A SulAmérica registrou um lucro líquido total de R$ 2,3 bilhões em 2020, valor que considera a venda das operações auto e massificados no terceiro trimestre do ano passado para a Allianz. Foi o maior lucro da história da companhia, com alta de 98,7% frente a 2019.

O lucro líquido anual das operações continuadas, que desconsidera o segmento vendido, alcançou R$ 797,2 milhões, uma queda de 22,9% frente a 2019. Segundo a seguradora, o recuo do lucro em 2020 veio na esteira da queda da taxa de juros.

Os resultados da SulAmérica (BOV:SULA3) (BOV:SULA4) (BOV:SULA11) referentes suas operações do quarto trimestre de 2020 foram divulgados no dia 24/02/2021. Confira o Press Release completo!

⇒ Confira a agenda completa da divulgação dos resultados do 4T20 e referente ao ano de 2020. Confira a cobertura completa de todos os balanços referente ao ano de 2020 das empresas negociadas na B3.

A SulAmérica afirma ter encerrado 2020 com mais de 7 milhões de clientes. Dessa base, 4,2 milhões são beneficiários em Saúde e Odonto. O crescimento nas carteiras de planos coletivos de saúde foi de 6,1% ou mais 130 mil membros.

As receitas operacionais atingiram R$ 5,3 bilhões no último trimestre de 2020, alta de 6,6% em relação ao mesmo período de 2019. No acumulado de 2020, totalizou R$ 20 bilhões, aumento de 6,3% em comparação ao ano anterior.

As receitas operacionais de previdência privada expandiram em 12% frente a 2019, refletindo o aumento das receitas nos produtos PGBL (15,7%) e VGBL (10,6%).

Já na operação de seguro de vida, as receitas operacionais do segmento apresentaram recuperação no último trimestre do ano, com aumento de 6,9% em relação ao mesmo período de 2019, totalizando R$ 130,2 milhões.

No ano, as receitas com seguro de vida somaram R$ 494,5 milhões, uma redução anual de 2,1%. Segundo a SulAmérica, a retração reflete os efeitos da covid-19, notadamente sobre as vendas de seguros viagem.

A margem bruta operacional de R$ 2,6 bilhões em 2020, significou crescimento 18,2% em relação ao anterior.

A SulAmérica Investimentos, braço de gestão de recursos, fechou o ano com R$ 45,9 bilhões de ativos sob gestão. Em previdência privada, as reservas atingiram R$ 9,4 bilhões, 17,2% superiores em relação a dezembro de 2019, impulsionadas, principalmente, por um saldo positivo de portabilidade líquida de aproximadamente R$ 700 milhões no ano.

4T20

A seguradora SulAmérica registrou lucro líquido de R$ 42,7 milhões no quarto trimestre, queda de 90% em relação a igual período do ano anterior e de 85,1% na comparação com o terceiro trimestre.

A seguradora foi afetada principalmente pelo resultado financeiro que, com a redução da taxa Selic para 2% ao ano, menor nível da história, caiu 73,2% em 2020, para R$ 123,6 milhões.

No quarto trimestre, alcançou R$ 33 milhões, queda de 69,4% ante igual período do ano anterior. Por outro lado, as receitas operacionais da companhia somaram R$ 5,253 bilhões no período entre setembro e dezembro, aumento de 6,6% em relação a igual período do ano anterior e de 3,8% ante o volume registrado no terceiro trimestre.

As receitas operacionais de seguros, por sua vez, alcançaram R$ 4,891 bilhões no quarto e último trimestre do ano passado, alta de 6,5% em relação a igual período de 2019 e de 3,2% em relação ao terceiro trimestre.

O índice de sinistralidade ficou em 79,5% nos últimos três meses do ano passado, 6 pontos porcentuais a menos que em igual trimestre de 2019 e 4,3 pontos porcentuais abaixo do nível do trimestre anterior.

Teleconferência

A SulAmérica teve um quarto trimestre atípico, segundo o presidente da companhia, Gabriel Portella. Tanto que o lucro do período alcançou R$ 42,6 milhões ante R$ 427,8 milhões um ano antes, ou seja, um recuo de 90% frente ao mesmo período de 2019. A seguradora atribuiu o resultado a uma inversão no comportamento sazonal dos trimestres.

Segundo Portella, os últimos três meses do ano, que historicamente apresentam menor frequência de uso dos planos, acabaram se mostrando os mais movimentados de 2020 por conta dos procedimentos represados. “Acho que não é uma comparação justa, porque 2020 foi um ano atípico. Houve aceleração de internações no últimos trimestre, algo que vimos no mundo inteiro.”

Outro fator que pesou sobre o lucro no ano foi a queda do resultado financeiro devido ao ambiente de juros baixos e a volatilidade dos mercados em 2020, apontou o vice-presidente de controle e relações com investidores, Ricardo Bottas.

Segundo a vice-presidente de saúde e odonto, Raquel Giglio, a retomada do procedimentos represados no segundo e terceiro trimestres acelerou no último período do ano passado. “O número de frequência foi bastante acima do usual”, disse. Além desse efeito, os tratamentos devido à covid-19 continuaram intensos, conforme a segunda onda avançou. “Somou-se a isso a segunda onda da covid-19, que não originou redução significativa dos procedimentos eletivos como foi visto na primeira onda.”

Apesar do recrudescimento da pandemia, Raquel afirma que o índice de sinistralidade está “totalmente sob controle”, muito próximo de trimestres regulares no passado.

