A PetroRio teve prejuízo líquido atribuível aos controladores de R$ 39,8 milhões no primeiro trimestre de 2021, ante lucro líquido de R$ 46,2 milhões no mesmo período de 2020.O resultado foi impactado negativamentepelo efeito contábil (não-caixa) da variação cambial e da depreciação e amortização dos novos ativos.

O Ebitda – juros, impostos, depreciação e amortização – somou R$ 407,7 milhões no período, o que corresponde a um salto de 176% na comparação com o primeiro trimestre de 2020, com margem de 62%.

A receita líquida da companhia somou R$ 655,3 milhões entre janeiro e março, alta de 194,0% em relação ao mesmo intervalo do ano anterior.

Segundo a companhia, o aumento nas receitas refletiu o crescimento de 33% no volume de óleo vendido em comparação ao primeiro trimestre de 2020. O aumento é fruto da conclusão da aquisição pela PetroRio de 80% de participação da Dommo no campo de Tubarão Martelo, na Bacia de Campos, em agosto do ano passado.

As receitas também refletem a alta no preço médio do barril de petróleo tipo Brent no período, que teve um aumento de 21% na comparação com o ano anterior.

A produção da PetroRio no 1º trimestre ficou em 31,3 mil barris de óleo equivalentes por dia, aumento de 34% na comparação com igual período em 2020, devido principalmente à conclusão da aquisição da participação no campo de Tubarão Martelo, além da finalização da compra de 30% do campo de Frade, em fevereiro de 2021. Ambas as áreas estão localizadas na Bacia de Campos.

Os resultados da PetroRio (BOV:PRIO3) referentes suas operações do primeiro trimestre de 2021 foram divulgados no dia 03/05/2021. Confira o Press Release completo!

Teleconferência

Em conferência com analistas sobre os resultados do primeiro trimestre, o executivo disse que a companhia está analisando a possibilidade da nova emissão desde que realizou seu aumento de capital, em janeiro.

“Tivemos diversas conversas com mais de 30 casas desde fevereiro para entender quais seriam as taxas e os custos. Estamos analisando com bastante carinho a possibilidade de emissão de bonds”, disse.

Segundo Monteiro, o petróleo produzido pela PetroRio no campo de Frade, na Bacia de Campos, está sendo vendido com um desconto de US$ 1,5 a US$ 2 por barril em relação à referência Brent, enquanto a produção dos campos de Polvo e Tubarão Martelo tem descontos de US$ 3 a US$ 3,5 por barril.

Segundo o executivo, o problema na plataforma de produção no campo de Polvo, na Bacia de Campos, supreendeu a PetroRio, operadora da área.

O FPSO Polvo, operado pela BW Offshore, teve uma parada de produção de dez dias em fevereiro para manutenção corretiva em uma caldeira. Segundo Monteiro, a PetroRio está “tomando as devidas providências” sobre o assunto.

Com o descomissionamento do FPSO Polvo, que opera no campo, até julho, a área passará a produzir por meio da plataforma do campo vizinho, Tubarão Martelo, também operado pela PetroRio. O projeto de conexão dos campos está em andamento.

“Nessa fase final [de afretamento do FPSO Polvo] estamos percebendo complicações, paradas em equipamentos. Estamos colocando todos os esforços necessários para ter uma boa operação, com segurança e bons números, e, na medida do possível, levar até o final do contrato em boas condições”, disse o diretor de operações da PetroRio, Francilmar Fernandes.

Os executivos diferenciaram as falhas no FPSO de Polvo dos problemas operacionais registrados em uma bomba instalada em um dos poços do campo de Tubarão Martelo, que vai ser substituída. “Essa questão faz parte do dia-a-dia da companhia. São coisas que acontecem e não nos surpreendem tanto”, disse Monteiro.

Segundo Monteiro, a previsão é que a licitação ocorra na primeira quinzena de julho. “Até agora, não notamos nenhuma mudança da Petrobras em relação ao processo”, disse.

O presidente da PetroRio afirmou que o mercado para aquisição de campos maduros no Brasil continua “bastante relevante”.

“De maneira geral, há várias empresas capitalizadas, mas com muito foco em processos de venda da Petrobras. Nossa ideia é olhar também para processos bilaterais, que não passam necessariamente pelos da Petrobras”, explicou.

“Temos várias oportunidades de investimentos e estamos trabalhando nelas”, disse.

O executivo descartou, no entanto, que a PetroRio possa participar de processos de aquisição de campos terrestres (onshore). “Não temos o onshore no nosso radar. Campos terrestres podem ser interessantes, mas têm outro tipo de operação. São coisas muito diferentes”, explicou.

VISÃO DO MERCADO

Bradesco BBI

“Acreditamos que os resultados da PetroRio foram positivos para o case de investimento, à medida que a empresa continua a entregar eficiências e geração de fluxo de caixa sólida. Além disso, esperamos que os acordos para a retirada ordenada da produção de petróleo (offtakes) alcancem entre 3-3,5 milhões de barris nos próximos trimestres, o que refletiria melhor a produção atual da empresa. Além disso, a confortável posição de caixa continua, fornecendo o apoio necessário para buscar novos caminhos de crescimento, como a aquisição dos 36% restantes de participação na Wahoo e participações no cluster Albacora”, avaliam os analistas do Bradesco BBI.

Safra

O lucro da PetroRio no 1T21 reflete volumes de vendas sequencialmente menores, parcialmente compensados pelos preços mais altos do petróleo. O volume vendido pode diferir da produção e no 1T21 as vendas foram equivalentes a aproximadamente 73% da produção.

Os eventos operacionais a serem observados nos próximos meses são a conclusão do tieback dos campos de Polvo e Tubarão Martelo (e seu impacto nos custos), a produção do novo poço sendo perfurado em Polvo (com conclusão prevista para 2T21), e o conclusão do Poço 10 em Tubarão Martelo.

A receita líquida trimestral atingiu R$655 milhões (-25% T/T), devido ao menor volume de vendas no período (-48% T/T), conforme já divulgado pela PetroRio.

Este impacto foi parcialmente compensado pelo maior preço médio de venda (+ 34% T/T), reflexo da alta dos preços do Brent. O Ebitda ajustado totalizou R$428 milhões (-8% T/T) e o custo de perfuração caiu 3% em relação ao trimestre anterior, para 14,3 US$ / bbl.

A companhia registrou prejuízo líquido de R$40 milhões no 1T21, impactado negativamente pela variação cambial. A produção no 1T21 foi 4% superior ao trimestre anterior (+34 A/A), beneficiada pela aquisição dos 30% restantes no Campo de Frade (concluído em fevereiro de 2021).

O tieback entre os campos de Polvo e TBMT (que começou em agosto de 2020) está 61% concluído e tem conclusão prevista para julho de 2021. A operação deve resultar em uma redução de custos de US $ 40-50 milhões por ano, devido às sinergias e ao descomissionamento de o FPSO atualmente locado para Polvo. Após a conclusão do tieback, deverá ocorrer a conclusão do Poço 10 em Tubarão Martelo.

Além disso, o poço que está sendo perfurado no Eoceno de Polvo tem previsão de início de produção no 2T21. Posição de caixa líquido. Após a oferta de ações subsequente de R$2,0 bilhões realizada em janeiro, a empresa encerrou o trimestre com uma posição de caixa líquido de R$1,2 bilhão.

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