O governo do presidente Jair Bolsonaro prepara uma semana de forte pressão sobre a Petrobras. Apoiado pelo presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), o Palácio do Planalto cobra uma “ação enérgica”, nas palavras de um aliado do Executivo, para reagir ao mais recente aumento dos combustíveis, anunciado na sexta-feira pela estatal. Como deixou claro o próprio Bolsonaro, até mesmo uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI), normalmente um instrumento da oposição, para investigar a Petrobras está à mesa. Todos os olhares da política nesta segunda-feira estão voltados para a reunião de líderes da Câmara convocada para discutir o tema nesta tarde.

Fontes do governo evitam cravar qual será a estratégia a ser definida no encontro. Mas garantem que, neste momento, tudo pode ser alvo de debate: desde mudanças na Lei das Estatais, para permitir ajustes na política de paridade de preços, até, de fato, a criação de uma CPI. Projetos de lei para taxar exportações de petróleo, aumentar a Contribuição Social sobre Lucro Líquido (CSLL) do setor ou criar subsídios seguem propostas cotadas nos bastidores da política, como mostrou o Broadcast/Estadão.

À reportagem, o líder do governo na Câmara, deputado Ricardo Barros (PP-PR), disse que, por enquanto, qualquer hipótese sobre o impasse sobre Petrobras (BOV:PETR3) (BOV:PETR4) está no campo da especulação. “Todo mundo tem alguma ideia de como resolver o problema”, relatou o parlamentar sobre as conversas com lideranças do Congresso Nacional ao longo do final de semana.

No Palácio do Planalto, além de Bolsonaro, é o ministro-chefe da Casa Civil, Ciro Nogueira, o principal responsável por negociar saídas para a crise dos combustíveis. “Quem fala que o governo nada pode fazer nos combustíveis por causa do calendário eleitoral, confessa que só pensa em eleições. Temos que agir porque é necessário, é melhor para o povo”, publicou o cacique do Centrão no Twitter, sinalizando que o governo não teme buscar formas de desviar da lei eleitoral para criar medidas que amenizem a alta dos combustíveis na ponta da linha.

Já no Parlamento, a ofensiva sobre a Petrobras é liderada por Lira, aliado de primeira hora do governo. “Se a Petrobras decidir enfrentar o Brasil, ela que se prepare: o Brasil vai enfrentar a Petrobras. E não é uma ameaça. É um encontro com a verdade”, escreveu o presidente da Câmara no Twitter, de olho nos impactos da alta dos combustíveis na pré-campanha à reeleição de Bolsonaro.

Aliados do governo reclamam que os constantes reajustes da Petrobras acabam por anular o efeito de projetos chancelados no Legislativo para conter a alta dos combustíveis, como o PLP 18, que fixa um teto de 17% no ICMS cobrado sobre esses produtos. O texto aguarda sanção de Bolsonaro e tem impacto de R$ 41 bilhões em 2022, pelas contas dos governadores.

Informações Broadcast

PETROBRAS PN (BOV:PETR4)
Gráfico Histórico do Ativo
De Mar 2024 até Abr 2024 Click aqui para mais gráficos PETROBRAS PN.
PETROBRAS PN (BOV:PETR4)
Gráfico Histórico do Ativo
De Abr 2023 até Abr 2024 Click aqui para mais gráficos PETROBRAS PN.