Em 2020, o impacto dos atendimentos de beneficiários da SulAmérica diagnosticados com covid-19, incluindo internação, somou R$ 810 milhões. Junto com os R$ 30 milhões de indenizações dos produtos de seguro de vida, o custo representou um impacto de 4,4 pontos percentuais sobre o índice de sinistralidade.DFPAudiencePixel;ord=2348699699540.8706;dc_seg=6480462852.gif

Para a vice-presidente de saúde e odonto, “a gente ainda está vivendo um contexto de pandemia, com números de internação bastante altos e longe de entrar de novo na normalidade”.

O mercado de planos de saúde também vive um momento de acirramento de competição. “Quando se tem uma situação com desemprego subindo e com crise econômica isso traz uma dinâmica mais desafiadora do que simplesmente dizer que vamos aumentar preço”, afirmou Bottas.

Conforme o executivo, a estratégia da companhia tem sido a de retenção e aumento da base de clientes. “Nosso foco é reter clientes, não fazer reajustes maiores, temos todo um trabalho de fidelização.”

Em relação ao resultado financeiro, que em 2020 recuou 73,2% ante 2019 para R$ 123,6 milhões, o vice-presidente de controle afirmou enxergar potencial recuperação da linha em 2021. “A gente está confiante que o resultado financeiro tem expectativa positiva para 2021”, disse Bottas.

Segundo o executivo, neste ano a companhia “tem mais espaço para tomar risco saindo de posições pós-fixadas para entrar em prefixadas”. “Acredito efetivamente num ano de recuperação do efeito do vale de financeiro.”

VISÃO DO MERCADO

XP Investimentos

De acordo com a XP Investimentos, a companhia postou um resultado aquém das expectativas de mercado para o quarto trimestre, implicando um retorno sob patrimônio líquido de 12% no trimestre (ante dado anterior de 18% no quarto trimestre de 2019).

“As principais áreas que impactaram o resultado foram: i) sinistralidade, que aumentou 4,4 pontos percentuais no trimestre para 80% devido a uma combinação de aumento de internações por COVID-19 e a volta dos procedimentos eletivos por usuários; ii) resultado financeiro, que caiu 76% no trimestre para R$ 33 milhões; e iii) por fim, o índice de despesas administrativas piorou 0.9 ponto percentual anualmente e 3.3 pontos percentuais no trimestre para 10.7%”, avalia Marcel Campos, analista da XP.

XP Investimentos reitera recomendação de compra e preço-alvo de R$ 58,00, uma vez que: i) gosta da seguradora no longo prazo; ii) acredita que este trimestre não deva ser tratado como recorrente; e iii) a retomada da economia deve gerar aumento de prêmios para a SulAmérica;

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Governança Corporativa

Desde 12 de setembro de 2007, a Companhia é signatária de contrato de adesão ao Regulamento de Listagem do Nível 2 de  Governança Corporativa da B3, segmento no qual os valores mobiliários da Companhia são negociados e teve seu registro de companhia aberta concedido pela Comissão de Valores Mobiliários – CVM em 3 de outubro de 2007, concluindo a oferta pública primária de distribuição de suas units em 12 de novembro de 2007. As units da Companhia (B3: SULA11) são negociadas na B3 desde 5 de outubro de 2007 e integram as carteiras dos índices IGC (Índice de Ações com Governança Corporativa Diferenciada) e ITAG (Índice de Ações com Tag Along Diferenciado). A SulAmérica também faz parte do índice britânico FTSE4GOOD Index Series, um importante índice que mede o desempenho de empresas que possuem sólidas práticas ambientais, sociais e de governança (ASG).

Composição Acionária

Acionistas Ações ON % do total Ações PN % do total Total de Ações % do total Units % do total
Sulasapar Participações S.A. 303.427.720 50,25% 50.521 0,01% 303.478.241 25,19% 25.259 0,01%
Pessoas Físicas do Controle 8.587.384 1,42% 17.174.774 2,86% 25.762.158 2,14% 8.587.384 2,89%
Conselheiros e Diretores 617.594 0,10% 1.235.188 0,21% 1.852.782 0,15% 617.594 0,21%
Ações em Circulação 270.333.431 44,77% 540.666.913 89,98% 811.000.344 67,32% 269.781.903 90,79%
   BlackRock 15.738.946 2,61% 31.477.893 5,24% 47.216.839 3,92% 15.738.946 5,30%
   Outros 254.594.485 42,16% 509.189.020 84,74% 763.783.505 63,40% 254.042.957 85,49%
Tesouraria 20.869.022 3,46% 41.738.051 6,95% 62.607.073 5,20%
Total 603.835.151 100,00% 600.865.447 100,00% 1.204.700.598 100,00% 297.156.631 100,00%

Desempenho da empresa na B3

No último ano, as ações da SulAmérica oscilaram entre a mínima de R$ 23,08 e a máxima de R$ 57,44. No último pregão antes da divulgação do resultado do 4T20, a empresa fechou em alta de 1,31%, negociada a R$ 36,35.

Confira o histórico da SulAmérica (SULA11)

Período Abertura Máxima Mínima Preço Médio Vol Médio Variação Variação %
1 Semana 37,59 37,59 32,87 35,92 3.273.300 -4,56 -12,13%
1 Mês 41,16 41,43 32,87 38,19 2.713.094 -8,13 -19,75%
3 Meses 44,33 45,44 32,87 41,11 2.544.692 -11,30 -25,49%
6 Meses 45,50 46,06 32,87 41,60 2.482.330 -12,47 -27,41%
1 Ano 56,01 57,44 23,08 42,55 3.237.994 -22,98 -41,03%
3 Anos 20,80 67,88 17,54 40,39 2.363.429 12,23 58,8%
5 Anos 15,90 67,88 14,64 36,26 1.736.318 17,13 107,74%
* Com informações da ADVFN, RI das empresas, Valor, Infomoney, Estadão, Reuters
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