Ministro de Minas e Energia afirma que conta de energia vai cair com a capitalização da Eletrobras
17 Junho 2021 - 9:21AM
ADVFN News
O ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, afirmou que a
conta de energia vai cair com a capitalização da Eletrobras
(BOV:ELET3) (BOV:ELET5) (BOV:ELET6). A autorização para o processo
está em análise no Congresso por meio de uma Medida Provisória
(MP). O texto já foi aprovado na Câmara e aguarda análise pelo
Senado. A votação foi adiada para esta quinta-feira, 17, após o
relator da matéria na Casa, Marcos Rogério (DEM-RO) apresentar seu
parecer.
“Dentro do que temos acompanhado, não vai ter conta para viúva
ou Tesouro. Muito pelo contrário, acredito que o consumidor
brasileiro vai ser beneficiado. Aquilo que está no relatório do
senador Marcos Rogério, e o que foi aprovado na Câmara dos
Deputados, já fizemos avaliação por parte do governo e não há custo
extraordinário para o consumidor”, disse em entrevista
à CNN Brasil.
O ministro reforçou que o processo de capitalização da estatal é
de suma importância para o País e para o enfrentamento da crise
hidrológica.
Questionado sobre os dispositivos que obrigam o governo a
contratar térmicas a gás, mesmo em locais onde não há insumo e
gasodutos, Albuquerque afirmou que os empreendimentos não vão
onerar quem participar do processo de capitalização da empresa. Ele
disse ainda que as usinas já estavam previstas no planejamento do
setor para os próximos anos.
“Esses recursos vão ser despendidos dentro dos leilões de
energia que nós temos. As termoelétricas já estavam previstas no
Plano Decenal de energia, e foram aprovados recentemente pelo
Congresso leilões de reserva de capacidade. E é aí que as
termoelétricas a gás vão entrar, com valores do último leilão que
foi realizado em 2019, com preços corrigidos, muito mais baixos que
estamos hoje pagando pela geração termoelétrica”, afirmou.
Associações de diversos setores têm rebatido o discurso do
governo e sustentam que os “jabutis”- como são chamados trechos
estranhos à proposta original – vão encarecer a conta de energia de
todos os consumidores do País. As entidades pedem que o Senado
retome o texto enviado pelo Executivo em fevereiro.
Crise hídrica
Bento Albuquerque também disse que o presidente da Câmara dos
Deputados, Arthur Lira (Progressistas-AL), se confundiu ao comparar
a crise hídrica que o País enfrenta neste ano com a de 2001, quando
a população e as empresas foram obrigadas a diminuir a carga em 20%
para evitar um apagão. Albuquerque voltou a falar que a situação
atual é completamente diferente.
Na quarta-feira, Lira se reuniu com Albuquerque para discutir
ações que estão sendo tomadas para enfrentamento da crise hídrica,
a pior já registrada em 91 anos. Após a reunião, o deputado não foi
claro sobre as perspectivas de abastecimento e afirmou que “vai ser
mais ou menos parecido com o que aconteceu em 2001”, ano em que o
País impôs restrições ao consumo de energia.
“Ele fez comparações porque eu disse que tudo está sendo
analisado, estudado, o que ocorreu em 2001, o que ocorreu em 2014
(quando houve uma seca severa, mas não teve racionamento),para
termos um planejamento. Temos mais de 25 ações, algumas já
implementadas, outras em implementação e outras que serão
implementadas se necessário. Talvez no uso das palavras ele não
tenha se expressado no que conversamos durante a manhã”, disse
Albuquerque na entrevista à CNN Brasil.
De acordo com o ministro, em 2001 o País não contava com um
sistema interligado de energia elétrica como tem hoje. “As linhas
de transmissão duplicaram de 2001 a 2021. E nossa matriz elétrica
em 2001, que era muito mais dependente de hidrelétricas, cerca de
85%, é diferente da de hoje, que depende cerca de 65% da geração
hidráulica”, afirmou.
O ministro disse que o governo estudou diversas alternativas,
incluindo a edição de uma Medida Provisória que institui a Câmara
de Regras Operacionais Excepcionais para Usinas Hidrelétricas
(CARE), que poderá prever, entre outras medidas, estabelecer um
“programa de racionalização compulsória de energia elétrica”. O
texto foi revelado pelo Estadão/Broadcast no
último sábado, 12.
Esse comitê poderá também determinar mudanças imediatas na vazão
das hidrelétricas sem aval de agentes, Estados, municípios e de
outros órgãos, como Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos
Recursos Naturais Renováveis (Ibama) e a Agência Nacional de Águas
(ANA).
“Numa situação como estamos vivendo, de crise hídrica, as
decisões têm de ser tomadas tempestivamente, com uma boa governança
e de forma organizada e coordenada. É isso que se estuda em uma
eventual Medida Provisória”, disse.
Informações Estadão
ELETROBRAS PNA (BOV:ELET5)
Gráfico Histórico do Ativo
De Mar 2024 até Abr 2024
ELETROBRAS PNA (BOV:ELET5)
Gráfico Histórico do Ativo
De Abr 2023 até Abr 2024