A Minerva Foods registrou lucro líquido de
R$ 150,3 milhões no quarto trimestre de 2021. O valor representa
alta de 31,7% ante o lucro de R$ 114,1 milhões reportado em igual
período de 2020.
A receita líquida obtida entre outubro e
dezembro somou R$ 7,505 bilhões, alta de 31,6% sobre os R$ 5,703
bilhões obtidos nos três meses do ano anterior.
“O resultado financeiro refletiu especialmente o impacto
negativo não-caixa de R$ 287,7 milhões devido a depreciação do Real
frente ao Dólar norte-americano”, disse a empresa.
O Ebitda – lucro antes de juros,
impostos, depreciação e amortização – alcançou R$ 735,3
milhões, alta de 19,2% sobre os R$ 616,9 milhões verificados no
mesmo intervalo do ano anterior. Segundo a companhia, trata-se do
maior Ebitda trimestral já registrado pela Minerva. A margem Ebitda
foi de 9,8%, ante 10,8% no quarto trimestre de 2020.
A receita bruta atingiu R$ 7,979 bilhões, alta de 31,8% na
comparação interanual. As exportações continuam correspondendo a
mais da metade da receita obtida pela Minerva no período: cerca de
68% do acumulado, ou R$ 5,125 milhões, enquanto o mercado interno
foi responsável por 32% do total, ou R$ 2,854 milhões.
Segundo a companhia, o resultado das exportações em 2021
consolida a Minerva como líder na exportação de carne bovina na
América do Sul com aproximadamente 23% de market share.
O presidente da companhia, Fernando Galletti de Queiroz, em
entrevista nesta quarta-feira, observou que o ano de 2021 foi
marcado por um cenário de extrema volatilidade e restrições
logísticas nas cadeias globais. “Neste sentido, o modelo de
diversificação geográfica da companhia foi fundamental”, disse.
As despesas com vendas ficaram em R$ 516,9
milhões, representando 6,9% da receita líquida, enquanto as
despesas gerais e administrativas foram de 3,3%. Em 2021, as
despesas com vendas totalizaram 6,6% da receita líquida, e as
despesas gerais e administrativas, por sua vez, representaram
3,2%.
Por fim, a Minerva registrou um resultado financeiro
líquido negativo em R$ 542,6 milhões, refletindo especialmente o
impacto negativo não-caixa de R$ 287,7 milhões devido a depreciação
do Real frente ao Dólar norte-americano.
O índice de alavancagem se manteve estável
em 2,4 vezes, assim como no mesmo período do ano anterior. Ainda
segundo a empresa, o fluxo de caixa livre após Despesas
Financeiras, Capex e Capital de Giro foi positivo pelo 16º
trimestre consecutivo, alcançando R$ 110,1 milhões, e R$ 213,1
milhões após o efeito caixa do hedge cambial. No ano, o fluxo de
caixa livre foi de R$ 1 bilhão, perfazendo um free cash flow yield
de mais de 15,8%.
A empresa também informou que o pagamento de dividendos será
correspondente a cerca de 67% do lucro líquido de R$ 400 milhões
acumulado no ano. Conforme a política de distribuição de
dividendos, a Minerva se compromete a pagar 50% do lucro líquido,
se o índice de alavancagem for menor ou igual a de 2,5 vezes.
Nesse sentido, no quarto trimestre de 2021, os abates da Minerva
subiram 3,8%, para 890,9 mil cabeças. Nos países da América do Sul
que fazem parte da subsidiária Athena Foods, o volume abatido
também subiu 7,2% no período, somando 507,4 mil cabeças. O aumento
registrado na Athena compensou parcialmente a retração da Divisão
Brasil, com os abates totais da empresa tendo caído 0,3% na mesma
base comparativa, e chegando a 383,6 mil cabeças.
