Itaú e Bradesco lançam fundos para brasileiros investirem em empresas chinesas
20 Abril 2021 - 9:33AM
ADVFN News
Os rivais Bradesco (BOV:BBDC4) e Itaú Unibanco (BOV:ITUB3)
(BOV:ITUB4) estão lançando fundos para brasileiros investirem em
empresas chinesas, animados pela crescente demanda por aplicações
no país asiático, antes tido como uma opção “exótica”. Primeira
economia a se recuperar da pandemia de covid-19, a China tende a
seguir com crescimento robusto, acima de 8% neste ano, no caminho
para se consolidar como maior potência global.
O potencial da China e o interesse dos brasileiros por exposição
neste mercado aguçaram o faro das gestoras brasileiras, que têm se
debruçado em um portfólio sob medida para investidores locais,
desde os clientes de varejo até aqueles mais abastados. A XP,
primeira a desbravar o mundo chinês, há menos de um ano, já atraiu
R$ 1 bilhão em seus produtos somente em 2021 – um deles é um fundo
com aplicação mínima de R$ 100.
“O Brasil está preenchendo uma lacuna e modernizando o acesso
aos investidores. A China deixou há muito tempo de ser um tema
exótico. Passou a ser um ativo básico de alocação em qualquer
carteira global bem diversificada”, diz o sócio responsável por
fundos internacionais da XP, Fabiano Cintra. “É o lugar para se
estar.”
Centro do surgimento da covid-19, a China viu sua economia
saltar 18,3% no primeiro trimestre (na comparação anual), acima do
esperado por analistas. O Fundo Monetário Internacional (FMI)
elevou este mês a projeção de crescimento da China em 2021 para
8,6%, patamar no mundo inferior apenas ao da Índia, que deve
disparar 12%. Em 2022, a expansão deve ficar em 5,6%, novamente um
dos mais altos níveis globais.
Nesse cenário, o Bradesco se aliou a grandes gestoras de
recursos chinesas para lançar um fundo focado em empresas do país
asiático. Com o suporte local, o veículo busca superar o índice
MSCI China e começou a ser ofertado ontem, com foco nos
investidores qualificados, ou seja, com R$ 1 milhão de recursos
alocados no mercado.
“A China é um mercado que vem atraindo a atenção dos brasileiros
e do mundo todo dada a fortaleza de sua economia e a velocidade que
continua crescendo”, afirma o diretor executivo do Bradesco,
Roberto Paris, que assumiu o comando da gestora do banco, a
Bram.
A aposta na China é parte do reforço da Bram em uma prateleira
internacional, iniciado em 2020. Na ocasião, eram R$ 1,5 bilhão de
recursos de clientes brasileiros alocados no exterior, segundo o
superintendente executivo da Bram, Ricardo Eleutério. Hoje, este
número, impulsionado pela queda dos juros e a busca por
diversificação, está perto de R$ 6 bilhões.
Já o Itaú vai lançar até o fim de abril um fundo para ações na
China, adiantou ao Estadão/Broadcast o diretor
comercial da Itaú Asset, Stefano Catinella. “Tem muito cliente que
vê a China saindo mais rapidamente da pandemia na comparação com
outros mercados e quer se aproveitar da tendência de crescimento do
país”, disse.
O fundo vai ter exposição maior em setores de tecnologia,
serviços financeiros, varejo e comunicações. Catinella acredita que
este fundo tem potencial para ter patrimônio semelhante a produtos
do banco voltados para os Estados Unidos, com quase R$ 5
bilhões.
‘Small caps’
A XP, primeira a apostar no potencial chinês, já tem mais de R$
2 bilhões de recursos de investidores locais no país asiático. Para
Cintra, a China é muito grande para ser ignorada. Segundo o sócio
da corretora, a XP planeja um novo fundo para o país, focado em
empresas de menor porte, as small caps. “Os unicórnios vão aparecer
na China, cada vez mais. Há espaço ainda para fundos temáticos,
como os voltados à tecnologia chinesa”, diz. Ele vê um alto
potencial: de quase R$ 6 trilhões do mercado brasileiro, somente 1%
está alocado fora.
ITAU UNIBANCO ON (BOV:ITUB3)
Gráfico Histórico do Ativo
De Mar 2024 até Abr 2024
ITAU UNIBANCO ON (BOV:ITUB3)
Gráfico Histórico do Ativo
De Abr 2023 até Abr 2024