Petrobras: com ameaça de CPI, governo do presidente Jair Bolsonaro prepara uma semana de forte pressão sobre a petroleira
20 Junho 2022 - 10:00AM
ADVFN News
O governo do presidente Jair Bolsonaro prepara uma semana de
forte pressão sobre a Petrobras. Apoiado pelo presidente da Câmara,
Arthur Lira (PP-AL), o Palácio do Planalto cobra uma “ação
enérgica”, nas palavras de um aliado do Executivo, para reagir ao
mais recente aumento dos combustíveis, anunciado na sexta-feira
pela estatal. Como deixou claro o próprio Bolsonaro, até mesmo uma
Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI), normalmente um instrumento
da oposição, para investigar a Petrobras está à mesa. Todos os
olhares da política nesta segunda-feira estão voltados para a
reunião de líderes da Câmara convocada para discutir o tema nesta
tarde.
Fontes do governo evitam cravar qual será a estratégia a ser
definida no encontro. Mas garantem que, neste momento, tudo pode
ser alvo de debate: desde mudanças na Lei das Estatais, para
permitir ajustes na política de paridade de preços, até, de fato, a
criação de uma CPI. Projetos de lei para taxar exportações de
petróleo, aumentar a Contribuição Social sobre Lucro Líquido (CSLL)
do setor ou criar subsídios seguem propostas cotadas nos bastidores
da política, como mostrou o Broadcast/Estadão.
À reportagem, o líder do governo na Câmara, deputado Ricardo
Barros (PP-PR), disse que, por enquanto, qualquer hipótese sobre o
impasse sobre Petrobras (BOV:PETR3) (BOV:PETR4) está no campo da
especulação. “Todo mundo tem alguma ideia de como resolver o
problema”, relatou o parlamentar sobre as conversas com lideranças
do Congresso Nacional ao longo do final de semana.
No Palácio do Planalto, além de Bolsonaro, é o ministro-chefe da
Casa Civil, Ciro Nogueira, o principal responsável por negociar
saídas para a crise dos combustíveis. “Quem fala que o governo nada
pode fazer nos combustíveis por causa do calendário eleitoral,
confessa que só pensa em eleições. Temos que agir porque é
necessário, é melhor para o povo”, publicou o cacique do Centrão no
Twitter, sinalizando que o governo não teme buscar formas de
desviar da lei eleitoral para criar medidas que amenizem a alta dos
combustíveis na ponta da linha.
Já no Parlamento, a ofensiva sobre a Petrobras é liderada por
Lira, aliado de primeira hora do governo. “Se a Petrobras decidir
enfrentar o Brasil, ela que se prepare: o Brasil vai enfrentar a
Petrobras. E não é uma ameaça. É um encontro com a verdade”,
escreveu o presidente da Câmara no Twitter, de olho nos impactos da
alta dos combustíveis na pré-campanha à reeleição de Bolsonaro.
Aliados do governo reclamam que os constantes reajustes da
Petrobras acabam por anular o efeito de projetos chancelados no
Legislativo para conter a alta dos combustíveis, como o PLP 18, que
fixa um teto de 17% no ICMS cobrado sobre esses produtos. O texto
aguarda sanção de Bolsonaro e tem impacto de R$ 41 bilhões em 2022,
pelas contas dos governadores.
Informações Broadcast
PETROBRAS PN (BOV:PETR4)
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