A Minerva também informou que o volume de vendas diminuiu 4,1%
no quarto trimestre do ano passado, passando de 300,3 mil toneladas
para 288 mil toneladas. Do total, 129,2 mil toneladas foram
vendidas no Brasil, 10,4% a menos do que em igual intervalo de
2020. Já a Athena foi responsável pela venda de 158,8 mil
toneladas, alta de 1,6% na mesma base comparativa.
Os resultados da Minerva
Foods (BOV:BEEF3) referentes suas
operações do quarto trimestre de 2021 foram divulgados no dia
23/02/2022. Confira o Press release na íntegra!
Teleconferência
A Minerva Foods espera um cenário até mais favorável aos seus
negócios neste ano do que em 2021 — quando a maior exportadora de
carne bovina da América do Sul bateu recordes de receita líquida e
Ebitda ajustado.
A volta das exportações brasileiras para a China e o aumento da
oferta de gado no Brasil devem garantir boas margens para a
expansão da empresa, segundo afirmaram seus executivos em
teleconferência com analistas nesta quinta-feira.
Para atender à demanda, a Minerva encaminhou os pedidos para
plantas da Athena Foods, na Argentina e no Uruguai.
“Fazemos análises semanalmente, a partir de dois anos de
investimentos em uma inteligência artificial que nos permite ganhar
assertividade e rapidez”, afirmou o CEO da Minerva, afirma Fernando
Galletti de Queiroz.
VISÃO DO MERCADO
Ativa Investimentos
A casa de análise comentou que a receita veio em linha com as
estimativas e o Ebitda ligeiramente acima das estimativas, marcando
o recorde histórico da companhia.
Ativa destaca que a alta da carne impulsionou as vendas da
companhia, cuja receita líquida cresceu 31,6%. Mesmo em meio ao
embargo da China às carnes brasileiras, a companhia sustentou um
desempenho sólido em exportações, que representaram 68% da receita
consolidada. O segmento Athena Foods apresentou crescimento de
receita de 70%, mais uma vez o principal destaque positivo.
Itaú BBA
O Ebitda da Minerva (BEEF3) no 4T21 ficou 17% acima da
estimativa do Itaú BBA e das projeções gerais do mercado.
“Destacamos o forte desempenho da linha superior da Athena Foods
mais uma vez, enquanto a compressão da margem causada por impactos
não recorrentes da proibição chinesa às exportações brasileiras de
carne bovina foi mais suave do que nós antecipamos”, escreveu.
O crescimento da receita no comparativo anual de 3% ficou 30%
acima das projeções, reflexo principalmente de um aumento
significativo de preços que mais do que compensou os menores
volumes da companhia. A projeção do Itaú BBA é de que os volumes da
Minerva se recuperem neste ano, à medida que a oferta de gado
brasileiro aumente e a China retome as importações do Brasil, que
foram paralisadas em dezembro de 2021.
A companhia distribuiu R$ 400 milhões em dividendos em 2021 –
com dividend yield de 6,5%. Mas, segundo o Itaú, a Minerva
conseguiu manter sua alavancagem em um nível saudável, distribuindo
67% do lucro líquido de 2021.
Santander
Com Ebitda recorde de R$ 735 milhões e margem Ebitda de 9,8%
(vs. expectativa do Santander de ~9%), os resultados da Minerva
(BEEF3) no 4T21 foram positivos, segundo os analistas.
“O Ebitda recorde mostra o poder de um forte crescimento de
receita, enquanto a expansão da margem acima do esperado valida a
capacidade de remanejamento do Minerva”, afirmam.
Os bons resultados foram impulsionados pela capacidade da
empresa de reorganizar as operações em um período sem a China e
aproveitar os fortes preços globais da carne bovina e os preços
mais baixos do gado no Brasil. A geração de caixa também foi sólida
em R$ 213 milhões.
O Santander reiterou a Minerva como sua “Top Pick” no setor por
esperar que a maior disponibilidade de gado no Brasil durante 2022
se traduza em um ciclo melhor e margens mais altas. A projeção é de
dividendos de 8%.
* Com informações da ADVFN, RI das empresas, Valor, Infomoney,
Estadão, Reuters
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