Existe uma lenda chinesa que passou a ser muito difundida no Japão, tanto que acabou praticamente se tornando criação própria desse país, que fala de um fio vermelho que conecta as pessoas a quem estamos destinados a conhecer neste mundo, o chamado Akai Ito. A Azul (BOV:AZUL4) também faz parecer lenda essa história de conexão: por meio de um fio (mas azul, dessa vez), ela também conecta as pessoas aos seus destinos, como demonstra a imagem a seguir:

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Fonte: Azul Linhas Aéreas (divulgação), 2020.

E não apenas isso, ela é conhecida por fazer essas conexões sem que outras companhias estejam sobrepostas às mesmas rotas – a Azul é a única operadora em 70% do espaço aéreo em que atua. De acordo com a companhia: “Somos a companhia aérea do Brasil com maior número de decolagens e cidades atendidas, com 916 voos diários atendendo a 116 destinos, resultando em uma malha de 249 rotas em 31 de dezembro de 2019”.

Além de ser uma lenda por aqui, a Azul também tem seu fio azul conectando as pessoas a destinos internacionais, “como Fort Lauderdale, Orlando, Lisboa e Porto. Além da nossa extensa malha, frota otimizada, e alto padrão de qualidade de serviço, nós possuímos integralmente nosso programa de fidelidade TudoAzul, um ativo estratégico e forte gerador de receita, com aproximadamente 12 milhões de membros em dezembro de 2019”, complementa a companhia em sua área on-line de RI.

Essa quantidade de pessoas aderindo ao programa da companhia aérea pode parecer, em um primeiro momento, muito expressiva, mas existe outro dado que também a faz decolar: dentre os 95 milhões de passageiros que voaram em 2019 aqui no Brasil, 26 milhões fizeram suas viagens por meio da Azul, o que representa uma fatia de mercado de quase 30% (a expectativa para 2022 é que o total de passageiros de voos domésticos chegue a 126 milhões).

Essa informação é destacada pelos analistas da Ativa Investimentos, que ainda complementam: “A companhia vem ganhando share e, com a atual situação de mercado, deve aumentar sua presença nacional. Enxergamos ainda seu acordo de code share com a Latam, que possui apenas 18% de sobreposição com a empresa, como positivo e acreditamos que o mesmo possa migrar para algo mais efusivo, como a construção de uma joint venture”. Já imaginou uma Latazul?

Área de embarque

Vamos embarcar um pouco mais e conhecer melhor essa companhia, que, como vimos, já tem bastante vantagem apenas na pincelada de leve que foi dada sobre ela.

A Azul foi fundada em 2008, ela ainda é uma criança em idade, mas adora tanto voar que investe muito nisso: até 2017, a companhia já havia realizado investimentos de capital na faixa de US$ 1,3 bilhão. Com isso, ela já se posiciona como a terceira maior empresa de aviação do Brasil, ficando atrás da Latam (sem ações negociadas por aqui, mas, como vimos, com perspectiva de ligação bem forte com a Azul) e da líder Gol (GOLL4).

E, como toda criança, os “brinquedinhos” da Azul são muitos. Ela possui uma frota de mais de 140 aeronaves e conta com 10 mil tripulantes, que realizam mais de 900 voos diariamente em mais de 100 destinos. A expectativa da empresa é investir cada vez mais na compra de “aviõezinhos”: segundo ela, para 2021 a meta é ter uma frota total de 155 aeronaves e ir aumentando o número gradativamente. Para 2024, quando a empresa já tiver seus 16 anos completos, a previsão é deter 200. Segundo a Ativa Investimentos: “Sua frota variada disposta de modelos Cessna, ATR, Embraer e Airbus também dialoga com a conectividade e versatilidade que a empresa se dispõe a oferecer”.

Em sua trajetória, a Azul também conquistou amigos muito preciosos. Um deles é a Trip Linhas Aéreas. A fusão foi feita em 2012, época em que a Trip era a maior operadora de voos regionais da América Latina. Já outra aquisição, finalizada no começo de 2020, foi da TwoFlex, voltada para voos domésticos em 36 cidades brasileiras e cuja sede fica em Jundiaí.

Com tanta vontade de voar assim, a Azul não viu limites e passou a atuar também internacionalmente em 2014, levando passageiros para grandes destinos, como Nova Iorque, Flórida e Lisboa.

Apesar de nova, ela já tem muita história para contar, porém uma que nos interessa, e muito, é sobre a fase da pandemia de 2020. Como uma companhia tão nova em experiência enfrentou essa crise?

AZUL4 decola?

Com o dólar alto lá fora, o preço do petróleo acelerado e uma pandemia que obrigou o fechamento das fronteiras, os nove primeiros meses de 2020 não ficaram nada azul para as empresas aéreas. Muito pelo contrário, elas ficaram no vermelho. De acordo com a Agência Nacional de Aviação Civil, a Anac, a realidade ficou desta forma:

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Fonte: Anac, 2020.

Entretanto, no começo do quarto trimestre, as companhias aéreas tiveram as maiores altas da bolsa, devido a revelações internacionais de que a vacina contra o coronavírus já estaria a caminho de ser registrada e ficar disponível para a população. Isso somado à chegada do fim de ano, momento propício para se viajar, ainda mais depois de tanto tempo com isolamento social, fez com que as ações das empresas fossem as mais negociadas.

Veja o desempenho dos papéis da Azul (AZUL4) e da Gol (GOLL4) no ano:

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Obs.: a última cotação data de 02 de dezembro de 2020.

Essa análise gráfica com certeza pode te ajudar a ter uma visão ainda mais ampla da Azul no seu setor de atuação, mas existem outros modelos que podem te convencer de vez ou te dar a certeza de que não é interessante entrar com AZUL4 na carteira. O que também pode te auxiliar muito na tomada de decisão é o scanner ADVFN. Com ele, é possível ver como anda a saúde financeira da empresa, se é uma boa pagadora de dividendos, como andam seus múltiplos e inclusive quais são as perspectivas para ela. Ou seja, existe uma análise minuciosa dessa empresa, um verdadeiro raio-x a seu dispor e dos seus investimentos também, é claro.

E, falando em perspectivas, segundo os analistas da Ativa Investimentos, em se tratando da Azul: “Reconhecemos forte melhora em termos de RPK [números de quilômetros percorridos por passageiro] e ASK [capacidade de assentos em cada voo] nos últimos quatro meses e observamos uma realidade menos anuviada para a empresa neste momento. Ademais, sua estratégia de focar em rotas sem sobreposição fora do triângulo BSB-RIO-SAO, a chegada da alta temporada, a diminuição da expectativa de queima de caixa no 4T20, adoção de rígido controle de liquidez e de despesas nos fazem acreditar que os ativos da companhia podem se beneficiar do processo de retomada fomentado pelo desenvolvimento de vacinas e a normalização do fluxo de pessoas”.

Para eles, a recomendação é de compra, com preço atual da ação saindo de R$ 39,16 (conforme cotação de 1 de dezembro de 2020) para um valor estimado de R$ 48,80, um potencial de valorização superior a 24%. Veja como está a performance das ações da Azul neste exato momento.

E aí, você acredita que Azul (AZUL4) faz o seu investimento decolar ou é melhor esperar a turbulência passar? Deixe seu comentário aqui e compartilhe o conteúdo com seus amigos e colegas investidores. Será que eles também não gostariam de saber mais sobre a Azul? É uma boa oportunidade para conhecer ainda mais sobre ela. Aproveitem e bon$ investimento$!

 

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