A fabricante de equipamentos elétricos
WEG registrou lucro líquido
de R$ 943,9 milhões no primeiro trimestre de 2022, alta de 23,5% na
comparação com igual período do ano anterior.
Segundo a companhia, o bom desempenho de vendas nas principais
linhas de negócios da empresa impulsionou os resultados do primeiro
trimestre deste ano. O lucro líquido também foi positivamente
impactado pelo reconhecimento dos créditos tributários referentes a
exclusão do ICMS da base de cálculo do PIS e COFINS.
A receita líquida somou R$ 6,828 bilhões entre
janeiro e março deste ano, alta de 34,5% na comparação com igual
etapa de 2021.
De acordo com a WEG, o crescimento da receita foi impulsionada
pela crescente busca por fontes de geração de energia renovável e a
boa demanda industrial no Brasil. No mercado externo, a atividade
industrial continua aquecida, principalmente nas vendas de
equipamentos industriais para segmentos como óleo & gás,
mineração e papel & celulose.
O Ebitda – juros, impostos, depreciação e
amortização – somou R$ 1,232 bilhão, um avanço de 21,3% ante
igual etapa de 2021. A margem Ebitda foi de 18,1%, queda de 1,9%
p.p. em relação a igual trimestre do ano passado.
A empresa destaca que as incertezas e desafios na cadeia de
suprimentos global e o consequente aumento dos custos das
matérias-primas, em conjunto com a alteração no mix de produtos,
notadamente devido a volta da receita de projetos de geração
eólica, trouxeram pressões nas margens operacionais da
companhia.
A margem bruta foi de 27,8% no primeiro trimestre de 2022, recuo
de 4,1 ponto percentual na comparação com igual etapa de
2021.
A empresa atribui a queda da margem bruta em função dos
“aumentos nos custos das principais matérias-primas que compõem sua
estrutura de custos”.
As despesas de vendas, gerais e
administrativas, que somaram R$ 692,8 milhões no período,
crescimento de 13,7% na comparação com o primeiro trimestre de
2021.
A Weg registrou consumo de caixa de R$ 136,9 milhões nos três
primeiros meses deste ano, refletindo a maior necessidade de
capital de giro no período.
O caixa líquido da companhia ficou em R$ 307 milhões no final de
março de 2022, uma redução de 88,7% em relação ao mesmo período de
2021.
O retorno sobre o capital investido (ROIC, na
sigla em inglês) atingiu 29,7% no primeiro trimestre de 2022, um
aumento de 1,5 ponto percentual em relação ao mesmo trimestre de
2021.
No mercado externo, a atividade industrial continua aquecida,
principalmente nas vendas de equipamentos industriais para
segmentos importantes como óleo e gás, mineração e papel, e
celulose, de acordo com a empresa.
A WEG destaca que, no primeiro trimestre, 51% das suas receitas
vieram do mercado interno, ante 46% um ano antes. As vendas no
mercado interno avançaram 48,1% na comparação anual, e 20,1% ante o
quarto trimestre, para R$ 3,47 bilhões.
No mercado externo o crescimento foi de 22,8% na comparação
anual e queda de 8% ante o trimestre anterior, para R$ 3,36
bilhões. Na América do Norte, as vendas somaram R$ 283,9 milhões,
alta de 44,1% na comparação anual. A Europa viu crescimento de
26,4% na receita, para R$ 170,2 milhões.
No negócio de produtos de ciclo curto, como eletroeletrônicos
industriais, motores elétricos e equipamentos de automoção, a
receita da Weg foi de R$ 1,004 bilhão no mercado interno (+11,6%
ano a ano) e R$ 2,183 bilhões no mercado externo (+34,8% ano a
ano), representando 46,7% da receita total.
Já o segmento de equipamentos para geração, transmissão e
distribuição de energia representou 40,5% da receita operacional
total da Weg. A venda para o mercado interno aumentou 106,8% em um
ano (R$ 2,014 bilhões no 1T22) e para o mercado externo caiu 0,9%
na comparação anual (R$ 750,701 milhões).
Os custos dos produtos vendidos
(CPV) aumentaram no período de janeiro a março,
comparando 2021 com 2022. O avanço foi de 42,7%, equivalente a R$
4,933 bilhões desembolsados pela Weg. A empresa esclarece que houve
aumento no preço das principais matérias-primas, como o aço e o
cobre, além de algumas alterações no mix de produtos.
“Foram fatores decisivos para a redução das margens operacionais
em relação ao 1T21, apesar da continuidade dos esforços de redução
de custos e melhorias de processos, que proporcionaram ganhos de
produtividade, em especial em nossas operações no exterior”, diz o
balanço da Weg.
