Itaú Unibanco entra no oceano de possibilidades dos ativos digitais
17 Julho 2022 - 10:11PM
ADVFN News
Ao colocar de pé uma criadora de representações digitais de
ativos reais, os chamados tokens, o Itaú Unibanco começa a entrar
no oceano de possibilidades dos ativos digitais. Por enquanto, será
um mergulho parcial: a negociação dos ativos terá restrições diante
da opção do banco de não utilizar uma estrutura pública de
blockchain. A expectativa é de lançar os investimentos via token em
larga escala até o final deste ano.
Anunciada nesta quinta-feira, a Itaú Digital Assets vai emitir
security tokens, que são representações digitais de ativos
financeiros reais. No último dia 4, fez a primeira emissão, de R$
360 mil, lastreada em recebíveis de risco sacado. Nessa operação,
as empresas antecipam recebíveis a fornecedores, financiadas pelo
Itaú.
O banco não revelou a empresa envolvida nem a taxa dos tokens,
que foram vendidos a funcionários. A operação terá como foco os
clientes de varejo, para levar a eles ativos que hoje não conseguem
adquirir. “As regulamentações que a gente segue vão ajudar a trazer
mais estabilidade, baixar o custo para os emissores e permitir a
entrada de novos investidores”, disse Vanessa Fernandes, chefe
global do projeto.
Com 16 anos de Itaú (BOV:ITUB3) (BOV:ITUB4), Fernandes comandará
a vertical direto de Nova York, onde já atua. Ela comanda uma
equipe de 35 pessoas, que deve aumentar em breve, e aproveita a
estrutura do banco, que tem quase 15 mil funcionários em
tecnologia.
A Digital Assets nasceu na área de tecnologias emergentes do
Itaú. Segundo a executiva, foi preciso explicar aos executivos do
conglomerado a ideia e também as diferenças entre as classes de
ativos digitais antes de colocar o projeto em movimento.
“Todos eles são construídos a partir de blockchain. A diferença
é que o token expressa um ativo físico, enquanto a criptomoeda é
lastreada em ‘nada’. É o que chamamos de ativo financeiro não
tangível”, afirma Roberto Kanter, economista e professor em MBAs da
Fundação Getulio Vargas. Para ele, os tokens abrem novas
possibilidades de intermediação financeira para os bancos.
Renato Hallgren, analista do BB Investimentos que acompanha o
segmento cripto, afirma que a tokenizadora do Itaú tem a ver com
uma visão de longo prazo em relação à adoção da tecnologia
blockchain. “A utilização pode trazer eficiência, maior segurança e
menor número de intermediários nos diversos processos operacionais
das instituições financeiras”, aponta.
Corrida
O projeto não envolve criptomoedas, cuja negociação o banco
ainda não oferece, ao contrário de competidores como Nubank e
Mercado Pago. O PicPay, por sua vez, anunciou que criará uma
exchange e um criptoativo próprio com preço atrelado ao real.
Já o BTG Pactual criou em setembro do ano passado a corretora
cripto Mynt, que está pré-operacional. André Portilho, que comanda
a área de ativos digitais do banco, disse nesta semana que o
projeto está em “processo de lançamento”, mas não falou em datas. O
serviço começa a rodar neste trimestre, de acordo com o banco. O
site está no ar e recebe inscrições para uma lista de espera.
Antes disso, em 2020, o BTG lançou o token ReitBZ, que
representa cotas de um fundo de ativos imobiliários recuperados. O
produto foi estruturado nas Ilhas Cayman e, por questão
regulatória, não foi distribuído no mercado brasileiro. A emissão
inicial foi de US$ 15 milhões.
Na tokenização, a holding 2TM, dona do Mercado Bitcoin, já atua
com a emissão de debêntures em forma de ativos digitais. Além
disso, há nomes conhecidos, como a Liqi, investida do Itaú, e a
Vórtx QR, que é parceira do conglomerado em uma emissão de
debêntures que foi tokenizada.
Plataforma fechada
O Itaú está utilizando a rede hyperledger besu, que é
permissionada, ou seja, não é de acesso público. Foi uma opção pela
segurança, de acordo com Fernandes. Isso significa que ao contrário
de grande parte dos tokens conhecidos, os do Itaú serão negociados
somente na plataforma do banco, ao menos a princípio.
“No futuro, o que a gente gostaria é que nossos tokens
estivessem em outras plataformas também”, disse ela. Uma das
apostas do banco é de que outros bancos se sentirão estimulados a
entrar no jogo, e de que isso será um negócio: o Itaú criará um
serviço de estruturação de plataformas de token, com custódia
própria.
Rodrigo Pimenta, CEO da Hubchain, que desenha soluções de
blockchain para o setor financeiro, afirma que há vantagens para o
Itaú em adotar uma rede privada para entrar nesse universo. “É um
bom caminho para que se exercite dentro de casa com uma tecnologia
que, na minha opinião, será utilizada para registros daqui a mil
anos”, diz ele, que criou a Hubchain em 2013 após sair do Itaú, em
que trabalhou por mais de uma década.
Informações Broadcast
ITAU UNIBANCO ON (BOV:ITUB3)
Gráfico Histórico do Ativo
De Mar 2024 até Abr 2024
ITAU UNIBANCO ON (BOV:ITUB3)
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De Abr 2023 até Abr 2024