A companhia de transmissão de energia Taesa registrou lucro líquido de R$ 423,1 milhões no quarto trimestre de 2021, um recuo de 43,6% sobre o lucro líquido de R$ 750,1 milhões registrado no quarto trimestre de 2020.

Segundo a Taesa, explica o resultado os menores investimentos nos empreendimentos em construção com impacto negativo na margem de implementação de infraestrutura da companhia; o aumento das despesas financeiras líquidas; e o IGP-M menor registrado entre os períodos comparados (0,02% no 4T21 contra 11,24% no 4T20), que afetou negativamente a receita de correção monetária e a equivalência patrimonial.

“A baixa aconteceu em função dos menores investimentos nos empreendimentos em construção, uma vez que estão na sua fase final de conclusão, e de maiores despesas financeiras líquidas, resultado da alta do IPCA e do CDI e do aumento da alavancagem”, disse a empresa.

A receita líquida do 4T21 foi de R$ 717,0 MM, 38,7% menor que o 4T20, em função da redução da correção monetária do ativo contratual e da implementação de infraestrutura, em parte compensada pelas maiores receitas de operação e manutenção e pela remuneração do ativo contratual.

Ebitda – lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização – cresceu 55,8% na comparação com igual etapa de 2020, totalizando R$ 447 milhões. Já a margem Ebitda alcançou 81,1% no 4º trimestre de 2021, alta de 6,2 pontos percentuais na comparação com igual trimestre de 2020.

O Resultado de Equivalência Patrimonial Regulatória no 4T21 totalizou R$ 26,0 milhões, 18,8% menor que o registrado no 4T20.

De acordo com a Taesa, o desempenho é explicado basicamente pelas maiores despesas financeiras relativas a 1ª emissão de debêntures de Ivaí, como resultado da alta do IPCA, mas compensado em parte pelo reajuste inflacionário do ciclo da RAP 2021-2022.

A despesa financeira líquida IFRS totalizou R$ 223,5 milhões no 4T21, 15,9% maior que o registrado no 4T20.

A dívida líquida da Taesa passou de R$ 6,2 bilhões em 2020 para R$ 8 bilhões no ano passado. A relação da dívida líquida/Ebtida, consolidando proporcionalmente as empresas controladas em conjunto e coligadas, ficou em 4,2x.

Os resultados da Taesa (BOV:TAEE3) (BOV:TAEE4) (BOV:TAEE11) referentes às suas operações do quarto trimestre de 2021 foram divulgados no dia 18/02/2021. Confira o Press release na íntegra!

Teleconferência

A Taesa busca oportunidades de crescimento de seu portfólio de ativos em leilões e no mercado secundário, afirmou nesta sexta-feira o presidente da transmissora de energia, André Moreira.

Em teleconferência, o executivo disse que a companhia está estudando lotes do próximo certame da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), previsto para meados deste ano.

“Pretendemos ser competitivos. No último (leilão), tivemos que ir a viva-voz, o que demonstra uma competição grande nesses leilões, estamos nos preparando para isso”.

DIVIDENDOS

Ainda em teleconferência, o diretor financeiro da Taesa, Erik Breyer, comentou que o prazo previsto para pagamento de dividendos complementares, até 31 de dezembro, foi definido para compatibilizar a situação de fluxo de caixa da companhia.

“Não vai demorar muito, será feito de forma confortável”, disse.

Na quinta-feira, a companhia divulgou que seu conselho de administração aprovou a proposta de destinação do lucro de 2021, que inclui a distribuição de dividendos no valor de 800,3 milhões de reais. A proposta ainda será submetida à deliberação da assembleia de acionistas.

VISÃO DO MERCADO 

Credit Suisse

Segundo o Credit Suisse, a Taesa apresentou resultados regulatórios em linha com as expectativas (melhor que o consenso), beneficiando-se de ajustes de receita e startup de Janauba, apesar de maiores despesas gerenciáveis.

A linha de fundo perdeu as estimativas devido a piores resultados financeiros e renda de capital mais fraca.

Entretanto, os resultados do IFRS continuaram fortes com o IGP-M alto e a empresa anunciou R$ 800,3 milhões em dividendos (6,2% dividend yield), acima das expectativas, negociando ex até 10 de maio.

No mais, o Credit Suisse não vê esses dividendos como sustentáveis ​​no longo prazo (principalmente com juros mais altos).

Itaú BBA

Para o Itaú BBA, os números do balanço foram considerados positivos, com um Ebitda recorrente apresentando forte crescimento, para R$ 447 milhões e dentro da previsão.

Além disso, empresa propôs distribuição de R$ 1,8 bilhão para o exercício de 2021, “muito acima do esperado”, sendo R$ 5,20 por ação e 14% de rendimento.

XP Investimentos

Na análise da XP, os resultados reportados também foram positivos.

“O desempenho de 2021 foi impressionante na comparação anual, principalmente devido aos reajustes inflacionários da RAP e a entrada em operação da Janaúba”, informou o relatório da XP.

Mas apesar dos números bons, a recomendação da Genial para a Taesa é de venda, com preço alvo de R$ 36,00.

“Mantemos recomendação de vender para as ações da empresa. Apesar dos bons resultados e da qualidade operacional da empresa, continuamos acreditando que a Taesa já é um case bem precificado, sem upside em relação ao nosso preço alvo.”

Por sua vez, a XP tem recomendação neutra para as ações da Taesa, com o preço-alvo de R$ 39 por unit.

“Embora tenhamos uma visão positiva da estabilidade do segmento de transmissão, com base em uma estrutura de receita fixa, vemos as ações como devidamente precificadas.”

* Com informações da ADVFN, RI das empresas, Valor, Infomoney, Estadão, Reuters

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