TIM: C6 encaminhou à TIM, há algumas semanas, uma notificação pedindo a rescisão do contrato
02 Agosto 2021 - 12:00AM
ADVFN News
Um ano após firmarem parceria para captação de clientes em troca
de ações, o C6 Bank e a TIM entraram em um processo que pode
resultar no fim do casamento.
O Estadão/Broadcast apurou que o C6 encaminhou à
TIM, há algumas semanas, uma notificação pedindo a rescisão do
contrato. A resposta da tele foi um “não”, acompanhado de uma
liminar judicial garantindo a manutenção do acordo.
Sem entendimento entre as partes, a TIM (BOV:TIMS3) decidiu
recorrer à arbitragem para assegurar que o contrato continue de pé.
O processo corre no Centro de Arbitragem e Mediação da Câmara de
Comércio Brasil-Canadá. Enquanto não há desfecho da arbitragem, o
contrato entre as partes continua vigente graças ao efeito da
liminar.
O que está em jogo é uma parceria firmada em março de 2020, pela
qual os clientes da tele que abrem uma conta no C6 ou pagam suas
recargas e faturas por lá ganham bônus no pacote de dados. É uma
forma de incentivo para aumentar a base de usuários no banco
digital. Em troca, a operadora recebe ações do C6. A fatia no bolo
aumenta à medida que a tele encaminha clientes para o parceiro.
O Estadão/Broadcast apurou que a TIM pode
atingir até 14,5% no C6. Com um detalhe precioso: a tele não pode
ser diluída em caso de potenciais aumentos de capital ou entrada de
novos sócios – algo sensível para o banco, que vislumbra uma
abertura de capital em Bolsa no futuro.
Desde o começo do acordo, 3 milhões de usuários da operadora já
abriram contas no C6, o que representa um terço do total de seus 9
milhões de clientes. Isso já garantiu à tele 2,9% na instituição
financeira. Mantido o ritmo atual, de 400 mil clientes convertidos
por mês, a operadora pode atingir a fatia de 14,5% em cerca de três
anos.
Aos olhos do C6, a sócia não está mobilizando todos os
investimentos para fazer impulsionar a parceria. Apesar do ganho de
3 milhões de contas, o movimento estaria muito abaixo do potencial,
pois a operadora tem 50 milhões de clientes no País.
A escala é um passo vital na estratégia de crescimento do C6,
banco digital jovem, fundado em 2018 pelo empresário Marcelo Kalim,
e que até a metade do ano passado contava com 2 milhões de
clientes.
Para as fintechs – startups do ramo financeiro -, a escala é
necessária como forma de diluir os custos das operações. Essas
empresas não têm lojas físicas e, em geral, se diferenciam dos
“bancões” por não cobrarem tarifas por manutenção de conta ou
cartões. A tática é ganhar dinheiro com os juros das operações de
crédito e outros serviços.
Já a TIM não quer nem ouvir falar em rescisão de contrato porque
o negócio está se revelando extremamente lucrativo. No último
trimestre, a companhia pagou R$ 12,4 milhões pelo direito de
subscrição de 2,9% de ações no C6 – ativo contabilizado no balanço
a R$ 323 milhões.
A parceria ficou ainda mais atrativa depois de o banco americano
de investimentos JPMorgan comprar 40% do C6, por cerca de R$ 10
bilhões, segundo apurou a reportagem – o que implica valor de
mercado de R$ 25 bilhões para o C6. Portanto, se a TIM chegar a
14,5% de participação no negócio, isso representaria R$ 3,6
bilhões.
Com as receitas de telecomunicações estagnadas, as operadoras
têm buscado parcerias para usar sua gigantesca base de clientes
como vitrine na venda serviços de outros setores, em troca de
comissões ou ações. A TIM fechou este mês acordo com a Kroton para
a criação de uma empresa de cursos a distância.
Procurados, TIM e C6 disseram que não comentam a arbitragem. A
TIM informou, em seu balanço, que o processo de arbitragem servirá
para discutir a “interpretação de determinadas cláusulas dos
contratos que regem a parceria”.
TIM registra lucro líquido normalizado de R$ 681 milhões
no 2T21
A operadora de telecomunicações TIM registrou lucro líquido
normalizado de R$ 681 milhões no segundo trimestre deste ano,
aumento de 154,7% sobre igual período de 2020. O lucro antes de
juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) normalizado
somou R$ 2,101 bilhões, alta de 5,9% na mesma base de
comparação.
A receita líquida totalizou R$ 4,407 bilhões, avanço de 10,5%
sobre igual período do ano anterior. De acordo com a empresa, o
indicador confirma a trajetória de recuperação observada desde o
terceiro trimestre de 2020. “Esse cenário é justificado por
melhorias operacionais e pelo avanço da recuperação econômica do
País, mesmo após a segunda onda de contaminação entre os meses de
março e abril, e é confirmado por um crescimento de 1,5% versus o
primeiro trimestre. Também contribuiu para um crescimento mais
forte uma base comparativa menor, uma vez que os principias
impactos da pandemia de covid-19 ocorreram durante o segundo
trimestre de 2020, ainda na primeira onda”, explicou a TIM.
TIM ON (BOV:TIMS3)
Gráfico Histórico do Ativo
De Fev 2024 até Mar 2024
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