O nível de investimento (Capex) em modernização
e expansão da capacidade produtiva apresentou crescimento de 56% em
relação ao mesmo período do ano anterior, totalizando R$ 209,6
milhões, sendo 52% destinados às unidades produtivas no Brasil e
48% destinados aos parques industriais e demais instalações no
exterior.
A empresa informa ainda que captou R$ 1,739 bilhão e realizou
amortizações de R$ 91,8 milhões, incluindo os juros sobre os
empréstimos, resultando em uma captação líquida de R$ 1,647 bilhão.
A remuneração do capital próprio (dividendos e juros sobre capital
próprio) somou R$ 1,048 bilhão. O resultado final foi a geração de
R$ 593,4 milhões nas atividades de financiamento no período.
Os resultados da Weg (BOV:WEGE3) referentes suas operações
do primeiro trimestre de 2022 foram divulgados no dia
27/04/2022. Confira o Press Release completo!
Teleconferência
O diretor administrativo e financeiro da WEG, André Luís
Rodrigues, disse hoje durante teleconferência com analistas que o
novo lockdown na China pode trazer mais consequências negativas à
empresa do que a guerra entre Rússia e Ucrânia.
“A preocupação é muito maior com a China. Enquanto tiver
política de Covid zero na China, a cadeia global de suprimentos vai
estar pressionada”, afirmou André Rodrigues, ao comentar os
resultados do 1º trimestre, quando a WEG (WEGE3) lucrou R$ 943
milhões, alta de 23,5% na base anual.
“Pode-se sofrer (com o lockdown na China) ao longo do tempo com
escassez de matéria-prima e aumento dos fretes. Até o momento a
gente não está sentindo, mas não quer dizer que a gente não possa
sentir mais para a frente”, conclui ele.
Os executivos da empresa destacaram ainda que o aumento do dólar
pode ter impacto na receita. André Menegueti Salgueiro, diretor de
finanças e relações com investidores da WEG (WEGE3), disse que se
vive hoje um “ambiente de volatilidade” no câmbio com a valorização
do dólar frente ao real.
“Obviamente, a gente precisa ver onde vai se estabilizar”,
disse. “De qualquer forma, tem impacto na receita do mercado
externo”. O executivo disse ainda que o custo nem sempre é ajustado
na mesma velocidade da receita.
Sobre as margens, ele afirmou que as margens continuam sendo
impactadas pelo custo, apesar do crescimento da empresa nos
segmentos solar e eólica. “O que ajudou nas margens foi a melhora
das margens no exterior, além da recomposição de preços no primeiro
trimestre”, comentou o executivo.
Energia solar
Sobre o segmento de geração, transmissão e distribuição de energia,
onde a WEG (WEGE3) oferece equipamentos para o setor, a empresa
destacou na apresentação dos resultados o crescimento no volume de
entregas de projetos ligados à transmissão.
E apontou ainda avanço no trimestre com aumento de demanda de
geração solar distribuída. Segundo a companhia, a mudança de
regulação favoreceu o crescimento do segmento.
No entanto, André Menegueti Salgueiro, diretor de finanças e
relações com investidores da WEG, disse que ainda não dá para
avaliar se a expansão no segmento continuará em 2023.
VISÃO DO MERCADO
Ágora Investimentos
A WEG surpreendeu o mercado com uma margem bruta melhor do que o
esperado, apesar das preocupações sobre: pressão de custos com a
execução de projetos de aerogeradores; maiores repasses de preços
de matérias primas; e um real mais forte. Além desse desempenho
operacional melhor do que o esperado, a WEG está sustentando
crescimento de dois dígitos na receita em dólares nos mercados
externos, sugerindo que a empresa também está ganhando participação
de mercado.
A WEG apresentou retorno sobre o capital investido (RoIC) de
29,7%, 1,5 p.p. maior do que fora registrado no 1T21, embora uma
ligeira queda de 0,8 p.p. no trimestre. A expansão anual do RoIC
mostra que o crescimento de receita da WEG foi capaz de compensar
tanto o maior capital investido quanto a queda na margem Ebitda,
devido à pressão de custos, maior participação de aerogeradores e
um real mais valorizado. Além disso, mesmo com esta acomodação em
relação ao 4T21, continuamos esperando altos níveis de RoIC para a
empresa em 2022, uma vez que a procura nos mercados interno e
externo continua forte.
