O lucro líquido da Companhia Siderúrgica
Nacional (CSN) no terceiro trimestre deste ano chegou a R$ 1,325
bilhão, um aumento de 5% na comparação com o mesmo período de 2020.
Em relação ao segundo trimestre, houve uma queda de 76% em razão da
piora do desempenho operacional, especialmente no segmento de
mineração, além do impacto das despesas financeiras e da maior
provisão para imposto de renda no período, resultado de diferenças
temporárias.
“Por sua vez, o lucro líquido acumulado do ano atingiu R$ 12,5
bilhões frente a um lucro líquido de apenas R$ 396 milhões
registrado no mesmo período de 2020, o que atesta o excelente
desempenho registrado ao longo de 2021”, diz a CSN em seu relatório
de resultados.
O Ebitda – lucro antes de juros, impostos,
depreciação e amortização – ajustado atingiu R$ 4,296 bilhões no
terceiro trimestre, um avanço de 23% ante o mesmo período de 2020,
mas na comparação com o segundo trimestre deste ano foi registrada
queda de 47%.
“Além de ter observado um menor volume de vendas em razão da
estratégia comercial realizada no período (resultando em aumento de
cargas não vendidas), ainda teve um impacto importante do preço
realizado (queda do índice Platts e efeito não recorrente do
período cotacional) e do aumento do custo de frete”, escreveu a
empresa.
Contudo, a CSN afirma ser importante pontuar “o efeito não
recorrente das reversões de provisão de receita, além das cargas
não vendidas que devem impactar positivamente o resultado do
4T21.”
A receita líquida ficou em R$ 10,246
bilhões no terceiro trimestre, aumento de 18% em relação ao mesmo
período do ano passado e uma queda de 33% na comparação com o
trimestre imediatamente anterior.
Segundo a companhia, o resultado refletiu a queda de preço e de
volume no segmento de mineração, além do menor volume de aço
comercializado entre julho e setembro.
As vendas de aço caíram 23% no ano a ano, para abaixo de 1
milhão de toneladas: 982 mil. O mercado externo viu a queda de 15%,
em relação ao terceiro trimestre do ano passado, enquanto o
interno, de menos 26%. As quedas em relação ao 2º trimestre de 2021
foram parecidas: 21% e 24%, respectivamente.
As vendas de minério de ferro também viram retração, 11% no ano
a ano, para 8,183 milhões de toneladas. Na comparação com o
trimestre anterior, a queda foi de 10%.
“A forte redução do preço do minério com significativa reversão
de provisão de receitas de períodos anteriores, além de maiores
custos com frete, reduziram significativamente o resultado da
mineração” no período, explicou a empresa.
“Estratégia de priorizar margens resultou em queda no volume de
vendas e gerou maior volume de cargas a caminho da China sem venda
concluída, o que deve impactar positivamente os números do 4TRI21”,
sublinhou.
O custo dos produtos vendidos totalizou R$ 5,942 bilhões no 3º
trimestre, cifra 16% menor em comparação com o 2º trimestre, em
razão, principalmente, “da diminuição do volume de vendas nos
segmentos de mineração e siderurgia”.
Segundo a empresa, essa situação está em linha com a estratégia
comercial de priorizar margens em detrimento de volume e acabou por
compensar a evolução do custo de algumas matérias primas
necessárias para o processo produtivo.
Por fim, a CSN reportou uma dívida líquida
ajustada de R$ 14,775 bilhões, mas com disponibilidades de caixa de
R$ 16,649 bilhões.
Assim, a relação entre a dívida Líquida e Ebitda foi de 0,64
vez, ante 3,67 vezes de um ano antes e 0,60 vez do final do segundo
trimestre deste ano.
Os resultados
da CSN (BOV:CSNA3) referente
suas operações do terceiro trimestre de 2021 foram divulgados
no dia 04/11/2021. Confira o Press Release
completo!
VISÃO DO MERCADO
Ágora
Reconhecemos que os riscos aumentaram nos últimos meses, no
entanto, o preço das ações já incorpora uma deterioração
significativa nos fundamentos (basicamente implicando uma correção
para os níveis de meio de ciclo já em 2022).
Isso é excessivamente pessimista em nossa opinião, já que não
esperamos uma interrupção relevante nos fundamentos do aço e do
minério de ferro. A CSN é negociada a 1,7x EV/EBITDA 2022, contra
cerca de 4,0x que consideramos justo para este ponto do ciclo.
Os principais destaques foram: números muito mais fracos do que
o esperado na divisão de minério de ferro, devido aos preços
realizados (impacto não recorrente de ajustes provisórios de
preços) e desempenho de custos; o EBITDA da divisão de aço de cerca
de R$ 2,9 bilhões registrou melhora sequencial, suportado pelos
preços domésticos (+ 20% frente ao 2T21), parcialmente compensado
por menores vendas (-23% vs 2T21) e maiores custos; a dívida
líquida ajustada atingiu aproximadamente R$ 14,8 bilhões, com a
relação dívida líquida/EBITDA em 0,6x (estável vs. 2T).
Bradesco BBI
O Bradesco BBI comentou que os números vieram muito mais fracos
do que o esperado na divisão de minério de ferro, devido à fraca
realização de preços (impacto não recorrente de ajustes provisórios
de preços) e desempenho de custos.
O banco também destaca que a CSN é negociada a 1,7x EV / EBITDA
2022, contra aproximadamente 4,0x que considera justo para a
empresa.
Bradesco BBI mantém recomendação de compra com
preço-alvo de R$ 67,00.
BTG Pactual
A Companhia Siderúrgica Nacional (CSN) apresentou balanço
de terceiro trimestre fraco, diz o BTG Pactual, puxado pela queda
nos preços do minério durante o período. No entanto, o segmento de
aço foi um destaque positivo, vindo acima das expectativas.
“O preço médio de realização do minério caiu 56% na comparação
trimestral, 32% abaixo da nossa estimativa, impactado por ajustes
provisionais”, escrevem os analistas Leonardo Correa e Caio
Greiner.
Mesmo assim, o relatório estima que a CSN teve boa geração
de fluxo de caixa livre, com forte liberação de capital de giro, e
mantendo a alavancagem controlada.
“O balanço mostrou duas histórias diferentes: resultados de aço
resilientes (com realização de preço vindo 5% acima da projeção) e
mineração abaixo do esperado”, destacam os analistas.
BTG Pactual tem recomendação de compra para CSN com preço-alvo
de R$ 43,00…
Citi
O resultado da Companhia Siderúrgica Nacional
(CSN) veio fraco, mas já esperado, diz o Citi, com o
Ebitda (lucros antes de juros, impostos, depreciação e amortização)
sendo afetado pela queda que o minério de ferro sofreu no terceiro
trimestre.
No segmento de aço da CSN, o
resultado veio em linha. Os embarques, destaca o banco americano,
tiveram queda de 23% na comparação trimestral, mas fala que se deu
por conta de uma decisão comercial da empresa para sustentar os
preços.
“O preço doméstico do aço subiu 20% sobre o segundo trimestre,
acima do esperávamos, com rolagem de contratos industriais”,
comenta.
O Citi tem recomendação neutra para CSN com preço-alvo em R$
28,00…
* Com informações da ADVFN, RI das empresas, Valor, Infomoney,
Estadão, Reuters
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