O Ano do Touro começou marcante, mas nem tanto apenas subindo
como a referência a esse animal. Embora janeiro tenha registrado o
início da vacinação no Brasil e a posse – ainda que tumultuada – de
um novo presidente nos EUA, por outro lado é o mês em que a Europa
se fecha ainda mais em lockdowns e o mundo em geral vê a
necessidade de pensar em novos pacotes de estímulos econômicos como
reflexo da pandemia.
No Brasil, especificamente, os investidores esperam um desfecho
sobre um possível novo pagamento de auxílio-emergencial, o que pode
furar o teto de gastos do governo. Também existe uma expectativa
sobre aumento da taxa básica de juros, que foi mantida em 2%,
mínima recorde.
É em meio a esse cenário que muitas empresas viram suas ações
performarem muito bem e outras nem tanto. Para você poder
visualizar tudo de um modo mais prático e orientado, primeiramente
trazemos a novata estreante da B3: a IPO lançada em
janeiro.
Após isso, temos um ranking das Small Caps de janeiro, em suas
categorias: ações mais valorizadas e menos valorizadas no mês,
conforme o Índice Small Caps.
Por fim, mas não menos importante – bem ao contrário disso –,
temos o ranking de maiores altas e maiores quedas dos papéis das
empresas que compõem o Ibovespa, com a explicação
sobre cada uma.
Você adivinha quais empresas entraram para esses rankings?
Alguma delas faz parte do seu portfólio? Conta para a gente nos
comentários, no fim desta matéria, e não se esqueça também de
compartilhar o conteúdo com seus amigos. Será que eles adivinham
quem se deu melhor ou não neste início de ano?
Retrospectiva IPO janeiro/2021
A B3 dá as boas-vindas a um novo papel: (BOV:HBRE3),
da HBR Realty, empresa do segmento imobiliário, com atuação no
desenvolvimento e na administração de empreendimentos. A companhia
é do mesmo fundador da Helbor, o senhor Hélio
Borenstein (BOV:HBOR3).
Entretanto, diferentemente das IPOs que estamos acostumados, foi
realizada a chamada Oferta Restrita de Ações, em que somente
investidores profissionais, com mais de R$ 10 milhões investidos,
poderiam participar. A quantidade de investidores também era
limitada: apenas 75, sendo que 50 poderiam subscrever os
papéis.
Retrospectiva: Small Caps janeiro/2021
O Índice Bovespa Small Caps é composto de empresas menos
capitalizadas, porém que não estejam em recuperação judicial ou
extrajudicial. Se você entrar no site da B3 e procurar por ele, vai
ver a listagem completa das empresas e qual o peso delas dentro da
carteira teórica. Entretanto, a B3 não vai te dar muito mais além
disso e de alguns dados históricos do índice.
Ao contrário do Monitor
ADVFN, totalmente personalizável e no qual é possível
adicionar índices nacionais e internacionais e ver a movimentação
das ações em tempo real – e, quando falamos tempo real, é
exatamente isto, não tem aquele gap de 15
minutos como ocorre com outras plataformas, que ganham em cima do
atraso na entrega da informação.
Também pode-se fazer isto que fizemos nesta matéria: visualizar
quais foram as maiores e menores valorizações das ações por dia,
por mês, por ano, qual a cotação atual, o resultado do fechamento
anterior e muito mais.
Deseja conhecer mais sobre o Monitor
ADVFN? Clique aqui.
Em se tratando das pequenas, porém grandes empresas disponíveis
no mercado, em janeiro o ranking das Small Caps ficou dessa
forma:
TOP 5 MAIORES ALTAS NO MÊS
- Banco Inter (BOV:BIDI11): +24%
- SLC Agrícola (BOV:SLCE3): +23%
- Banco Inter (BOV:BIDI4): +23%
- Santos Brasil (BOV:STBP3): +14%
- São Martinho (BOV:SMTO3): +10%
TOP 5 MAIORES BAIXAS NO MÊS
- Helbor (BOV:HBOR3): -17%
- Light (BOV:LIGT3): -16%
- Centauro (BOV:CNTO3): -16%
- IMC S/A (BOV:MEAL3): -15%
- Sanepar (BOV:SAPR11): -14%
Retrospectiva: Ibovespa janeiro/2021
Tomando como base nosso famoso Índice Bovespa, quem figurou no
ranking desse benchmarking foram:
TOP 5 MAIORES ALTAS NO MÊS
- NotreDame Intermédica (BOV:GNDI3): +24%
- WEG (BOV:WEGE3): +20%
- Hapvida (BOV:HAPV3): +18%
- B2W (BOV:BTOW3): +14%
- Klabin (BOV:KLBN11) e Suzano (BOV:SUZB3): +13% e +10%,
respectivamente
GNDI3 e HAPV3
Vamos unir as duas empresas, afinal, essa união é justamente o
motivo de as ações estarem em alta no mês. Com uma possível fusão à
vista entre a NotreDame e a Hapvida, a nova empresa fruto dessa
negociação teria valor de mercado em torno de R$ 105 bilhões,
perdendo apenas para a Rede D’Or (RDOR3) dentro do segmento e se
tornando a oitava maior companhia da Bolsa de Valores brasileira em
valor de mercado.
