Vamos começar com uma pergunta: quando a gente fala em energia,
no que você pensa? Uma reposta tradicional poderia ser “na energia
elétrica”, afinal é ela quem está nos colocando em contato nesse
momento. Entretanto, além dela tem também a energia solar, dos
ventos e até a energia do seu cafezinho de todo dia, não é? Porém,
nenhuma dessas energias poderia ser aproveitada ao máximo se não
houvesse outra por trás: a energia humana.
E é esse o caso da WEG (BOV:WEGE3), uma empresa criada pela
junção de três grandes energias: W de Werner
Ricardo Voigt, E de Eggon João da
Silva e G de Geraldo Werninghaus. As
três iniciais dos nomes dos fundadores são, hoje, a conhecida e
famosa WEG. Apesar disso, no começo, ela não era assim tão
notória.
Na década de 1960, o trio de amigos começou com uma pequena
Eletromotores lá em Jaraguá do Sul, em Santa Catarina. O capital
social da companhia estava estimado em 3.600 cruzeiros. Para quem
nasceu em época de real, fica difícil entender o que isso
significa, mas vamos facilitar: uma Kombi, em 1960, custava 498.000
cruzeiros. Ou seja, a companhia começou com pouco, bem pouco
recurso.
Com o passar do tempo, a WEG levou a sua matéria-prima
principal, a energia, a outro patamar, aumentando seu portfólio
consideravelmente. Hoje, a empresa conta com cerca de 1.200 linhas
de produtos e é uma das maiores fabricantes de equipamentos
elétricos do mundo.
Ela atua em diversas frentes: produzindo motores
eletroeletrônicos industriais, criando componentes para geração,
transmissão e distribuição de energia – inclusive energia verde;
fabricando tintas e vernizes eletroisolantes, e até bem
possivelmente é da WEG o motor da sua máquina de lavar, já que ela
faz ainda motores para uso doméstico. O que também já está no
escopo da companhia é uma grande tendência no longo prazo: os
veículos elétricos.
Em termos de produção, só para você ter ideia, por dia são
fabricados mais de 70 mil motores na empresa, e não estamos falando
apenas de motores do tamanho daquele da sua máquina de lavar,
existem componentes gigantes. Porém, o tamanho dessas peças não
impede a companhia de levar sua energia mais longe. A WEG é
conhecida por ser uma empresa global, estando presente com parques
fabris em 12 países, com distribuidores em mais de 120 e vendendo
para mais de 135 ao redor do mundo inteiro.
Ou seja, além de fabricar e vender para o Brasil, ela também
fabrica no Brasil para vender no exterior e tem estruturas próprias
lá fora para produzir, vender e entregar para eles. Para quem
começou ganhando em cruzeiros, embolsar em dólar e euro é uma ótima
guinada, não é mesmo? E é este justamente um dos pontos fortes da
empresa.
O lado bom da WEG
Pelo faturamento da companhia ser 58% composto do mercado
internacional, ela não fica totalmente exposta ao cenário
doméstico. E esse foi um baita diferencial em se tratando do
período de pandemia, em que muitos investidores correram comprar
WEGE3, já que a empresa se mostrou muito resiliente em meio à
crise.
A desvalorização do real diante dessas moedas fez com que a
receita continuasse robusta. Além disso, como explica Paloma Brum,
analista de investimentos da Toro, a WEG também tem se beneficiado
dos juros baixos atuais, já que isso permite facilidades no
financiamento dos seus produtos. Ela ganha também por atuar forte
dentro dos setores de agronegócio e de plásticos, que exigem
componentes de alta tecnologia agregados à eficiência energética,
diferenciais que a WEG oferece.
Outra grande vantagem competitiva da companhia se baseia em
aquisições estratégicas. Mesmo com a pandemia, a WEG não deixou de
investir forte nisso. Conforme afirma Paloma Brum, a empresa
adquiriu participações em empresas importantes no segmento de
geração e transformação de energia. A analista também
ressalta o posicionamento no setor de geração de energia solar, no
qual a demanda por projetos está aquecida e apresenta grande
potencial de crescimento no longo prazo.
