Smiles: conselho aprova dissolução do Comitê
25 Janeiro 2021 - 3:02AM
ADVFN News
O Conselho de Administração da Smiles registrou a perda de
objeto do comitê especial independente da companhia, constituído
especificamente para avaliar e negociar os termos e condições da
proposta de reorganização societária formulada pela Gol.
O comunicado foi feito pela companhia (BOV:SMLS3) neste domingo
(24). Confira
o documento na íntegra.
Dessa maneira, o Conselho aprovou o encerramento das atividades
e a consequente dissolução do Comitê.
No documento, divulgado ao mercado, a aérea cobra início
imediato dos preparativos para a convocação de assembleias gerais
para decidir sobre reorganização societária das companhias, com a
reunião da empresa de programas de fidelidade de clientes ocorrendo
até 17 de março.
A companhia aérea argumentou posteriormente que o cronograma
original previa a realização das assembleias na segunda-feira, mas
que não foi cumprido em razão da não conclusão da análise sobre a
restruturação pelo comitê independente da Smiles.
Segundo a Gol, a demora adicional na convocação da assembleia
poderia representar um atraso de mais de três meses no cronograma
inicial. Em dezembro do ano passado, a Gol estimou a conclusão da
incorporação da Smiles para abril deste ano.
O pedido, na prática, implicou em dissolver o comitê
independente criado pela Smiles para avaliar os termos da
operação.
O comitê da controlada da Gol tinha sido criado em 10 de
dezembro e formado por: Rogério Rodrigues Bimbi, conselheiro
independente; pelo conselheiro independente suplente Edmar Prado
Lopes Neto; Rômulo de Mello Dias, escolhido por Lopes Neto e Bimbi
como membro independente do comitê.
A Comissão de Valores Mobiliários (CVM) recomenda como boa
prática que, em caso de reorganizações societárias, um comitê
independente seja formado para olhar se as condições oferecidas
pelo controlador para a controlada na operação são adequadas. Caso
veja que as condições não são adequadas, eventualmente renegocie os
termos da operação.
No documento, a Gol agradeceu e reconheceu os esforços do comitê
independente mas, em sua justificativa, apontou que o comitê e seus
assessores ainda estão realizando a análise financeira das
condições constantes da proposta e, portanto, o processo de
negociação ainda não foi efetivamente iniciado. Com isso, o
cronograma fixado para a operação não estava sendo observado. A Gol
disse ainda que vai ressarcir a Smiles pelos custos incorridos com
o comitê e seus assessores até aqui.
Em meio aos imbróglios e a dissolução do comitê independente,
Gulbrandsen espera que a Comissão de Valores Mobiliários (CVM)
analise o caso, principalmente sobre os acontecimentos de 2018, em
que muitos investidores foram impactados em meio à queda abrupta da
ação da Smiles.
Com relação ao comunicado, o gestor aponta que as justificativas
da Gol para dissolver o comitê não são plausíveis e analisa até
mesmo a possibilidade de entrar com uma ação contra a empresa e os
envolvidos.
Sobre as ações de companhias aéreas, Gulbransen avalia ser
cético com o setor, mas aponta que a expectativa é mais positiva
para 2021 com o cenário de recuperação econômica e retorno das
operações, tornando o cenário menos nebuloso do que o que ocorreu
em boa parte de 2020, quando as empresas foram bastante impactadas
em um ambiente de pandemia.
Mas ele aponta: “Se eu tivesse que comprar uma ação de aérea, só
compraria a Azul, tem uma gestão e uma governança corporativa boas,
não a da Gol”.
Balanço revela prejuízo de R$ 1,71 bilhão
A companhia aérea GOL
teve um prejuízo líquido de R$ 1,71 bilhão no terceiro trimestre de
2020, elevando as perdas de R$ 242 milhões registradas em igual
período do ano passado.
O balanço do terceiro trimestre de 2020 mostrou
um Ebitda (lucro antes de juros, impostos, amortização e
depreciação) negativo em R$ 204 milhões, contra R$ 1,14 bilhão
positivo conquistado um ano antes.