A Cielo, líder do setor de adquirência no País, obteve
lucro líquido de R$ 336,9 milhões no quarto
trimestre de 2021, uma alta de 13% na comparação com o mesmo
período do ano anterior e de 59% ante o trimestre imediatamente
anterior.
A Cielo afirma que o resultado do trimestre se beneficiou “do
crescimento dos volumes capturados, da expansão do negócio de
antecipação de recebíveis, bem como do melhor desempenho das
subsidiárias, em especial a Cateno”.
A receita operacional líquida ficou em R$ 3,141
bilhões no quarto trimestre, alta de 3,9% em relação ao mesmo
período de 2020 e de 4,4% ante o trimestre anterior. No ano, a
receita líquida aumentou 4,5% em relação a 2020, para R$ 11,685
bilhões.
O Ebitda – juros, impostos, depreciação e
amortização – totalizou R$ 789,5 milhões entre outubro e
dezembro do ano passado, maior patamar desde o primeiro trimestre
de 2019.
De acordo com a Cielo, o indicador reflete a “trajetória de
melhoria das operações que vem sendo observada em todas as linhas
de negócios”.
Os resultados de adquirência (Cielo Brasil) vêm sendo
impulsionados pela recuperação dos volumes capturados, que
apresentaram crescimento de 11% sobre 2020; por um sólido controle
de gastos; e pela expansão dos produtos de prazo, soluções que
ajudam nossos clientes a gerir melhor seu fluxo de caixa ao
permitir o recebimento em até dois dias úteis de seu fluxo de
vendas por cartões de crédito.
Entre essas soluções, destaque para o Receba Rápido, cuja
penetração apresentou forte crescimento no volume capturado junto
aos clientes dos segmentos Varejo e Empreendedores, atingindo 45%
no último trimestre de 2021, ante 32% em igual período do ano
anterior.
O volume financeiro de transações capturado pela Cielo Brasil
foi de R$ 208,4 bilhões no 4T21, maior da história para um
trimestre, apresentando crescimento de 9,3% sobre o 4T20 e de 15,9%
sobre o trimestre anterior.
O volume financeiro de transações com cartões de crédito
apresentou crescimento de 17,8% sobre o mesmo período do ano
anterior, enquanto as transações com cartões de débito registraram
queda de 0,7%.
Os gastos totais da Cielo no período foram de R$ 676,7
bilhões,5,8% maiores que o visto no mesmo período de 2020.
Os chamados produtos de prazo, soluções que permitem aos
clientes da Cielo antecipar seus fluxos de recebíveis, oriundos de
transações a crédito à vista e parcelado, apresentaram um novo
salto de penetração no segmento de varejo e empreendedores,
atingindo 44,8% no 4T21, ante 40,8% no 3T21. Tais soluções incluem
aquisições de recebíveis, realizadas por meio de FIDC e o Receba
Rápido, modalidade em que todo o fluxo é creditado aos
estabelecimentos em até 2 dias, mesmo em transações com cartão de
crédito.
Os resultados da
Cielo (BOV:CIEL3) referente a suas operações do
quarto trimestre de 2022, foram divulgados no dia
02/02/2022. Veja o Press Release!
→ Calendário de Balanços B3: confira quando as
empresas divulgarão seus resultados do 4T21
Teleconferência
A Cielo seguirá evitando usar subsídios para disputar clientes e
será cautelosa com produtos de crédito, disse seu
presidente-executivo, Gustavo Sousa, enquanto a maior empresa de
pagamentos do país luta para estancar uma queda das margens que
voltou a aparecer no quarto trimestre e pressionava suas ações.
“Os subsídios que parte do mercado de adquirência vem praticando
são insustentáveis”, disse Sousa nesta quinta-feira, durante
teleconferência com jornalistas.
“Os resultados de adquirência (Cielo Brasil) vêm sendo
impulsionados pela recuperação dos volumes capturados, que
apresentaram crescimento de 11% sobre 2020 prazo, soluções que
ajudam nossos clientes a gerir melhor seu fluxo de caixa ao
permitir o recebimento em até dois dias úteis de seu fluxo de
vendas por cartões de crédito”, destacou a empresa.
O CEO da Cielo, Gustavo Sousa, disse que os negócios de
antecipação de recebíveis são a grande prioridade da companhia.
“Observamos os movimentos da concorrência e estamos reformulando
a nossa atuação para que a gente não erre também. Com certeza isso
está nos nossos planos [crédito]. Não estamos com produto pronto
para lançar, mas a gente está pensando em como também atuar junto
aos nossos clientes com mais essa alternativa”, disse.
A companhia trabalha com produtos de antecipação de recebíveis
que têm risco muito pequeno de crédito, frisou.
Segundo a Cielo, a principal razão para o recuo da base é a
suspensão na política de concessão de subsídios para terminais de
captura (POS) na modalidade de venda, que impacta principalmente as
afiliações de empreendedores.
A companhia disse que a queda na base de clientes ativos e
varejo se deu por contração na base de clientes do segmento
empreendedores, reflexo da redução do subsídio a esse segmento
anunciada pela companhia no ano passado. “Como o mercado continua
adotando essa estratégia de oferecer subsídios, a perda reflete
isso”, disse Gustavo Sousa, CEO da Cielo.
A companhia destaca o Receba Rápido, cuja penetração apresentou
forte crescimento no volume capturado junto aos clientes dos
segmentos Varejo e Empreendedores, atingindo 45% no último
trimestre de 2021, ante 32% em igual período do ano anterior.
“Queremos voltar a crescer no segmento do varejo e com
rentabilidade trazida pelos produtos de antecipação”, explicou.
