Grupo Randon lança empresa que se dedicará exclusivamente ao nióbio
09 Dezembro 2021 - 9:30AM
ADVFN News
Poucos meses depois de anunciar a descoberta de um novo método
para a obtenção de nanopartículas de nióbio, a companhia gaúcha
Randon (BOV:RAPT3) (BOV:RAPT4) e sua controlada Fras-le (BOV:FRAS3)
acabam de lançar oficialmente uma empresa que se dedicará
exclusivamente a esse novo negócio. Batizada Nione, terá como foco
o uso da tecnologia em materiais em diversas indústrias, como a
siderúrgica e a automobilística – a última já é o foco principal de
atenção do grupo com mais de 70 anos de estrada, conhecido pela
produção de implementos rodoviários.
O nióbio, metal que nos últimos anos ganhou fama por conta das
exaltações que recebe do presidente Jair Bolsonaro, tem sido uma
aposta da indústria automotiva e poderá ser peça-chave na corrida
pelos carros elétricos. O País responde hoje por 90% da produção de
nióbio no mundo, com boa parte do volume concentrado na CBMM, que
pertence à família Moreira Salles.
O material permite potencializar as características de outros
insumos – provendo mais durabilidade e diminuindo o peso, algo
relevante na medida em que se busca mais sustentabilidade da
indústria automobilística. A patente relativa à obtenção das
nanopartículas de nióbio já foi requerida pela Fras-le.
Vice-presidente do Grupo Randon e presidente da Fras-le, Sergio
Carvalho aponta que o desenvolvimento desse novo produto começou em
2017, momento em que o grupo criou uma divisão dedicada a novas
tecnologias. “Estávamos em busca de melhorar as propriedades
mecânicas de uma determinada peça e descobrimos esse processo de
manufatura, com benefícios em relação ao peso e à
sustentabilidade”, diz.
Segundo o executivo, um dos problemas do uso do nióbio era seu
alto custo, o que inviabilizava seu uso em escala comercial –
questão que pode ser resolvida com as nanopartículas. “Fizemos um
tambor de freio com o uso de nióbio que melhorou a durabilidade em
40%, mas o preço também subiu 40%. Com a nanotecnologia, o custo
subiu apenas um pouco, o que ajudou a equacionar o
custo-benefício”, conta.
A descoberta deve ser colocada em breve no mercado. Em parceria
com a catarinense Weg, o grupo aplicou as nanopartículas de nióbio
em tintas automotivas. Em testes, uma peça de revestimento à base
dessa solução suportou a ação de agentes corrosivos por cerca de
mil horas. Essa mesma tinta já foi utilizada para revestir os
discos de freio, produto muito exportado aos EUA. Para Carvalho, o
produto deverá ser bem recebido no mercado norte-americano por
conta do elevado grau de corrosão nos veículos no inverno por conta
da neve, por exemplo.
Pé no acelerador
Os últimos anos têm sido de rápido crescimento da Randon. A
empresa tem hoje 28 unidades produtivas, com produtos presentes em
100 países. Nos últimos cinco anos, a empresa fez 13 aquisições,
com seu total de funcionários passando de 8 mil para 15 mil. Com a
Nione, que acaba de ser lançada, a empresa já possui 40 CNPJs.
Professor titular do departamento de Química da Universidade
Federal de Minas Gerais (UFMG), Luiz Carlos Oliveira afirma que a
maior demanda do nióbio vem dos aços especiais para a indústria
automobilística. No entanto, o professor da UFMG afirma que há
estudos para o uso do metal em outras indústrias, o que deve
aumentar ainda mais a demanda pelo nióbio. Ele conta que a startup
Nanonib, criada no parque tecnológico da UFMG, desenvolveu uma
partícula que, a partir do nióbio, é capaz de eliminar o
coronavírus – o produto aguarda liberação da Agência Nacional de
Vigilância Sanitária (Anvisa).
Informações Broadcast
RANDON PART ON (BOV:RAPT3)
Gráfico Histórico do Ativo
De Mar 2024 até Abr 2024
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