Banco Inter se prepara para transferir sua base acionária para a Nasdaq
08 Outubro 2021 - 11:48AM
ADVFN News
O Banco Inter se prepara para transferir sua base acionária
para a Nasdaq, bolsa americana que congrega os papéis do setor de
tecnologia. Lá, com suas ações ao lado das de empresas que também
põem o crescimento como prioridade, mesmo que em detrimento da
rentabilidade a curto prazo, sua tese pode ser mais bem
compreendida.
Até o mercado doméstico, que vem castigando os papéis do Inter a
cada rumor ou frustração com números reportados, chancelou ao seu
modo a iniciativa de migração para outra praça. Perante a notícia,
divulgada antes da abertura do pregão desta quinta-feira, de que
foi dada a largada no processo, com a contratação de bancos que vão
coordenar a transferência de sua liquidez para a Nasdaq, as units
do Inter foram valorizadas em 12,15%.
Mesmo toda essa valorização não bastou para zerar as perdas do
mês. E, cotadas a R$ 46,60, as units ainda estão muito distantes do
patamar dos R$ 80, que chegaram a alcançar em julho. Os motivos
apontados para as baixas são diversos. Nesta semana, os
investidores teriam se decepcionado com o nível de provisão para
créditos de liquidação duvidosa, as chamadas PDDs, que na prévia
operacional divulgada pela instituição na segunda-feira apareceram
mantidas no terceiro trimestre em 2,5% de sua carteira de crédito
ampliada.
No fato relevante divulgado nesta manhã, o Inter (BOV:BIDI11)
informou que contratou Bank of America, Bradesco BBI, JPMorgan e
Itaú BBA como assessores financeiros para a reorganização
societária que culminará com a transferência de seu capital para a
bolsa americana. O primeiro passo será a migração de sua base
acionária para a Inter Platform, sediada nas Ilhas Cayman. A partir
daí será feita a listagem na Nasdaq, com desdobramento em Brazilian
Depositary Receipts (BDRs), que serão negociados na B3.
O Inter também informou que firmou acordo com o Softbank, atual
detentor de uma participação de 14,49% no Inter, apoio para a
operação. O Softbank receberá BDRs, ou ações da classe A de emissão
da Inter Platform, correspondentes à fatia que detém
atualmente.
As ações da classe A dão direito a um voto e serão as negociadas
no mercado americano e também lastrearão as BDRs. Na reorganização,
a família Menin, controladora do Inter, receberá ações de classe B,
cada uma com direito a 10 votos. Assim, deterão 35% das ações do
banco, mas 84% do capital votante.
Informações Broadcast