Sousa destacou ainda que frente ao aumento do custo de captação,
a companhia já deu início a um movimento de reprecificação de
produtos e que isso tende a ser uma realidade também para a
concorrência.
“Quando há um ciclo de aperto monetário é natural que você tenha
um encarecimento de todo produto, seja de antecipação [de
recebíveis] seja de crédito”, disse para comentar os resultados do
quarto trimestre de 2021.
“A gente está com esse posicionamento de que é um fato, tem que
haver reprecificação e já começamos o ano fazendo esses
movimentos.”
VISÃO DO MERCADO
BB Investimentos
A Cielo apresentou um resultado que consideramos como positivo e
que pode significar uma virada na trajetória da companhia para um
crescimento mais pujante.
A empresa apresentou elevação nas suas receitas de seus dois
principais pilares, Cielo e Cateno, ao passo que seus custos e
despesas operacionais cresceram em ritmo mais lento no mesmo
período. A conjunção desses dois fatores, permitiu a companhia
apresentar uma elevação de 9,2% no seu lucro operacional no
comparativo com o mesmo período do ano passado. O resultado
financeiro foi negativo, o que encaramos com normalidade diante do
cenário de elevação de juros. Na última linha, destacamos o
crescimento do lucro líquido de 13% a/a.
Do ponto de vista dos dados operacionais, destacamos o aumento
do volume de transações com melhora do mix, favorável às transações
com cartão de crédito. A Cateno continua apresentando crescimento
acelerado de dois dígitos tanto no volume financeiro quanto nas
suas receitas e vem se tornando um pilar estratégico importante
para o resultado agregado da companhia.
Destacamos, também, o crescimento das antecipações de recebíveis
em 2 dias (Receba Rápido), que passou a representar 13,7% do volume
financeiro de cartão de crédito no geral sendo que, no segmento
Varejo e Empreendedores, representou cerca de 40% do volume.
Ainda que nosso cenário base para a Cielo aponte para um
potencial de valorização significativo (+50% até o final do ano)
mantemos nossa visão de que a companhia precisa demonstrar
resiliência e consistência em seus dados operacionais para que
reavaliemos nossas premissas e recomendação.
BB Investimentos mantém recomendação neutra com preço-alvo de R$
3,50…
Bradesco BBI
O Bradesco BBI, por sua vez, acredita que os resultados devem
ser bem recebidos pelo mercado, tendo em vista a melhora sequencial
nas operações principais (Cielo Brasil + Cateno).
Em suma, veem a Cielo negociando a um múltiplo baixo de 7,6
vezes o preço sobre lucro projetado para 2022, embora destaque que
as tendências de receita – especialmente na Cielo Brasil – podem
continuar desafiadoras ao longo de 2022, com declínio em sua base
de clientes e pressão de rendimento de receita, que pode impedir
uma reclassificação mais forte das ações no curto prazo.
Bradesco BBI tem recomendação neutra, com
preço-alvo de R$ 3,00…
Credit Suisse
Já o Credit Suisse enxerga os resultados da Cielo como negativos
porque a superação do lucro foi totalmente relacionada a uma
reversão do imposto de renda, com o lucro antes dos impostos
realmente ausente das estimativas. Na frente operacional, as
melhorias não eram claras. Os resultados operacionais foram um mix
de “negativos” da Cielo e “positivos” da Cateno.
Credit Suisse mantém recomendação neutra com preço-alvo de
R$ 2,50.
Genial Investimentos
O lucro recorrente da Cielo no 4T21 de R$ 300,2m superou as
nossas expectativas e do mercado, mas com pouca evolução em relação
ao mesmo período do ano passado. Nós esperávamos R$ 283m e o
mercado R$ 222,5m, 6% e 34,9% abaixo do reportado,
respectivamente.
O lucro reportado de R$ 337m veio um pouco acima do recorrente,
pois inclui 2 não-recorrentes de venda de ativos no montante de R$
36,7m, líquido de imposto. O resultado foi impulsionado
principalmente pelo crescimento modesto das receitas na Cielo e
Cateno, ganho de eficiência e alíquota efetiva de imposto bem
menor.
Do lado negativo, os principais detratores do lucro foram a
continuidade do prejuízo da Merchant-e, pressão nas despesas de
pessoal e resultado financeiro impactado pela alta da Selic. O
volume de cartão de débito não evoluiu a/a, ficou parado em R$ 86b
no 4T21, provavelmente impactados pelo PIX, sistema de pagamento
instantâneo do Banco Central.
Seguimos observando desafios relevantes para 2022. Dentre eles
podemos destacar: desafio maior em continuar crescimento de volumes
com base de comparação mais forte de 2021; pressão de preços dada a
grande competição; maior pressão no resultado financeiro includindo
custo de funding dado aumento da Selic média (11,13% em 2022 vs.
4,39% em 2021), e; continuidade da venda de subsidiárias
periféricas que geram prejuízos, com destaque para a Merchant-e,
que já vinha sendo negociada.
Genial tem recomendação de compra com preço-alvo de R$ 3,30…
Itaú BBA
Segundo o Itaú BBA, a companhia reportou números em linha com as
expectativas do mercado para Volume Total de Pagamentos (TPV),
receita líquida e custos e despesas.
O Itaú BBA aponta que a evolução do resultado foi impulsionada
por dois fatores: ganho não recorrente de R$ 37 milhões; e uma
alíquota efetiva de imposto menor que a esperada como resultado do
pagamento de juros sobre capital próprio.
Itaú BBA mantém recomendação market
perform com preço-alvo de R$ 5,20…
* Com informações da ADVFN, RI das empresas, Valor, Infomoney,
Estadão, Reuters
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