Petrobras: FUP diz que causa dos reajustes dos combustíveis é a política de paridade de importação adotada pela estatal
01 Outubro 2021 - 2:45PM
ADVFN News
A Federação Única dos Petroleiros (FUP) disse que a causa dos
reajustes dos combustíveis é a política de paridade de importação
adotada pela Petrobras, já que os demais componentes são atrelados
ao preço na refinaria.
“O verdadeiro culpado pelos sucessivos reajustes dos
combustíveis é a política de preço de paridade de importação (PPI),
adotada pela gestão da Petrobras, que se baseia nas cotações
internacionais do petróleo, na variação do dólar e nos custos de
importação, sem levar em conta que o Brasil produz internamente
cerca de 90% do petróleo que consome. Não adianta o jogo de empurra
em busca de responsáveis pela alta dos derivados. O ICMS e as
margens de distribuidoras e postos são percentuais cobrados sobre o
preço na refinaria, quando a Petrobras sobe, tudo isso sobe”,
afirmou o coordenador geral da Federação Única dos Petroleiros
(FUP), Deyvid Bacelar, em nota.
O dirigente acusou a estatal e o governo federal, acionista da
companhia, de tentar enganar a população ao se isentar da
responsabilidade pela disparada dos preços dos combustíveis, ao
mesmo tempo em que autorizaram mais um reajuste no preço do óleo
diesel.
Ontem, a Petrobras (BOV:PETR3) (BOV:PETR4) aumentou em 8,9% o
preço do óleo diesel nas refinarias, para R$ 3,06 o litro, de R$
2,81, refletindo reajuste médio de R$ 0,25 por litro, após 85 dias
de estabilidade. O novo preço começou a valer a partir desta
quarta-feira (29).
“Só neste ano, o produto acumula alta de 50,9% nas refinarias,
um valor mais de sete vezes superior à inflação do período (7,02%),
medida pelo IPCA (Índice Nacional de Preço ao Consumidor)”, disse a
FUP.
Segundo a federação, a alta acumulada do diesel nas refinarias
da Petrobras já alcança 60,1%, tendo com base o início da pandemia
do coronavírus, em março de 2020. Durante o governo do
presidente Jair Bolsonaro, o aumento chega a 66,1%, com efeitos em
cascata, impactando diversos custos de produção, transportes e
preços dos alimentos.
Em relação à gasolina, a alta nas refinarias é de 45,7% no ano,
com forte impacto na inflação, e de 80% de janeiro de 2019 até
hoje.
A entidade destaca que é no gás de cozinha que a desigualdade
social do país fica ainda mais evidente, penalizando, sobretudo, as
famílias mais pobres. No ano, o aumento é de 38,1%. Nas refinarias,
os preços do produto subiram 87%, no governo Bolsonaro, até agora e
75,3% desde o início da pandemia.
PETROBRAS
A Petrobras e o governo federal vêm sendo criticados pelos
reajustes de combustíveis, mas a empresa continua a reiterar a
política de preços de combustíveis, que leva em conta a paridade
com preços internacionais do petróleo e o câmbio, e o argumento de
que é responsável apenas por uma parte da composição de preços da
gasolina, do diesel e do gás de cozinha, e que possíveis mecanismos
que pudessem reduzir os preços de combustíveis, cabem ao governo,
que estuda alternativas, e não à companhia.
A estatal afirma que evita repassar a volatilidade excessiva de
preços do petróleo e oscilações que sejam apenas conjunturais, mas
acompanha possíveis mudanças estruturais e citou o crescimento
sazonal da demanda de por óleo diesel no hemisfério norte como
fator de influencia para o aumento dos preços no período.
Em campanha lançada recente nas redes sociais, a estatal diz que
recebe apenas R$ 2 do preço final do litro da gasolina e ressalta o
peso do ICMS sobre o combustível, virou alvo de uma ação civil
pública do Distrito Federal e 12 estados, que pede a sua suspensão.
Na ação, que tramita na 18 Vara Cível de Brasília, os estados
entendem que o vídeo feito pela estatal como “publicidade abusiva e
que viola os princípios da transparência, confiança e boa-fé”.
Informações Agência CMA
PETROBRAS PN (BOV:PETR4)
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De Mar 2024 até Abr 2024
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