A CCR registrou alta de 51,9% no
movimento das rodovias entre os dias 09 a 15 de abril em
comparação com o mesmo período do ano passado. Na comparação
com 2019, houve avanço de 2,8%.
O comunicado foi feito pela empresa (BOV:CCRO3) nesta
sexta-feira (16).
Apesar do crescimento é preciso lembrar que a base de comparação
se refere ao pico de isolamento da Covid-19, vivido entre os
meses de março e maio.
No caso da CCR Mobilidade, que administra linhas de metrô e
barca, houve um avanço de 103,2% no movimento de
passageiros.
A CCR Aeroportos teve alta de 1429% no período.
CCR está pronta para mais 5 leilões
O grupo CCR, que acaba de conquistar a concessão de 15
aeroportos, não pretende parar por aí. A companhia se prepara para
os próximos dois leilões de infraestrutura, ainda em abril: das
linhas 8 e 9 da CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos) e
da rodovia BR-153. Além deles, já estão no alvo a BR-163, a Dutra e
os blocos de rodovias no Paraná. A mensagem é enfática: não faltará
poder de fogo nos próximos projetos, afirmou o presidente, Marco
Cauduro, em conversa com o jornal Valor econômico.
“A empresa está preparada sob todos os aspectos. Os
investimentos não acontecem todos de uma vez, são contratos de
longo prazo, com diferentes ciclos de investimento: alguns são mais
concentrados nos primeiros dez anos, outros são mais espaçados. E,
junto com os investimentos, vem a geração de caixa. Temos estrutura
de capital para aportar mais”, disse o executivo, em sua primeira
entrevista desde que assumiu o cargo, em julho de 2020.
Na última semana, ao vencer o leilão de dois blocos de
aeroportos, a CCR se comprometeu a fazer investimentos de R$
4,7 bilhões ao longo dos próximos 30 anos. Além disso, terá que
desembolsar R$ 2,9 bilhões em outorgas, já nos próximos dias.
Cauduro considera confortável o nível de endividamento do grupo,
que encerrou 2020 com uma alavancagem de 2,9 vezes na relação entre
dívida líquida e Ebtida (lucro antes de juros, impostos,
depreciação e amortização). O índice, usado como referência para
medir a capacidade de contrair novos empréstimos, está dentro dos
limites da empresa, que procura manter o indicar abaixo de 3,5
vezes. “Mas nada nos impede de ultrapassar momentaneamente essa
marca, caso necessário”, diz ele.
O desafio de investimentos dos próximos leilões não é trivial.
Na concessão da CPTM, estão previstos R$ 3 bilhões. Na BR-153, o
valor é de R$ 7,8 bilhões. No caso da Dutra, que é uma prioridade
para a CCR – que já opera a rodovia desde o fim dos anos 1990 -, o
montante chega a R$ 14,5 bilhões, fora as outorgas ofertadas.
Além disso, a companhia enfrenta um momento difícil em suas
concessões, duramente afetadas pela pandemia. No entanto, nada
disso impedirá a CCR de ser competitiva, ressalta, repetidamente, o
presidente: “Mesmo com uma retomada mais tardia, em 2022, estamos
preparados”.
O otimismo da empresa é compatível com o atual ciclo de leilões
de infraestrutura no país. Para Cauduro, há uma conjuntura de
fatores positivos: um portfólio extenso de projetos, editais bem
estruturados, agências reguladoras mais maduras e acesso amplo a
financiamento.
Além disso, nos próximos anos, o grupo verá o fim de contratos
importantes. Até o fim de 2022, deverão se encerrar as concessões
rodoviárias da NovaDutra, da RodoNorte e da ViaOeste – a não ser
que haja prorrogações. Juntos, os três ativos representam cerca de
30% da receita bruta do grupo. Para Cauduro, porém, não há pressão
para renovar a carteira: “Não vamos crescer a qualquer custo. A
reciclagem do portfólio é um processo natural”.
A prioridade da CCR serão as três áreas nas quais já atua:
rodovias (que representa 77% da receita), mobilidade urbana e
aeroportos. “São setores em que temos uma compreensão profunda da
matriz de risco e uma relação estabelecida com a cadeia de
fornecedores”, afirma.
O segmento de aeroportos é o mais recente no portfólio do grupo,
que, até semana passada, tinha uma presença tímida, com três ativos
internacionais (no Equador, na Costa Rica e em Curaçao) e apenas um
no Brasil (Confins, em Belo Horizonte, operado pela BH Airport).
Agora, a empresa passará a gerir mais 15 unidades, nas regiões Sul,
Central e no Nordeste do país.
“Nos tornamos um dos principais operadores do país e teremos um
papel de protagonismo nas novas oportunidades. Trata-se de um
negócio em que escala é fundamental. É importante ter capacidade de
coordenação de oferta, construção de malha, vantagem na negociação
com clientes, fornecedores. A sinergia entre os aeroportos é
grande”, diz.
Ele afirma que há interesse no próximo leilão, em que serão
licitados as “joias da coroa” do setor: Congonhas (dentro de um
bloco regional São Paulo-Mato Grosso do Sul); e Santos Dumont (no
lote Rio de Janeiro-Minas Gerais).
Um dos planos do grupo com os novos ativos é formar “hubs
logísticos” com integração de modais. No Sul, por exemplo, o fato
de a CCR já operar estradas na região elevou o interesse pelo bloco
de aeroportos, diz o presidente.
Com tantas oportunidades nos três setores, a entrada em novos
segmentos ficou em segundo plano, segundo Cauduro. Ainda assim, o
grupo segue estudando novos negócios, como água e esgoto. A CCR
chegou a avaliar a fundo o leilão da Companhia de Saneamento de
Alagoas (Casal), em setembro de 2020. O movimento, porém, foi mais
um esforço de conhecer melhor o mercado do que uma decisão
estratégica. “Reconhecemos que há uma evolução no setor, mas temos
um entendimento da matriz de risco e uma capacidade de precificação
muito menor”, afirma.
A chegada de Cauduro no comando da CCR marcou o fim do processo
de reestruturação interna da empresa, iniciado em 2018, ano em que
veio à tona o envolvimento do grupo em escândalos de corrupção e
caixa 2, em São Paulo e no Paraná.
Desde então, deixaram a companhia mais de 70 executivos, toda a
liderança foi substituída e foram firmados acordos de leniência com
as autoridades, prevendo pagamentos totais de R$ 831,5 milhões –
além dos R$ 71,5 milhões pagos aos executivos que se tornaram
delatores. Os principais acionistas do grupo são a Andrade
Gutierrez, a Camargo Corrêa e a Soares Penido (cada um com uma
fatia de aproximadamente 15%), mas a maior parte das ações (55%)
são negociadas na B3.
A empresa pretende divulgar os resultados do 1T21 no dia 13
de maio.
Lucro líquido de R$ 191 milhões desaba 86,7% em 2020
O grupo CCR registrou lucro líquido de R$ 191 milhões em
2020, queda de 86,7% em relação ao ano de 2019.
No acumulado do ano, a receita líquida foi de R$ 8,941 bilhões,
baixa de 5,8%.
No acumulado de todo 2020, o tráfego teve queda anual de 2,6% –
taxa considerada razoável diante das fortes perdas registradas no
auge da crise. No segundo trimestre do ano passado, o índice chegou
a cair 18,2%.
CCR ON (BOV:CCRO3)
Gráfico Histórico do Ativo
De Mar 2024 até Abr 2024
CCR ON (BOV:CCRO3)
Gráfico Histórico do Ativo
De Abr 2023 até Abr 2024