Atualizamos o modelo para incorporar os resultados do 1T22 e
nossa recomendação Neutra é baseada em: um múltiplo EV/Ebitda de
27,5x para 2022, 38% acima da média histórica; e margem EBITDA e o
RoIC se acomodando em níveis mais baixos, devido à mudança de mix
de receitas, real mais forte e aumento esperado do capital
investido.
Ágora mantém recomendação neutra com preço-alvo de R$
35,00…
Bradesco BBI
“Atualizamos nossa avaliação para incorporar os resultados do
1T22 e aumentamos ligeiramente nossa meta de preço, pois a
avaliação vem em um múltiplo EV/EBITDA 2022 de 26x, 38% acima da
média histórica; e a margem Ebitda e RoIC “começaram a se acomodar
em níveis mais baixos devido à mudança no mix de receitas, real
mais forte e aumento esperado do capital investido”.
Citi
A WEG teve resultados fortes no primeiro trimestre, com
qualidade no crescimento das receitas, diz o Citi. Dinâmicas de
mercado melhores que o esperado em energia no mercado doméstico
sustentaram os números, aponta o banco.
Os analistas André Mazini e Renata Cabral escrevem que a
companhia também apresentou bom crescimento de 34,8% no mercado
externo, com dinâmicas interessantes para produtos de ciclo longo,
com real valorizado e competidores globais sofrendo com os gargalos
logísticos.
Eles apontam que pares globais como Siemens e ABB sentiram forte
aumento nos pedidos que não se traduziu em receitas, o que
evidenciam os gargalos. “Essa é uma oportunidade para a WEG, uma
vez que tem participação de 4% no mercado mundial e pode se
aproveitar desse cenário.”
O lucro líquido de R$ 944 milhões foi 5% acima do esperado pelo
banco, com o Ebitda de R$ 1,2 bilhão superando em 7% as projeções
do Citi. A margem ajustada de 17,7% é “razoável”, afirmam,
considerando o cenário de alta nos custos de insumos e mudança no
mix de vendas.
Citi tem recomendação de compra com preço-alvo em R$ 44,00…
Mirae Asset
A Weg apresentou bom resultado no 1T21, superando as
expectativas dos analistas. Apesar do cenário desafiador no
exterior, considerando guerra na Ucrânia e a perda de tração da
economia da China, a Weg conseguiu manter positiva sua atuação no
período, tanto nos produtos relacionados ao ciclo longo no
exterior, como no ciclo curto. A demanda acima do esperado para
Geração, Transmissão e Distribuição de Energia (GTD) foi o destaque
para o período.
Vale destacar que a guerra acabou gerando uma revisão de
investimentos pelos players de Energia, principalmente na Europa, e
isto representa oportunidades de negócios para a empresa em
investimentos novos ou de melhora da capacidade de produção de
plantas já existentes. Outro ponto importante se deu com a
influência da apreciação do real x dólar no faturamento com
exportações, minimizando ganhos em reais e com efeito mínimo de
variação cambial no financeiro, já que a empresa não apresenta uma
estrutura de capital alavancada. Já em custos e despesas
operacionais, ocorreu impactos com a alta de insumos de produção,
minimizados pela gestão de repasse aos preços de clientes.
Novamente a Weg entregou um resultado sólido com evolução de
dois dígitos nas linhas de receita, Ebitda e lucro.
Mirae mantém recomendação de compra com preço alvo de R$
40,80…
XP Investimentos
Segundo a XP, a WEG apresentou bons números no 1T22, com receita
líquida 4% acima de suas estimativas e 8% acima do consenso,
refletindo uma perspectiva positiva de receita em geral, com o
mercado doméstico como o principal destaque, enquanto impulsionado
pelo segmento GTD.
No nível de rentabilidade, a margem Ebitda recorrente apresentou
expansão versus o 4T21, mas ficou abaixo dos níveis do 1T21,
refletindo a pressão de custo já esperada de matérias-primas e mix
pior de produtos (maior relevância dos projetos relacionados à
energia eólica, com níveis menores de rentabilidade), com o Retorno
sobre o Capital Investido (ROIC) permanecendo em um forte nível de
cerca de 30%.
Já o lucro líquido ficou 4% abaixo das estimativas da casa, com
os resultados financeiros abaixo do esperado, e 14% acima das
estimativas de consenso.
XP tem recomendação de compra com preço-alvo em R$ 45,00…
* Com informações da ADVFN, RI das empresas, Valor, Infomoney,
Suno, Estadão, Reuters
WEG ON (BOV:WEGE3)
Gráfico Histórico do Ativo
De Jun 2022 até Jul 2022
WEG ON (BOV:WEGE3)
Gráfico Histórico do Ativo
De Jul 2021 até Jul 2022