Falando assim, pode-se dizer que a WEG é blindada a crises? Bom,
primeiro vamos analisar este gráfico:
Obs.: a última cotação data de 10 de fevereiro de 2021.
Em janeiro de 2016, quando começa nosso gráfico, WEGE3 estava em
cerca de R$ 11. Em 2020, ano da pandemia, ela chegou a bater R$ 21
no seu pior momento, porém fechou o ano com uma valorização de
110%, ficando no ranking das maiores altas da Bolsa do período. Já
no começo de 2021, mesmo com um cenário interno ainda incerto, ela
se mantém no ritmo do fechamento do ano anterior.
=> Além do gráfico mensal histórico, é possível criar
gráficos intraday, semanais e anuais de WEGE3. Clique aqui e conheça.
=> Veja também a cotação atualizada de WEGE3.
Mas, porém, entretanto, contudo
Apesar de todos os pontos positivos, é sempre bom prestar
atenção nos fatores que podem interferir nessas altas constantes da
WEG. Um deles está muito atrelado ao fato de a empresa ter toda
essa exposição ao câmbio. Assim como ela fatura em moedas fortes,
sua dívida também está principalmente em dólar, portanto, segundo
Paloma Brum, isso pode ser negativo considerando uma escalada da
moeda norte-americana. Por ora, a empresa possui mais caixa do que
dívida, o que indica solidez financeira.
=> Veja uma análise completa da empresa, com múltiplos
fundamentalistas e técnicos para ajudar na sua tomada de
decisão.
Ao mesmo tempo, a analista destaca que a pressão inflacionária
sobre os insumos e as matérias-primas usadas pela WEG na sua
produção pode fazer as margens de produtos diminuírem. Com os
preços de itens essenciais de produção da WEG, como cobre e aço,
alcançando patamares altos, ou ela importa matéria-prima mais
barata para sua produção brasileira – o que é difícil, já que lá
fora os preços também aumentaram –, ou ela produz menos. Inclusive,
a margem líquida da empresa está em 12,23%. Idealmente espera-se um
valor acima de 20%. Lembrando que a margem líquida reflete o
resultado das vendas da empresa.
Esse aumento global das matérias-primas é justificado pela
pandemia. Embora tenhamos visto avanços nas vacinações, que abrem
margem para pensarmos em uma retomada econômica mundial mais forte,
o futuro ainda é incerto. Conforme Paloma Brum, se levar em
consideração o Brasil, a nossa economia deve sair ainda mais
fragilizada, com recessão, aumento do desemprego e queda no
investimento agregado do País. Enquanto tivemos no período de
pandemia o auxílio-emergencial e as flexibilizações das restrições
sociais, vimos uma demanda aquecida para a compra de
eletrodomésticos, porém, sem essa perspectiva, o cenário é
outro.
Tudo isso tende a impactar negativamente a demanda pelos
produtos da WEG. E, caso a crise se prolongue por mais tempo,
possivelmente o que a empresa tem entregado até agora em termos de
faturamento e de retornos aos acionistas pode não ser entregue
futuramente. Inclusive, WEGE3 é um papel que tem se mantido com
recomendação neutra em diversas corretoras e casas de análise,
incluindo na Toro Investimentos, da qual Paloma Brum faz parte.
E você, o que acha de tudo isso? Acredita que WEGE3 é uma ação
para se manter comprado ou que está chegando o momento de se
desfazer dela? No longo prazo, prevendo toda essa operação com
transporte elétrico e energia verde, você acredita que vale segurar
a ação? Conta aqui para a gente nos comentários e aproveite para
compartilhar este conteúdo com seus amigos, para também conhecerem
a empresa além do ticker WEGE3!
WEG ON (BOV:WEGE3)
Gráfico Histórico do Ativo
De Mar 2024 até Abr 2024
WEG ON (BOV:WEGE3)
Gráfico Histórico do Ativo
De Abr 2023 até Abr 2024