A Gol Linhas Aéreas teve prejuízo líquido de R$ 2,505 bilhões no primeiro trimestre deste ano, antes da participação minoritária, um aumento de 10,8% ante o mesmo período de 2020.

A receita operacional líquida caiu 50,2% no período, para R$ 1,567 bilhão.

A receita de transporte de passageiros caiu 51,8%, para R$ 1,4 bilhão. A receita de transporte de carga apresentou queda de 26,7%, para R$ 151 milhões.

O Ebitda – juros, impostos, depreciação e amortização – ajustado somou R$ 353,8 milhões no trimestre, queda de 75,4% na comparação anual. A margem Ebitda, que foi positiva em 45,7% no 1TRI do ano passado, ficou negativa em 4,6% nos primeiros três meses de 2021

No período, os custos e despesas operacionais da companhia aérea caiu 1,5 % e totalizou R$ 2,090 bilhões. Do total, o maior custo foi com combustível de aviação que somou R$ 566,1 milhões, queda de 43,5%, na mesma base de comparação.

Ao final do trimestre, a dívida líquida somava R$ 14,801 bilhões, 27,7% maior que o mesmo período do ano anterior.

A alavancagem, medida pela relação dívida líquida por ebitda, era de 11,4 vezes, 8,8 ponto percentual (pp) maior que o mesmo período de 2010.

Ao final do trimestre, a empresa tinha uma frota operacional média de 127 aviões, que exclui aeronaves subarrendadas em MRO.

A empresa continua sob impacto da falta de demanda no mercado, na esteira das limitações impostas pela pandemia. No primeiro trimestre, a Gol transportou 4,5 milhões de passageiros pagantes, queda de 46,1% na comparação com o primeiro trimestre de 2020.

“Desde o início da pandemia, a companhia mantém a agilidade necessária para ajustar sua oferta de acordo com as oscilações de demanda, e isso permanece como nosso diferencial. Felizmente, já estamos constatando um declínio promissor nessa segunda onda de casos de covid-19, com a taxa de transmissão do vírus no Brasil caindo abaixo de 1 pela primeira vez desde novembro de 2020. A Gol tem observado a correspondente retomada da recuperação das vendas de passagens ao longo das últimas semanas”, disse o presidente da empresa, Paulo Kakinoff, em nota.

Segundo o executivo, ao observar os mercados dos Estados Unidos e Reino Unido, que estão mais avançados no ritmo de vacinação, a estimativa da empresa é que o Programa Nacional de Imunização (PNI) tenha impacto positivo na normalização da demanda por transporte aéreo no Brasil.

Os resultados da Gol (BOV:GOLL4) referentes suas operações do primeiro trimestre de 2021 foram divulgados no dia 29/04/2021. Confira o Press Release na íntegra!

Teleconferência

A empresa informou ontem que a retomada do mercado deve começar já neste segundo trimestre e com menos chances de frustração diante da solução já dada para o vírus: a vacina. A aposta é de que, com o desenrolar da campanha, o mercado volte a patamares pré-pandémicos entre dezembro deste ano e janeiro de 2022. Em meio ao caos no setor aéreo por causa da pandemia de covid-19, a Gol traz perspectivas positivas no horizonte próximo.

“Em dezembro passado tivemos demanda que foi 80% do que foi o mercado doméstico pré-covid. Em dezembro e janeiro próximos, na temporada de verão, podemos ter demanda idêntica ao que tínhamos antes da covid ou até superior”, disse, ontem, o presidente da Gol, Paulo Kakinoff, em conferência com analistas e jornalistas.

Kakinoff disse que nas últimas três semanas o número de reservas tem crescido em média 10%. O tráfego, no mesmo período, tem subido na casa dos 4% por semana. O executivo usou como referência o desempenho favorável das aéreas nos Estados Unidos agora com a vacinação acelerada.

Mesmo com o otimismo, a empresa sabe que não tem um céu de brigadeiro pela frente no curto prazo. Sua capacidade planejada para o segundo trimestre é 40% menor do que o realizado no primeiro. A estimativa da empresa é operar 63 aeronaves, 70% da frota média operada ao final do ano passado.

