Banco Inter celebraram com a Stone, um acordo de investimento,
por meio do qual a Stone se comprometeu a subscrever ações
ordinárias e/ou certificados de depósito de ações, correspondentes
à participação acionária mais próxima, que possa ser obtida, sem
exceder, a 4,99% do capital social total do Banco Inter, limitado a
um valor do investimento de R$ 2,5 bilhões, no âmbito de oferta
pública de ações do Inter, no valor fixado, já considerando o
desdobramento em curso, de R$ 19,28 por ação ordinária e
preferencial e R$ 57,84 por Unit.
O fato relevante foi feito pela empresa (BOV:BIDI3) (BOV:BIDI4)
(BOV:BIDI11) nesta segunda-feira (24). Saiba mais…
No âmbito do Acordo de Investimento, o acionista controlador do
Inter concordou em ceder à Stone seu direito de prioridade na
Oferta, observados os requisitos legais aplicáveis. Ainda, na data
da liquidação da Oferta, será celebrado um acordo de acionistas,
nos termos do qual o acionista controlador do Inter outorgará, em
favor da Stone, o direito de preferência à aquisição de ações, em
determinadas transferências de ações do Inter previstas no Acordo
de Acionistas, exercível em caso de alienação do controle do Inter,
durante o prazo de 6 (seis) anos a contar da data de sua
celebração, desde que eventual oferta de terceiro considere um
prêmio sobre o valor de cotação das ações do Inter inferior a
certos patamares previstos no referido Acordo de Acionistas.
No âmbito do Acordo de Investimento, Inter e Stone envidarão
seus melhores esforços para iniciar uma discussão a fim de explorar
oportunidades de negócio que possam potencializar a força de ambas
companhias para a criação de um ecossistema que conecta compradores
a vendedores, que serão beneficiados com os melhores produtos
financeiros e um grande canal de vendas.
Os exemplos de oportunidades que podem ser estudadas a fim de
criar esse valor mútuo incluem: conectar os clientes da Stone ao
Inter Shop, promovendo a digitalização desta base de clientes, e
proporcionando uma experiência mais completa e uma jornada omni
canal para os clientes Inter; digitalizar a experiência de
pagamentos entre clientes Inter e varejistas Stone, tanto online
quanto offline; explorar oportunidades de cross-selling de produtos
tais como crédito e meios de pagamento, que enriqueçam a
experiência e proposta de valor para clientes de ambas companhias;
e alavancar a força do funding do Inter para maior eficiência nas
ofertas de capital de giro da Stone, além de oferecer aos clientes
do Inter outras oportunidades de investimento em renda fixa, por
meio de cotas de FIDCs.
No contexto da Oferta, a administração do Inter convocará
Assembleia Geral Extraordinária, a realizar-se, em primeira
convocação, em 24 de junho de 2021, para aprovar a alteração do
artigo 6º de seu Estatuto Social, com o objetivo de aumentar o
capital autorizado, para o valor de R$ 12 bilhões.
Ações do Banco Inter saltam quase 25%
As ações do Banco Inter saltaram quase 25% na segunda-feira, 24,
fechando a R$ 223,29, depois de a empresa de maquininhas Stone ter
anunciado, que vai investir até R$ 2,5 bilhões no banco digital. Em
paralelo a esse investimento, o Inter anunciou que vai realizar uma
oferta de primária de ações subsequente (follow-on). O investimento
dará à Stone, empresa brasileira listada na Bolsa de tecnologia
americana Nasdaq, uma vaga no conselho de administração do banco
digital, que ganhou R$ 11 bilhões em valor de mercado em apenas um
dia.
O preço por ação que a Stone concordou em pagar é de R$ 57,84 e
leva em consideração o desdobramento dos papéis na proporção de um
para três, aprovado na última semana pelo banco. Esse investimento
colocará a Stone ao lado dos atuais controladores do Banco Inter –
a família Menin, também dona da construtora MRV, comanda o negócio
e detém 35,35% do capital.
A empresa fechará um acordo de acionistas com os atuais
controladores do Inter. Por meio dele, terá direito de preferência
caso haja mudança no controle do banco. Esse direito terá validade
de seis anos e estará sujeito a determinados limites de preço.
O JPMorgan foi o assessor financeiro da Stone. A assessoria
legal ficou por conta de Spinelli Advogados, Mattos Filho, Veiga
Filho, Marrey Jr. e Quiroga Advogados.
Nova listagem
Em paralelo ao investimento de R$ 2,5 bilhões que receberá da
Stone, o Banco Inter está na fase final de estudos para ser listado
na Nasdaq. De acordo com comunicado enviado pela instituição à
Comissão de Valores Mobiliários (CVM), a atual base acionária será
transferida para uma nova empresa, nas Ilhas Cayman.
Isso resolveria um questionamento antigo ao preço das ações do
Inter, visto como caro por parte do mercado. Após a ida à Nasdaq,
essa nova empresa teria Brazilian Depositary Receipts (BDRs) a
serem negociados na B3.
O Inter justifica a mudança ao afirmar que, com a criação de um
ecossistema de produtos e serviços que vai além do setor bancário,
tem a pretensão de atingir alcance global.
De acordo com relatório do Citi, a parceria com a Stone concede
ao Inter acesso a canais de distribuição de última geração e
capacidades no segmento de pequenas e médias empresas, segmento no
qual o banco tem investido recentemente.
VISÃO DO MERCADO
BTG Pactual
O BTG avalia que o acordo entre a Stone e o Banco Inter foi uma
“surpresa absolutamente positiva”. O banco avalia que o follow on
para o pagamento da parceria pode chegar a R$ 5 bilhões. Outro
ponto destacado pelo BTG é o fato de o Inter estar concluindo os
estudos de sua reestruturação societária, com o objetivo de se
listar na Nasdaq.
Segundo relatório do BTG, divulgado nesta manhã, o Banco Inter,
a Stone, os clientes e os acionistas ganham com a parceria. Há
pouco, Banco Inter (#BIDI4) disparava 15,98% (R$ 207,45) e Stone,
listada na Nasdaq, avançava 0,87% (US$ 63,44).
Citi
O Citi, no entanto, não vê a situação sob o mesmo prisma. “A
parceria é de fato complementar aos negócios de Stone, mas vem com
um preço alto, incerteza sobre monetização e competição elevada
entre os bancos digitais”, dizem os analistas Gabriel Gusan, Jörg
Friedemann e Karina Salva Martins. Sendo assim, o Citi mantém
recomendação “neutra” para as ações da Stone. O preço-alvo em 12
meses é de US$ 69.
Lucro líquido de R$ 20,8 milhões no 1T21, revertendo
prejuízo
O Banco Inter registrou lucro líquido de R$ 20,8
milhões no primeiro trimestre, revertendo prejuízo de
R$ 8,4 milhões registrado no primeiro trimestre do ano passado.
O Inter encerrou março com 10,2 milhões de clientes, com
expansão anual de 106%.
As receitas totais atingiram R$ 541,8 milhões no 1T21,
crescimento anual de 95%, impulsionadas pelas receitas de prestação
de serviços.
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