>> Saiba mais sobre a Intermédica e dados da
fusão.
>> Conheça a fundo a Hapvida.
WEGE3
Essa foi uma empresa coringa na carteira dos investidores em
2020, já que ela pouco sentiu os efeitos da pandemia, continuando
normalmente com seus investimentos e mantendo sua saúde financeira.
A grande vantagem também fica para o fato de que metade da receita
da empresa vem em dólar, o que evita sua exposição ao ambiente
doméstico. Assim, a forte depreciação do real frente ao dólar acaba
se tornando fator positivo para a companhia. Apenas no acumulado de
2020, a moeda norte-americana valorizou quase 30% sobre o real.
BTOW3
Com a expectativa de imunização da população, as companhias
varejistas acabam figurando entre o ranking de maiores altas. No
caso, a BTOW3 foi a bola da vez, já que tem atuação tanto física
(por meio das Lojas Americanas) quanto on-line, braço que se
intensificou em virtude da pandemia. Para 2021, a empresa pretende
crescer exponencialmente sua plataforma digital, o que faz parte de
um plano estratégico de três anos (de 2020 a 2022).
KLBN11 e SUZB3
Duas empresas do mesmo setor e que aparecem juntas no ranking
pelo mesmo motivo: a demanda de celulose no mercado. No caso da
Klabin, as ações valorizam também porque a companhia deixou de
pagar royalties para a Sogemar, empresa da própria família
Klabin. Para evitar de vez isso e outras coisas, a Klabin está
prestes a incorporar a Sogemar.
Já do lado da Suzano, a alta das ações está muito ligada à
demanda chinesa, afinal a companhia é uma exportadora forte para
esse país. O PIB chinês cresceu 2,3% no ano
passado, tornando o país a única grande economia do
mundo a evitar uma contração em 2020, enquanto muitos países
lutavam para conter a pandemia. Portanto, a clientela da Suzano
tende a se manter e se intensificar.
Isso porque a Austrália, um grande exportador da China, está
prestes a enfrentar adversidades climáticas e assim impactar sua
produção. Com isso, outros fornecedores, como é o caso da Suzano,
tendem a exportar ainda mais.
A alta das ações da Suzano também é justificada pelo aumento dos
preços de celulose que a empresa divulgou no ano passado e que
passam a valer a partir de janeiro agora.
TOP 5 MAIORES BAIXAS NO MÊS
- Eletrobras (BOV:ELET3): -21%
- Eletrobras (BOV:ELET6): -20%
- **IRB Brasil (BOV:IRBR3): -17%** (até 27/01)
- Santander (BOV:SANB11): -14%
- Banco do Brasil (BOV:BBAS3): -14%
ELET3 e ELET6
O primeiro e o segundo lugar do ranking ficam para elas, as
ações da Eletrobras. Na semana passada, a empresa comunicou a
renúncia de Wilson Ferreira Junior, presidente e membro do Conselho
da Eletrobras. Em Fato Relevante, a companhia afirma que a decisão
foi tomada “por motivos pessoais” de Ferreira Junior, que deve sair
e ir comandar a BR Distribuidora (BRDT3) a partir de março.
Até lá, ele continua em sua posição na estatal Eletrobras,
enquanto o governo busca um novo nome para assumir seu lugar. A
renúncia ocorre após intensos “privatiza, não privatiza” da
empresa, algo que o governo disse que deveria ocorrer oficialmente
no primeiro semestre de 2021, mas que parece ter perdido a
tração.
