CCR garante manutenção da Nova Dutra e Autoban e incorpora 18 novos ativos ao seu portfólio
29 Maio 2022 - 10:17PM
ADVFN News
No início de 2021, a gigante de infraestrutura CCR estava
prestes a perder uma de suas maiores concessões: a Nova Dutra. A
empresa travava também uma briga com o governo de São Paulo
envolvendo o prazo de concessão do Sistema Anhanguera-Bandeirantes
(Autoban). Juntos, esses contratos representam 25% das receitas da
companhia. Um ano depois, o quadro é diferente. A empresa não só
garantiu a manutenção dessas rodovias como incorporou 18 novos
ativos ao seu portfólio.
Nesse período, a CCR (BOV:CCRO3) venceu quatro leilões de
rodovias, de aeroportos e de contratos de mobilidade urbana, o que
significa R$ 23 bilhões de investimento só com os novos. Para este
ano, a empresa vai elevar em cerca de 80% os recursos dedicados à
expansão e à melhoria das concessões, para R$ 4,5 bilhões.
Esse valor representa quase o dobro do montante investido pelo
Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) e por
estatais do setor em 2021, de R$ 2,5 bilhões, segundo a
Confederação Nacional dos Transportes (CNT).
Desde que assumiu o comando da CCR, em meados de 2020, o
executivo Marco Cauduro iniciou um processo de mudança interna.
Mexeu na parte organizacional e montou uma agenda de crescimento.
“O objetivo é criar a mentalidade de que não somos só uma operadora
de ativos, mas uma prestadora de serviço público essencial.”
Nos próximos cinco anos, a companhia vai concentrar suas forças
em rodovias, mobilidade urbana e aeroportos. “Vamos continuar com
protagonismo nos leilões”, afirma.
Em 2021, a empresa manteve a concessão da rodovia Dutra por mais
30 anos ao vencer o leilão em outubro do ano passado, com outorga
de R$ 1,8 bilhão e investimentos de R$ 15 bilhões durante o
contrato. “Esse era um ativo chave para a empresa. É quase 1 milhão
de viagens por dia”, diz o presidente da CCR. Nesse caso, a maior
obra que terá de ser feita é a duplicação de 16 quilômetros (km) da
Serra das Araras, no Rio de Janeiro, que custará R$ 1,2 bilhão.
⇒ Disputa encerrada
A empresa também resolveu a briga sobre a concessão do Sistema
Autoban. Desde 2015, havia uma discussão em torno de um aditivo
contratual que dava à CCR mais oito anos de concessão. Antes de
deixar o governo de São Paulo, João Doria prorrogou até 2037 as
concessões da Autoban, SPVias e Via Oeste, com contrapartida de a
empresa pagar R$ 1,2 bilhão de outorga. “Essa disputa causava
insegurança jurídica muito grande e impedia que uma série de
projetos fosse executada na velocidade necessária”, diz Cauduro. A
prorrogação dos contratos com o governo paulista envolve
investimento total de R$ 2,3 bilhões na melhoria e expansão das
rodovias.
A companhia sofreu com os efeitos da pandemia. Em 2021, faturou
quase R$ 12 bilhões, sendo 60% vindos das concessões rodoviárias.
Mas as receitas com pedágios cresceram apenas 1,6%. Em compensação,
os demais negócios avançaram: mobilidade e aeroportos cresceram 73%
(em parte pela incorporação de novos ativos).
Segundo relatório do Itaú BBA, esses ativos têm sido importantes
para incrementar a receita. A expectativa é de que os números
melhorem, pois o volume de passageiros de aeroportos e de
mobilidade urbana ainda está, respectivamente, 27% e 35% abaixo dos
níveis pré-pandemia.
Informações Broadcast
CCR ON (BOV:CCRO3)
Gráfico Histórico do Ativo
De Fev 2024 até Mar 2024
CCR ON (BOV:CCRO3)
Gráfico Histórico do Ativo
De Mar 2023 até Mar 2024