Oi recebe propostas vinculantes de Digital Colony e BTG Pactual por unidade de fibra ótica
25 Janeiro 2021 - 5:31PM
ADVFN News
Na disputa pela InfraCo, rede de fibra da Oi, o
fundo Digital Colony, que no Brasil é dono
da Highline e da Scala, fez sua proposta diretamente
sem passar por nenhum veículo já investido no Brasil.
A empresa (BOV:OIBR3) (BOV:OIBR4) comunicou o fato relevante
nesta segunda-feira (25). Confira
o comunicado na íntegra.
A informação aumenta a expectativa de que o lance possa ter sido
alto. A Digital Colony é uma gestora dedicada exclusivamente ao
investimento em infraestrutura de telecomunicações e digital, com
um total de US$ 30 bilhões em ativos. Há três principais frentes de
negócios da casa: torres de telefonia móvel, negócio da Highline,
data-centers e nuvem, foco da Scala, e redes de fibra, negócio em
que a ainda não está presente no Brasil.
A Oi é vista como a porta de entrada no Brasil para a operação
de redes — infraestrutura base para as outras frentes de negócio
também. Marc Ganzi e Steven Sonnestein, respectivamente fundador e
executivo, assumiram pessoalmente a entrega da proposta e o desenho
do plano. O fundo elegeu a América Latina como sua principal região
de próximos grandes investimentos, com destaque para o Brasil.
A InfraCo é avaliada em um total de R$ 20 bilhões, dividido em
R$ 17,4 bilhões de reais em R$ 2,6 bilhões em dívida. A Oi colocou
à venda uma fatia mínima de 51% do capital votante, equivalente a
37% do capital total. Os interessados, porém, podem fazer propostas
por fatias maiores. O preço mínimo para o menor pedaço é de R$ 6,5
bilhões de reais, mais o pagamento de uma dívida de R$ 2,6 bilhões
– o que exige um investimento de largada de, pelo menos, R$ 9
bilhões.
A Digital Colony disputa com o FIP Economia Real, gerido
pelo BTG Pactual, que apresentou sua oferta ontem, junto com
diversos co-investidores tradicionais do banco. Nessa fase, a Oi
vai definir quem tem a posição de liderança, conhecida como
stalking horse para o leilão do controle do ativo, ainda sem data
prevista — mas que deve ocorrer apenas no início do segundo
trimestre do ano, conforme previsão de pessoas próximas ao
negócio.
Amos Genish, atualmente sócio do BTG Pactual, será o presidente
do conselho de administração da InfraCo, caso a oferta do FIP
Economia Real. A gestão do private-equity do BTG Pactual e do fundo
que faz a proposta é feita pelo sócio Renato Mazzola, que conduz
outras carteiras de infraestrutura da casa, inclusive o
investimento na Eneva.
Fontes que conhecem o assunto dizem que curiosamente as
propostas chegaram diferentes, em termos de estrutura. A Digital
Colony fez uma oferta enxuta, sem muita documentação, na
expectativa de negociar os detalhes mais à frente. Entende que os
essas questões devem ser negociadas depois da definição da
preferência na competição.
Já o time BTG Pactual optou por já levar todas as minutas e
sugestões de contratos necessários, incluindo um possível acordo de
acionistas. A consultoria Oliver Wyman atuou junto com a equipe do
private equity para a formulação do projeto, bem como Genish e
outros ex-executivos da GVT.
A rede da Oi, uma operação de 400 mil quilômetros de extensão,
já alcança 2,2 mil municípios do país – dos 5,6 mil existentes. O
projeto da Oi para a InfraCo, uma operação de atacado, é um dos
maiores projetos de infraestrutura do país.
Atualmente, a infraestrutura de fibra alcança quase 9,5 milhões
de lares do país e o plano da tele – cuja execução é condição para
compra da rede — é levar para 32 milhões de resisdências até 2025.
O investimento estimado para esse movimento é de R$ 20 bilhões de
reais, sem considerar a compra do controle da operação e pagamento
de dívidas.
A Oi será sócia na InfraCo, com 49% do capital votante. É sobre
essa rede de infraestrutura que a tele vai vender e operar os
serviços de telecomunicações que ficaram em sua carteira. No
processo de recuperação judicial em andamento, na qual essa
transação está inserida, a Oi já vendeu a operação de telefonia
celular, o restante das torres que ainda detinha e seu
data-center.
A Oi Móvel foi adquirida pelo
trio TIM, Claro e Vivo e as torres móveis,
pela Highline, do Digital Colony. O data-center foi comprado pela
Piemonte. Até o momento, a tele já arrecadou R$ 17,8 bilhões de
reais com as operações.
→ A Oi é uma das maiores empresas do setor de telecomunicações
brasileiro. Ela atua na prestação de serviços de telefonia fixa e
móvel em todo o território nacional e conta com um portfólio
composto de rede de transporte e backbone internacional,
transmissão de dados e TV por assinatura. Confira a análise completa da empresa com informações
exclusivas.
Prejuízo líquido marca R$ 2,6 bilhões
A empresa de telecomunicações Oi anunciou um prejuízo líquido
consolidado de R$ 2,638 bilhões no critério atribuído aos
controladores, o que representa uma queda de 54,1% sobre a perda
acumulada no 3T19, um montante de R$ 5,747 bilhões. No segundo
trimestre deste ano, a Oi registrou prejuízo de R$ 3,409
bilhões.
Os resultados da Oi (BOV:OIBR3)
e (BOV:OIBR4)
referentes às suas operações do terceiro trimestre de 2020 foram
divulgados no dia 12/11/2020.
OI PN (BOV:OIBR4)
Gráfico Histórico do Ativo
De Mar 2024 até Abr 2024
OI PN (BOV:OIBR4)
Gráfico Histórico do Ativo
De Abr 2023 até Abr 2024