Embraer concorda com governo brasileiro no sentido de encerrar negociações sobre subsídios aeronáuticos
18 Fevereiro 2021 - 5:42PM
ADVFN News
A Embraer divulgou que recebe com “satisfação” as ações do
governo brasileiro no sentido de encerrar o contencioso sobre
subsídios aeronáuticos contra o Canadá na Organização Mundial do
Comércio (OMC) e de lançar negociações de disciplinas mais efetivas
aplicáveis ao apoio governamental no setor de aviação
comercial.
O comunicado foi feito pela empresa (BOV:EMBR3) nesta
quinta-feira (18).
Na OMC, o Brasil questionava os mais de US$ 3 bilhões em
subsídios “ilegalmente concedidos pelos governos do Canadá e do
Quebec à Bombardier para o lançamento, desenvolvimento e produção
do programa C-Series”, explicou a companhia.
Segundo a Embraer, esses subsídios “distorceram as condições de
concorrência no mercado global de jatos comerciais, ocasionando
prejuízo grave à Embraer, em clara violação das regras de comércio
internacional da OMC”.
A fabricante brasileira explicou que, apesar da solidez dos
argumentos apresentados pelo Brasil no Painel, o contencioso na OMC
não será capaz de produzir os resultados esperados pelo Brasil e
pela Embraer, em função das transformações por que passou o setor
desde o início do contencioso, em 2017.
“Com a saída da Bombardier do mercado da aviação comercial e a
transferência do programa C-Series (agora A220) para a Airbus, que
dispõe de uma segunda linha de montagem final nos Estados Unidos, a
disputa comercial contra o Canadá na OMC deixou de ser o caminho
mais efetivo para se alcançar o objetivo do Brasil e da Embraer: o
restabelecimento de condições equilibradas de concorrência no
mercado de aviação comercial”, afirmou.
A Embraer disse que apoia a iniciativa do Brasil de lançar
negociações de novas disciplinas mais efetivas para o apoio
governamental no setor de aviação comercial, como melhor forma de
se alcançar condições justas e equilibradas de competição nesse
mercado, conforme a experiência bem sucedida do Entendimento
Setorial Aeronáutico (ASU) sobre créditos à exportação, assinado em
2007 no âmbito da Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento
Econômico (OCDE).
“A Embraer acredita que fabricantes de aeronaves comerciais
devem competir com base na qualidade de seus produtos e não no
volume de incentivos que recebem de seus governos”, afirmou no
comunicado.
Ações viram para queda
As ações da Embraer, que chegaram a subir mais de 2%, no começo
do pregão, viraram para queda. Às 12h50 caíam -2,52%. No mês ainda
têm valorização de 27%.
O que impactou positivamente os papéis na véspera foi uma
informação da Bloomberg. A agência divulgou que a Lufthansa
está em negociações sobre a troca de alguns pedidos de aeronaves
maiores por modelos menores de longa distância. A direção da
companhia está em conversas com a Embraer, destacou a agência.
Prejuízo líquido de R$ 797,5 milhões no 3T20 decepciona
analistas
Embraer registrou um prejuízo líquido de R$
797,5 milhões auferido no terceiro trimestre deste ano.
Com o resultado, o prejuízo acumulado deste ano soma R$ 2,30
bilhões.
A receita foi de R$ 4,09 bilhões, queda em relação a
receita de R$ 4,69 bilhões do mesmo período de 2019.
O UBS não se empolgou com os números do terceiro
trimestre da Embraer. Em um rápido comentário sobre a
companhia, o banco suíço declarou que o desempenho ficou aquém do
esperado, começando já pelas vendas.
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