Lojas Americanas e B2W estudam possível fusão
21 Fevereiro 2021 - 11:35AM
ADVFN News
A varejista online B2W (dona de Americanas.com e Submarino) e a
Lojas Americanas anunciaram que vão criar comitês especiais
independentes para avaliarem uma combinação de suas operações no
momento em que os impactos das medidas de isolamento social
catapultaram o comércio eletrônico, noticia a Reuters.
O anúncio foi feito pelas empresas (BOV:BTOW3) e (BOV:LAME3)
(BOV:LAME4) através de Fato Relevante nesta sexta-feira
(19).
As empresas anunciaram que a combinação como “Universo
Americanas” e não deram detalhes sobre quando os estudos poderão
ser concluídos e assembleias de acionistas serem convocadas. A B2W
é atualmente controlada pela Lojas Americanas em 62,5%.
A companhia possui alguns dos principais sites de comércio
eletrônico do país, como Submarino, além de uma relevante operação
digital de pagamentos, a Ame. Juntas, as empresas possuem uma rede
de 1.700 lojas físicas em 750 cidades do país e um marketplace
online com mais de 87 mil vendedores.
As companhias também citaram que a união poderá criar um
“poderoso negócio” de publicidade integrado, reunindo fornecedores,
vendedores e outros parceiros.
O objetivo é “maximizar a experiência do cliente em uma nova
jornada de criação de valor do universo americanas”, afirmaram as
companhias em comunicado.
Para que os estudos sejam viabilizados, foi determinada a
formação de um comitê especial independente, composto por três
conselheiros independentes da B2W.
“O comitê independente de B2W, apoiado pelos assessores que vier
a contratar, conforme a sua conveniência, negociará com a
administração da Americanas a estrutura e demais termos e condições
da transação, e submeterá suas recomendações ao conselho de
administração da B2W”, afirmaram as empresas.
VISÃO DO MERCADO
A medida já era cobrada por analistas como solução para
destravar a avaliação das empresas. A explicação é que, com as
operações separadas, o negócio digital do grupo deixa de usar a
rede de lojas físicas como pontos logísticos estratégicos para
fazer os produtos chegarem aos clientes de forma mais rápida e
barata.
Em 2020, a B2W assistiu a empresas que são tradicionalmente do
ramo de lojas físicas ganharem força no segmento de e-commerce.
Esse modelo multicanal já é explorado pelas concorrentes Magazine
Luiza e Via Varejo. Faz enorme sentido (a união).
A maior desvantagem da B2W para se tornar um ecossistema e fazer
frente à escalada do Magazine Luiza, do Mercado Livre ou Amazon era
esse nó societário de não poder pensar o negócio como um só por
causa de estruturas societárias distintas, diz Alberto Serrentino,
fundador da Varese, consultoria de varejo.
A Lojas Americanas é controladora da B2W. Analista da XP,
Danniela Eiger concorda que o movimento é positivo, mas pondera que
é necessário ter mais detalhes de como a negociação se desenrolará.
Vemos como positivo estrategicamente, mas temos de entender quais
serão os termos desse potencial movimento, diz.
Apesar de o acordo ter sido anunciado após o fechamento do
mercado, os papéis da B2W subiram quase 7% nesta sexta-feira (19),
na B3.
(Com Informações do Estado de S.Paulo)