alvo de R$ 28,
frente os atuais R$ 22,60.
Credit Suisse
O Credit Suisse afirmou que os resultados da BR Distribuidora
estão de acordo com as expectativas. O lucro Ebitda recorrente está
em linha com as expectativas do banco, impulsionado pelos cortes de
custos pela companhia. O lucro líquido de R$ 335 milhões ficou, no
entanto, abaixo da estimativa do banco, de R$ 488 milhões,
impactado por provisões para aquisição de créditos de
descarbonização. O banco manteve recomendação outperform para a
empresa, com preço-alvo de R$ 32, frente os R$ 22,6 atuais.
Guide Investimentos
Segundo Luis Sales, o Impacto é Marginalmente Positivo. O
aumento do volume vendido acentuado preço médio de comercialização
dos produtos e serviços, impulsionou uma grande melhora do
resultado. Seu lucro líquido ficou bastante abaixo do 3T19, já que
este havia sido impactado positivamente por receita
extraordinárias. Destacamos nossa visão positiva para a companhia
no horizonte dos próximos três meses.
Morgan Stanley
O Morgan Stanley afirmou que os resultados da BR Distribuidora
estão de acordo com sua expectativa, com os ganhos por ação
levemente abaixo de seu modelo. O banco afirma que o consumo de
combustível deve se recuperar mais rápido do que se esperava,
beneficiando-se de iniciativas da empresa para aumentar
lucratividade. O Morgan Stanley avalia que a margem pode se
expandir nos próximos trimestres. O banco manteve recomendação
overweight para as ações, com preço-alvo de R$ 30, frente os 22,6
do fechamento da véspera.
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