**IRBR3**
Até a última quinta-feita do mês de janeiro, essas ações estavam
no top 5 entre as mais desvalorizadas da Bolsa, só perdendo para a
Eletrobras neste começo de ano, porém o mercado dinâmico deu uma
reviravolta.
Isso porque lá fora, nos EUA, tem chamado atenção agora em
janeiro um movimento de compra coordenada de ações comandado
por pequenos investidores por meio de redes sociais, que tem gerado
perdas em fundos que apostavam na queda do preço de diversas
empresas. Uma delas é a GameStop.
Há alguns meses, as ações da GameStop estavam em US$
6; no fim de janeiro valiam cerca de US$ 40.
Somente em um dia os papéis se valorizaram 135%. No
entanto, após corretoras colocarem restrições às negociações do
papel, a queda das ações foi de mais de 60%.
E na última quinta-feira do mês uma ação brasileira parece
ter replicado a fama da GameStop: a da IRB Brasil (BOV:IRBR3).
Investidores do varejo combinavam compras coletivas por meio do
Telegram durante a sessão, levando os papéis da companhia a
registrarem as maiores altas. Porém, um dia depois o cenário já era
de queda expressiva.
Por definição, O IRB é o maior ressegurador do Brasil. Ou seja,
ele vende seguro para as seguradoras. Mas será que é seguro
também investir nessa ação? Você que acompanha o Jornal ADVFN sabe
que, entre os papéis com as maiores desvalorizações em 2020, os
IRBR3 ficaram em primeiríssimo lugar, acumulando perdas de mais de
80% no ano passado.
Desse jeito, dá para perceber que a única coisa mais segura que
se tem sobre esse papel é que ele sempre se mantém nos rankings de
mais especulado, e isso desde fevereiro de 2020, quando uma das
mais tradicionais gestoras de ativos do Brasil, a Squadra, apontou
inconsistências nos balanços da companhia.
Depois disso, teve ex-CFO sendo acusado de corrupção e tendo que
responder tudo à Polícia Federal; fiscalização da Susep
(Superintendência de Seguros Privados) sobre insuficiência em
provisões técnicas e, consequentemente, da liquidez regulatória;
dispensa do diretor de controladoria por possíveis fraudes em
contratos. E muito mais.
A única notoriedade do papel ficou mesmo para os 45 minutos do
segundo tempo deste janeiro, acompanhando o movimento especulador
dos EUA.
=> Veja as ações que mais caíram no acumulado de
2020.
SANB11 e BBAS3
A queda das ações dos bancos reflete outra queda: a de procura
por crédito. De acordo com a Serasa Experien, a demanda por crédito
caiu 1% em 2020, algo inédito nos últimos cinco anos, em que só se
registrou aumento da procura. Inclusive, chegou a bater 12% em
2019.
Com isso, os bancos são penalizados e Santander encabeça o
ranking com as maiores desvalorizações do papel. Na verdade, a
expectativa do mercado já era a de que o início do ano seria
difícil para os bancos, embora os últimos balanços tenham
registrado maiores margens, demonstrando uma retomada gradual.
Entretanto, as incertezas ainda sobre a atividade econômica e
uma provável disparada da inadimplência deixam os investidores
receosos. A Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor
(Peic) revela que 66,3% dos brasileiros estavam endividados em
dezembro de 2020, o que equivale a uma alta de 0,3 ponto percentual
com relação a novembro. Já no comparativo anual, a alta foi de 0,7
ponto percentual.
Em agosto de 2020, o indicador bateu o recorde histórico desde
que a pesquisa foi iniciada, em 2010. Eram 67,5% de famílias
endividadas. A principal modalidade do endividamento é justamente o
cartão de crédito e a segunda é o cheque especial, que são
associadas ao consumo imediato e de curto prazo.
Especificamente sobre o Banco do Brasil, há ainda outro
motivador: o CEO da estatal, André Brandão, pode deixar o cargo e
ser remanejado para outra função no governo federal. A informação
vem depois que o banco aprovou demissões voluntárias de 5 mil
funcionários e o fechamento de 361 unidades. Jair Bolsonaro teria
se mostrado insatisfeito com a atitude do CEO pela repercussão
negativa que a situação promoveu.
E aí, gostou dessa retrospectiva? Comenta aqui embaixo e não se
esqueça de compartilhar o conteúdo! Aproveite também para conhecer
o Monitor ADVFN e poder acompanhar todas
as empresas e os rankings delas em tempo real!
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