A Americanas S.A. (BOV:AMER3) informa que seus assessores
financeiros mantiveram contato preliminar com os assessores da
Lojas Marisa (BOV:MAR3) para uma eventual oportunidade de
aquisição, mas que neste momento não há qualquer tipo de
formalização de interesse por parte da Americanas.
Com a confirmação da negociação, as ações ON da Marisa fecharam
com forte alta de 6,79% na Bolsa brasileira (B3) nesta sexta-feira,
6. No entanto, os papéis da Americanas tiveram baixa de 2,41%.
“A Americanas sempre monitora, no curso normal de seus negócios,
inclusive por meio de seus assessores financeiros, potenciais
oportunidades no mercado. Nesse contexto, os assessores da
Americanas mantiveram contato preliminar com os assessores da
Marisa Lojas, sendo que não há qualquer tipo de formalização de
interesse por parte da Americanas”, disse a empresa, em nota
divulgada nesta sexta-feira.
Ao mesmo tempo, a Lojas Marisa informou que contratou a
assessoria da Lazard para avaliar alternativas de otimização de sua
estrutura de capital (incluindo sua unidade de negócios Mbank,
voltada ao crédito). No entanto, disse que, neste momento, não há
qualquer acordo concreto para a realização de uma operação, seja
com as Americanas S.A., ou com outro participante de mercado. A
varejista também está sendo assessorada pelo Credit Suisse na
operação.
O fato relevante faz parte de um longo esforço da Lojas Marisa
de encontrar um parceiro de negócios para sair do momento de
dificuldades em que vive. Já faz alguns anos que a empresa busca
alternativas de mercado para uma venda. No passado, segundo apurou
o Estadão, a família Goldfarb, controladora do negócio, já manteve
conversas com a Renner e a própria Americanas, mas elas não
prosperaram.
A aposta, agora, é que dentro do conceito de marketplace – em
que as grandes varejistas precisam ter um leque muito maior de
produtos para vender -, a Americanas esteja avaliando a Marisa para
ampliar seu portfólio. Além disso, seria uma oportunidade, dada à
baixa avaliação do negócio na Bolsa e também ao fato de a Marisa
estar sendo oferecida por bancos de investimento ao mercado há
bastante tempo.
A Lojas Americanas tem demonstrado que pode ser agressiva em sua
expansão. Há exatamente um ano levantou em uma oferta de ações na
Bolsa brasileira quase R$ 8 bilhões, com o acionista controlador,
um veículo de investimento do trio Jorge Paulo Lemann, Marcel
Telles e Carlos Alberto Sicupira, injetando novos recursos na
empresa.
E o primeiro movimento já foi dado neste ano, com a aquisição da
Uni.Co, dona das marcas conhecidas nos corredores de shoppings
Imaginarium e Puket, ajudando a empresa a reforçar seu portfólio e
a ganhar uma nova via de crescimento no formato de franquias.
Tradição na classe C
De acordo com uma fonte de mercado, o último “boom” vivido pela
Marisa foi há cerca de dez anos, na época da explosão do consumo da
classe C. Nessa época, a companhia empreendeu um forte projeto de
expansão e chegou a 400 lojas, inclusive investindo em nichos, como
o de lingerie. No entanto, quando a crise veio, a partir de 2014,
atingindo em cheio à baixa renda, a companhia começou a sofrer.
Desde então, passou por diversas mudanças, que resultaram na
saída da família fundadora da gestão do negócio e, posteriormente,
do conselho da companhia. Mesmo assim, o negócio seguiu enfrentando
dificuldades. Recentemente, para otimizar o espaço dentro das
lojas, fechou parceria como Magazine Luiza para a abertura de
quiosques de venda de celulares em suas unidades (cerca de 170
destes já foram abertos).
No primeiro trimestre de 2021, a companhia teve prejuízo de R$
53,4 milhões, uma queda de 50% em relação ao resultado negativo
obtido no mesmo período do ano anterior, que havia sido de R$ 107,1
milhões. Entre janeiro e março, a companhia viu as vendas no varejo
caírem 30%. Em 2020, a companhia havia tido um prejuízo de R$ 432
milhões; no ano anterior, antes do início da pandemia, a perda, foi
de R$ 91 milhões.
A Lojas Americanas pretende divulgar os resultados do
2T21 no dia 12 de agosto.
Prejuízo líquido de R$ 163 milhões no 1T21, com despesas
maiores com vendas e expansão da Ame
A Lojas Americanas registrou no primeiro trimestre de
2021 prejuízo líquido consolidado de R$ 163 milhões uma
alta de 231% em relação ao mesmo período de 2020, já que despesas
maiores com vendas e para expansão de seu braço financeiro Ame
ofuscaram na última linha o forte crescimento das vendas.
A receita líquida avançou 29% ante o
ano anterior, para R$ 5,232 bilhões. Porém, as despesas
cresceram 50%, para R$ 1,17 bilhão, em meio a maiores gastos com
vendas e de marketing da plataforma digital, além de investimentos
na Ame.
O Ebitda – lucro antes de juros,
impostos, depreciação e amortização – somou R$ 461,5 milhões,
queda de 21,5% na comparação anual. Entre janeiro e março, o
resultado financeiro líquido ficou negativo em R$ 297,7 milhões,
uma piora de 5,7% na comparação com o mesmo período de 2020.
Informações Broadcast
Americanas ON (BOV:AMER3)
Gráfico Histórico do Ativo
De Mar 2024 até Abr 2024
Americanas ON (BOV:AMER3)
Gráfico Histórico do Ativo
De Abr 2023 até Abr 2024