Azul antecipa fim do acordo de redução de jornada com seus tripulantes
30 Novembro 2020 - 06:54PM
ADVFN News
A Azul resolveu antecipar o fim do acordo de redução de jornada
com os seus tripulantes. O acordo havia sido firmado pela empresa
com a categoria em 24 de junho e tinha o objetivo de preservar o
caixa da aérea durante no período de baixa demanda da pandemia. O
tratado tinha validade até dezembro de 2021.
O comunicado foi feito pela Azul (BOV:AZUL4) nesta segunda-feira
(30).
A antecipação foi aprovada pelos aeronautas, que votaram sobre o
tema entre os dias 26 e 27 de novembro. “Desta forma, a redução de
jornadas e salários que iria até o fim de 2021, com a contrapartida
de manutenção dos empregos, fica revogada”, escreveu o Sindicato
Nacional dos Aeronautas (SNA), em nota.
A proposta foi aprovada por mais de 85% dos copilotos e
comandantes e por 72% dos comissários.
A Azul conseguiu o sinal verde dos
aeronautas no dia 24 de junho para reduzir salários e jornada. De
forma bruta, a redução de salário era de 45% entre o terceiro
trimestre de 2020 e o primeiro trimestre de 2021, quando o
porcentual começa a cair. No quarto trimestre de 2021, a redução na
remuneração seria de 25%.
Considerando a ajuda de custo, as reduções líquidas vão de 23%
no terceiro trimestre de 2020 para 3% de queda na remuneração no
quarto trimestre de 2021. Na mesma linha, a Gol também conseguiu
fechar uma redução de salários. A Latam, entretanto, trava um
embate com a categoria por uma redução permanente na
remuneração.
A redução de jornada teve papel importante para a redução de
custos da Azul durante a pandemia. No
terceiro trimestre, a empresa conseguiu reduziu os custos e
despesas operacionais em 40,4% ou R$ 1 bilhão comparado com igual
trimestre de 2020. O custo da empresa com salários e benefícios
caiu 36% no período, totalizando R$ 309,6 milhões, já incluindo as
despesas com rescisão, principalmente em decorrência das
negociações com sindicatos (entre eles o dos aeronautas) para
redução de custos fixos com salários e benefícios.
Na mesma linha, o menor custo com combustível de aviação, 72,1%
inferior, colaborou com o menor custo operacional no trimestre. A
queda veio principalmente devido à diminuição de 67% na capacidade
e a queda de 13% no preço do combustível por litro.
Prejuízo líquido de R$ 1,23 bilhões
A Azul divulgou
o terceiro trimestre com prejuízo líquido de R$ 1,23 bilhão,
ante um prejuízo de R$ 550,5 milhões no mesmo intervalo de 2019. O
prejuízo líquido ajustado, que exclui eventos não recorrentes,
ganhos e perdas com marcação a mercado e variação cambial, foi de
R$ 1,22 bilhão, ante um lucro de R$ 145 milhões um ano antes.
A receita líquida da companhia teve queda de 73% no terceiro
trimestre comparada com o mesmo intervalo de 2019, totalizando R$
805,3 milhões. A receita com transporte de passageiros teve queda
de 78,4%, para R$ 624,5 milhões. A receita com transporte de
cargas, por sua vez, cresceu 26,6% no período, para R$ 180,8
milhões.
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