Petrobras vai vender todas as refinarias que se comprometeu com o Cade a desinvestir, segundo ministro de Minas e Energia
27 Setembro 2022 - 9:22AM
ADVFN News
O ministro de Minas e Energia, Adolfo Sachsida, afirmou durante
a abertura da Rio, Oil and Gas 2022, que a Petrobras vai vender
todas as refinarias que se comprometeu com o Conselho
Administrativo de Defesa Econômica (Cade) a desinvestir. No mesmo
evento, Caio Paes de Andrade, presidente da estatal, disse que a
companhia pretende investir US$ 2,8 bilhões em ações para mitigação
de emissões de carbono nos próximos cinco anos.
O compromisso da Petrobras (BOV:PETR3) (BOV:PETR4) com o Cade
previa que oito refinarias deveriam ser vendidas até o fim de 2021,
o que não ocorreu. A única refinaria de fato assumida por outro
controlador foi a unidade da Bahia, ex-Rlam e hoje Refinaria de
Mataripe, comprada pelo fundo de investimento árabe Mubadala.
“Tenho certeza de que a Petrobras vai vender todas as refinarias
que estão acordadas”, disse Sachsida. O ministro criticou a alta
tributação do setor de petróleo e gás, afirmando que “tributar em
30% insumos básicos para a indústria é tecnicamente um equívoco”,
defendendo as reduções tributárias do setor promovidas pelo governo
Jair Bolsonaro – e que ajudaram a diminuir o preço dos
combustíveis.
Paes de Andrade, que faz tratamento contra um carcinoma,
discursou por meio de vídeo. Na abertura da feira, ele foi
representado pelo diretor de exploração e produção da estatal,
Fernando Borges.
O presidente da estatal disse que o foco da Petrobras ainda é o
pré-sal, que definiu como o “ativo de maior valor da empresa e uma
das províncias petrolíferas mais importantes do mundo”. Ao mesmo
tempo, porém, ele afirmou que a empresa busca desenvolver novas
fronteiras de exploração, no que citou a Margem Equatorial, no
litoral do Nordeste e do Norte.
Diesel
Uma eventual crise no abastecimento do diesel S10, o menos
poluente e mais consumido no Brasil, foi descartada por agentes do
setor na 20.ª Rio, Oil & Gas, que se realiza até quinta-feira,
no Rio de Janeiro.
“Aquele cenário que se enxergou mais difícil lá atrás continua
difícil, mas de fato não teve nenhuma falta até agora, e olhando os
estoques a gente vê que vai continuar com o produto disponível”,
explicou o diretor de operações da Ipiranga, Francisco Ganzer.
Segundo ele, mesmo com a Petrobras não seguindo liturgicamente
os preços internacionais, as importações de diesel continuam sendo
feitas e são necessárias para atender os clientes da Ipiranga. No
momento, explicou, os preços da Petrobras estão alinhados com os do
mercado internacional, apesar das últimas reduções de preço no
mercado interno.
“Não é questão de o preço ser vantajoso ou não, eu tenho de
importar, o País tem déficit de 25% e precisa importar,
independentemente da disparidade de preços”, explicou, informando
que a diversificação de regiões para importar o produto tem ajudado
a empresa a manter o abastecimento.
Além de distribuir combustíveis no território nacional, a
Ipiranga é uma das três grandes importadoras privadas, com a Vibra
e a Raízen (joint venture da Shell e Cosan). A Petrobras também
importa o produto e domina a produção do combustível no mercado
interno.
Presente no debate, o superintendente da Agência Nacional do
Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), Rubens Freitas,
afirmou que este ano foi um grande teste para a agência em termos
de abastecimento de combustíveis no País, principalmente de diesel
S10 e de gás liquefeito de petróleo (GLP), produtos que dependem de
importação.
“Desde março, estamos monitorando diariamente os estoques,
principalmente de diesel S10, com a ajuda dos agentes do mercado,
buscando mitigar esses eventos que afetam o abastecimento. Este ano
ainda tivemos a guerra na Ucrânia, que mudou o cenário”, avaliou
Freitas, que defende o aumento no prazo para a formação de estoques
de combustíveis no Brasil. “Na União Europeia, os estoques são de
60 dias da demanda interna, e, no Brasil, isso fica muito aquém do
necessário para nos tranquilizar.”
Informações Broadcast
PETROBRAS ON (BOV:PETR3)
Gráfico Histórico do Ativo
De Mar 2024 até Abr 2024
PETROBRAS ON (BOV:PETR3)
Gráfico Histórico do Ativo
De Abr 2023 até Abr 2024