A Itaúsa, holding que controla o Itaú Unibanco
e as empresas Dexco (ex-Duratex) e Alpargatas, registrou
lucro líquido de R$ 3,076 bilhões no segundo
trimestre deste ano, queda de 12,5% em relação ao mesmo período de
2021. Já o lucro líquido recorrente cresceu 5,5%, para R$ 3,018
bilhões. Em comentários da direção que acompanham o balanço, a
companhia afirma que tal desempenho reflete “resiliência das
investidas diante do cenário macroeconômico adverso”.
De acordo com a Itaúsa, o resultado foi impulsionado pela
resiliência das empresas investidas, mesmo em um cenário
macroeconômico adverso. A holding destaca o avanço no lucro do
Itaú, o crescimento das receitas da Alpargatas e da Dexco, bem como
os bons indicadores operacionais da Copa Energia, da Aegea e da
XP.
“O lucro líquido foi afetado por eventos não recorrentes, que
totalizaram efeito negativo de R$ 58 milhões no 2T22”, diz o
balanço da Itaúsa.
- Na holding, houve resultado não recorrente relativo ao
recebimento de earn-outs oriundos da venda da Elekeiroz.
- No Itaú, o principal efeito foi o impacto negativo relativo ao
teste de readequação do passivo.
- Na Dexco, o resultado da LD Celulose, ainda em fase de ramp-up
no 2T22, foi o principal evento não recorrente.
O Itaú Unibanco, na comparação com o mesmo trimestre do ano
anterior, reportou melhor mix de receitas com evoluções em margem
financeira com clientes, receitas de serviços e receitas de
seguros, em detrimento à margem financeira com mercado que
apresentou redução no período, as quais foram parcialmente
compensadas, principalmente, por maior despesa com perdas esperadas
com operações de crédito.
A Alpargatas (bens de consumo) e a Dexco (materiais para
construção civil) apresentaram crescimento de receita, fruto da
estratégia comercial bemsucedida, minimizando os efeitos da
desaceleração de demanda e pressões inflacionárias no custo de
alguns insumos.
Tanto em distribuição de gás, a Copa Energia quanto na
NTS (transporte de gás natural) destacam-se o forte crescimento das
receitas, principalmente em decorrência de reajustes de preço no
período. A Aegea (saneamento) também apresentou desempenho
operacional positivo, justificado pelas novas concessões
adquiridas. Por fim, os resultados da XP Inc. (serviços
financeiros) também contribuíram positivamente para o resultado da
Companhia.
O retorno sobre o patrimônio líquido (ROE, na sigla em inglês)
médio foi de 18,5%, queda de 5 pontos porcentuais no mesmo
período.
O valor de ativos da Itaúsa no 2T22, com base no valor da ação
mais líquida (ITSA4), era de R$ 73,6 bilhões, enquanto a soma das
participações nas empresas investidas a valor de mercado totalizava
R$ 96,3 bilhões, resultando em um desconto de 23,6%, redução de 0,3
ponto percentual ante os 23,9% no final de junho do ano
passado.
As despesas administrativas totalizaram R$ 47 milhões no 2T22,
aumento de 40% em relação aos R$ 33 milhões do mesmo período do ano
anterior como reflexo, principalmente, de despesas relacionadas a
assessorias em projetos de novos negócios, iniciativas de TI com
foco em segurança da informação, além da normalização dos
honorários da administração em decorrência da eleição dos
conselheiros independentes em maio de 2021.
O resultado financeiro atingiu R$ 138 milhões negativos no 2T22,
ante R$ 19 milhões negativos no 2T21. O aumento de R$ 120 milhões
decorreu, principalmente, por aumento das despesas com juros em
função da maior taxa básica no período, além das despesas com os
juros da 4ª emissão de debêntures, ocorrida em junho de 2021, que
financiou a aquisição de participação na Aegea, parcialmente
compensados pela maior rentabilidade do caixa.
Em seu informe de resultados, a empresa destaca duas
movimentações que ocorreram após o final do segundo trimestre: a
assinatura dos contratos para a compra, em conjunto com a
Votorantim, da fatia da Andrade Gutierrez na empresa de
infraestrutura CCR; e a venda de 1,26% do capital da XP, para
ajudar a financiar a entrada na CCR.
No trimestre, a maior parte do resultado da Itaúsa veio das
participações no setor financeiro, sendo que o Itaú contribuiu com
a maior parcela, de R$ 2,704 bilhões, e a XP, com R$ 121 bilhões.
No setor não-financeiro, a maior contribuição veio da NTS, que
conferiu lucro de R$ 364 milhões à holding.
Sobre a CCR, no início de julho, foram assinados os contratos
para o investimento da Itaúsa em conjunto com a Votorantim na CCR
no montante total
de aproximadamente R$ 4,1 bilhões, para aquisição de 14,86% de
participação no capital total da CCR. Do total, a parcela referente
à Itaúsa corresponde a R$ 2,9 bilhões de investimento para
aquisição de 10,33% do capital total da CCR.
Em junho, a Itaúsa tinha endividamento líquido de R$ 3,478
bilhões, 10,1% abaixo do registrado no mesmo intervalo de 2021.
Segundo a empresa, isso representava uma alavancagem de 4,6%.
O passivo total da holding era composto por R$ 4,618 bilhões em
debêntures, R$ 1,763 bilhões em dividendos e juros sobre capital
próprio a pagar e R$ 1,713 bilhões em provisões.
No final do trimestre, o prazo médio da dívida da Itaúsa era de
5 anos e sete meses, com custo médio de CDI + 1,67% ao ano.
Os resultados da Itaúsa (BOV:ITSA3) (BOV:ITSA4) referentes às
suas operações do segundo trimestre de 2022 foram divulgados no dia
16/08/2022. Confira o Press Release!
* Com informações da ADVFN, RI das empresas, Valor, Infomoney,
Estadão, Suno
ITAUSA ON (BOV:ITSA3)
Gráfico Histórico do Ativo
De Mar 2024 até Abr 2024
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