Em 23 de março de 2021, o Cônsul-Geral Amit Mishra discursou no
webinar “Oportunidades na Indústria de Defesa Brasil-Índia”,
organizado pelo IBREI – Instituto Brasileiro de Desenvolvimento de
Relações Empresariais Internacionais e pelo Consulado Geral da
Índia em São Paulo, com o suporte da Sociedade dos Fabricantes de
Defesa da Índia (Society of Indian Defence Manufacturers), do SIMDE
– Sindicato Nacional das Indústrias de Materiais de Defesa, e da
Confederação da Indústria Indiana (Confederation of Indian
Industry).
Em seu discurso, o Cônsul-Geral destacou as recentes reformas
políticas sob a iniciativa AatmaNirbharBharat (Índia
Autossuficiente), que visam impulsionar as exportações e fabricação
do setor de defesa, e sublinhou as oportunidades de colaboração
para a indústria de defesa brasileira.
O Presidente do Comitê de Exportações do SIDM, Sr. Rajat Gupta,
o Vice-Presidente Executivo do SIMDE, Sr. José Cláudio Manesco, e
Assuntos de Política Internacional do SIDM, Sr. Avnish Patnaik,
também discursaram no evento. A sessão virtual foi moderada pelo
Presidente do IBREI, Sr. Maurício Prazak.
Em 2019, quando a Taurus Armas (BOV:TASA3) (BOV:TASA4) e a CBC,
empresas do mesmo grupo, buscaram reduzir sua dependência do
mercado americano – o maior do mundo para armamento leve e suas
munições, fizeram uma escolha estratégica, mirando no país que, de
acordo com relatórios do Fundo Monetário Internacional, tem uma
perspectiva de crescimento econômico superior a da China, devendo
ultrapassá-la nos próximos 10 anos. Assim, a escolha recaiu sobre a
Índia, país que é considerado também uma das maiores potências
militares do planeta, atrás apenas dos EUA, Rússia e China.
Sob qualquer aspecto em que sejam analisados, os números da
Índia são impressionantes:
– com mais de 1,37 bilhão de habitantes, é o país capitalista
mais populoso do mundo;
– é considerada a quarta potência militar do planeta, atrás apenas
dos EUA, Rússia e China;
– suas forças armadas têm mais de 1,3 milhão de
integrantes;
– suas forças de segurança possuem um efetivo de mais de 1,4
milhão de policiais;
– a segurança privada do país conta com mais de 7 milhões de
homens e mulheres;
– nos últimos cinco anos, a Índia foi o segundo maior
importador mundial de armamentos;
– está entre os cinco principais países do mundo com maiores
gastos no setor de defesa;
– tem o 8º PIB do mundo, à frente de países como Itália, Coreia do
Sul, Canadá e Rússia.
Em termos militares e de maneira geral, as forças armadas
indianas possuem armamentos atômicos, bem como aviões, navios,
artilharia e mísseis modernos, em boa parte importados dos EUA,
Rússia e França, pois a indústria nacional é quase toda estatal e
só há alguns anos começou a produzir armamentos mais modernos e
sofisticados.
Com relação ao armamento leve, à exceção de algumas unidades
especiais, a maior parte das forças regulares e a quase totalidade
das forças de segurança ainda usa submetralhadoras, pistolas e
fuzis antiquados produzidos pelas fábricas estatais. Recentemente,
houve uma grande importação de fuzis de assalto americanos e foi
firmada uma joint venture com a Rússia para a
produção local do fuzil de assalto AK-203. A partir daí, diversas
iniciativas semelhantes estão sendo costuradas com empresas de
outros países, sempre com transferência de tecnologia.
É esse enorme hiato criado pela obsolescência das armas leves
que levou o Jindal Group e a Taurus Armas a firmarem
uma joint venture para produzir, na Índia, fuzis
CQB (também chamados de carabinas, para uso a curta distância),
submetralhadoras, pistolas e revólveres destinados, conforme o
caso, às forças armadas, de segurança e ao mercado civil. Motivo
semelhante também norteou a decisão da CBC de produzir munições no
país.
O pioneirismo das duas multinacionais brasileiras, parceiras de
primeira hora do Primeiro-ministro indiano Narendra Modi em seu
Programa Make in India, foi concretizado por meio
das primeiras joint ventures (JV) firmadas dentro
desse programa, com a Jindal Defence & Aerospace e com a SSS
Defence, respectivamente.Junto a este fato, está o de que Grupo
CBC/Taurus passará a fabricar armas e munições na Índia, criando um
ecossistema facilitador completo para o Exército Indiano e para as
demais forças militares, paramilitares e de segurança do país.
A poderosa parceria com o Jindal Group, maior fabricante de aço
da Índia e um dos dez maiores do mundo, também é um fator muito
positivo, pois fornece a segurança política e os respaldos
financeiro e de infraestrutura necessários para as operações
da JV da Taurus nesse país.
Em virtude de a pandemia estar sendo um entrave natural ao
estabelecimento dos parques fabris e ao início das operações das JV
da Taurus e da CBC na Índia, o vídeo abaixo traz uma entrevista do
Cônsul-Geral Amit Mishra ao programa JRMundo da Record TV,
abordando uma ampla gama de tópicos, incluindo o sucesso que a
Índia vem obtendo contra a pandemia da Covid19, a força da sua
indústria de vacinas e a colaboração Índia-Brasil em diversos
campos.
“Nós estamos falando do país que será a maior população
mundial 1,4 bilhões e a maior população de classe média do mundo e
provavelmente a única economia que crescerá de 4 a 6 vezes nos
próximos 20 a 30 anos . Todas as previsões são bem claras de que a
Índia será a segunda maior economia até 2050 . Mas as empresas
brasileiras estão ignorando isso. Nós acreditamos que há uma
grande oportunidade para as empresas brasileiras se
internacionalizarem e olharem para a Índia. Um bom começo foi feito
durante a visita do presidente Bolsonaro, fazendo várias alianças
com a Índia. Desde então, nós vimos bastante interesse em ouvir
sobre a Índia e em entender mais o setor.“, afirmou o
Cônsul-Geral.
Lucro líquido de R$ 263,6 milhões em 2020, alta de 507%
A Taurus Armas registrou lucro líquido de R$ 263,6 milhões em
2020, 507% acima do de 2019.
No acumulado do ano, a receita operacional líquida aumentou
77,4%, para R$ 1,773 bilhão, e o Ebitda somou R$ 461,5 milhões,
crescimento de 260% sobre 2019.
“Os indicadores operacionais atingiram níveis sem precedentes
para a Taurus e a questão do endividamento, que era um aspecto
sensível, foi plenamente equalizada, com a razão de alavancagem
dívida líquida/Ebitda saindo de 11,2 em 2018 para 1,7 ao final de
2020”, destaca a mensagem da administração da companhia.
A Taurus encerrou 2020 com patrimônio
líquido positivo, algo que não acontecia há cinco anos. De
acordo com a companhia, o desempenho foi alcançado “antes do prazo
originalmente considerado pela gestão”.
Fonte LRCA Defense Consulting
FORJA TAURUS PN (BOV:TASA4)
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