 A Gol espera fechar o segundo trimestre com uma liquidez de R$ 4,2 bilhões e dívida líquida de R$ 14,8 bilhões, em linha com o registrado no primeiro trimestre.

Kakinoff disse que mesmo com os percalços, a estimativa de que a população acima de 60 anos já estará vacinada até o fim do segundo trimestre é quase certa. A imunização dessa faixa, segundo ele, é fundamental para o aumento da demanda.

A maior dúvida está na retomada do mercado corporativo, que deve demorar até três anos para encontrar uma nova estabilidade. “Algo em torno de 20% das viagens corporativas não deve retornar à mesma frequência que tínhamos antes”, disse Kakinoff.

Os executivos da Gol comemoraram o desfecho positivo para a incorporação da empresa de fidelidade Smiles. A disputa se desenrolava há anos e em março os acionistas das duas companhias disseram sim para o acordo.

De acordo com Richard Lark, diretor de relações com investidores da Gol, a união das duas empresas trará sinergias operacionais e financeiras de mais de R$ 400 milhões por ano.

Pela proposta da Gol, o investidor de Smiles pode escolher receber 80% em ação e 20% em dinheiro ou o contrário. Não é permitido 100% em dinheiro. “Espera-se que a escolha preferencial dos investidores seja a opção de mais ações”, disse Lark. A aposta é que pelo menos 70% dos investidores Smiles optem por este caminho. Falta ainda o acionista de Smiles definir qual modelo de conversão vai adotar. O processo começará em maio.

Pelos cálculos de Lark, o custo em dinheiro para selar o negócio vai de R$ 301 milhões, caso 100% dos investidores da Smiles escolham a proposta de maior quantidade de ações, a R$ 538 milhões, com 70% dos investidores escolhendo mais ações.

“Existe, segundo nossas premissas, mais caixa disponível na Smiles do que será necessário para fechar a transação”, disse. A Gol estima que a empresa de fidelidade fechará o segundo trimestre de 2021 com R$ 600 milhões de caixa.

VISÃO DO MERCADO

Credit Suisse 

Os analistas do Credit Suisse Regis Cardoso e Henrique Simões lembraram que a dívida líquida da empresa aérea aumentou em R$ 1,8 bilhão nos primeiros meses de 2021, de R$ 13 bilhões para R$ 14,8 bilhões, no comparativo trimestral. Entretanto, a dupla reiterou que a maior parte da dívida é de longo prazo, quando o cenário em relação às vacinas tende a melhorar.

A Gol registrou prejuízo líquido de R$ 2,5 bilhões, em parte devido ao efeito de R$ 1,5 bilhão negativos da variação cambial no resultado financeiro, de acordo com o Credit.

Em relatório, o banco apontou que os resultados reportados pela companhia aérea foram impactados pela menor demanda de voos devido às restrições mais rígidas de lockdown e desvalorização do real.

Credit Suisse mantém recomendação neutra com preço-alvo de R$ 19,00…

Goldman Sachs 

O Goldman Sachs afirmou hoje em relatório que o anúncio feito ontem pela Gol, de promover um aumento de capital de até R$ 512 milhões, poderia “aliviar” as preocupações do mercado em relação uma posição de liquidez suficiente para cobrir o endividamento de curto prazo da companhia.

“No entanto, em nossas estimativas, mesmo sem isso, a companhia aérea parece ter liquidez suficiente para cobrir sua dívida de curto prazo”, enfatizaram os analistas Bruno Amorim, João Frizo e Osmar Camilo.

A equipe do banco de investimento estima ainda que a Gol está pronta para uma recuperação acentuada, assim que a onda atual de covid-19 no Brasil se dissipar, com ganhos potenciais de participação de mercado diante da concorrência enfraquecida. A companhia também divulgou hoje os resultados do primeiro trimestre de 2021.

Goldman Sachs mantém recomendação de compra com preço-alvo em R$ 27,70…

GOL PN (BOV:GOLL4)
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