Eletrobras: medidas da MP da privatização devem elevar custos do setor elétrico, dizem especialistas
21 Maio 2021 - 11:06AM
ADVFN News
Especialistas do setor elétrico criticaram o texto-base aprovado
na noite de quarta-feira pela Câmara dos Deputados que autoriza o
governo a privatizar a Eletrobras (BOV:ELET3) (BOV:ELET5)
(BOV:ELET6). A avaliação é que o relatório apresentado pelo relator
da matéria na Casa, deputado Elmar Nascimento (DEM-BA), interfere
em questões de planejamento da área, ao definir sua expansão por
meio de usinas térmicas e de hidrelétricas de pequeno porte
(PCHs).
Editada em 23 de fevereiro, a medida provisória prevê a diluição
da atual participação do governo no capital da estatal, dos atuais
60% para 45%, por meio da oferta de novas ações no mercado. A MP
foi aprovada na Câmara por 313 votos a favor e 166 contra. O texto
segue agora para o Senado, onde tem de ser votado até 22 de junho,
quando perde a validade. “Acho um absurdo completo, porque o
relator se meteu em questões de planejamento do setor elétrico”,
disse o diretor do instituto Ilumina, Roberto D’Araújo.
Para ele, as medidas previstas no relatório devem elevar os
custos do setor, que serão refletidos nas tarifas de energia, e não
o contrário como o governo tem defendido. “Baixar tarifa deveria
ser atacando os custos de geração, e não da forma como estão
propondo, que é pegar o dinheiro da Eletrobras e colocar para
cobrir a tarifa alta”, disse ele, ao explicar que, após o fim do
dinheiro, os custos de geração continuarão pressionando os custos
para o consumidor final.
O presidente da consultoria PSR e ex-presidente da Empresa de
Pesquisa Energética (EPE), Luiz Barroso, tem opinião semelhante. Na
avaliação dele, a contratação de térmicas é “muito ruim” porque
atribui ao Legislativo a atividade de planejamento do setor
elétrico, ignorando as atividades já realizadas pelo Ministério de
Minas e Energia (MME).
“Leva para o universo político uma discussão que é técnica. A
definição de compra compulsória de tecnologias pode resultar em
ineficiências e pressionar ainda mais uma tarifa já pressionada”,
afirmou.
O ex-presidente da EPE Maurício Tolmasquim também acredita que,
da forma como a MP foi aprovada, traz novos custos para o setor,
alguns dos quais terão de ser financiados pela Conta de
Desenvolvimento Energético (CDE), para arcar com o valor mais caro
da energia vendida pelas PCHs. “Tem uma série de novos custos e
imposições que foram colocadas sobre o consumidor de energia, que
terá impacto grande sobre a tarifa”, afirmou ele.
Eletrobras (ELET3): lucro líquido de R$ 1,6 bilhão no 1T21,
alta de 31%
A Eletrobras fechou o
primeiro trimestre com lucro líquido de
R$ 1,609 bilhão, uma alta de 31% frente aos R$ 1,228
bilhão de igual período do ano passado.
Segundo a estatal, o lucro do primeiro trimestre sofreu o
impacto positivo dos resultados da transmissão, em decorrência da
Revisão Tarifária Periódica com efeitos a partir de julho de
2020.
O resultado da última linha do balanço poderia ser ainda melhor
se não fosse pelas provisões para contingências de R$ 932 milhões,
com destaque para R$ 436 milhões relativos às contingências
judiciais que discutem a correção monetária de empréstimo
compulsório
A receita operacional líquida atingiu R$
8,208 bilhões no período, 8% superior ao mesmo trimestre do ano
anterior. A receita operacional líquida recorrente, que engloba
receita do Procel, registrou alta 8% e somou R$ 8,200 bilhões na
mesma base de comparação.
Informações Broadcast
ELETROBRAS PNA (BOV:ELET5)
Gráfico Histórico do Ativo
De Mar 2024 até Abr 2024
ELETROBRAS PNA (BOV:ELET5)
Gráfico Histórico do Ativo
De Abr 2023 até Abr 2024