Soma não sabia dos problemas operacionais que teria de resolver quando comprou a Hering
31 Outubro 2022 - 10:24AM
ADVFN News
Quando comprou a Hering, em abril de 2021, o Grupo Soma não
sabia de todos os problemas operacionais que teria de resolver
antes de implementar sua estratégia de dar uma nova cara à marca. O
diagnóstico foi que a rede de roupas básicas tinha dificuldades
para abastecer as lojas, além de problemas de definição de preço.
Dono da Farm e da Animale, o Soma não tinha experiência com
produtos de maior volume e baixo custo – o que explica a demora em
fazer o negócio virar a chave.
Em um relatório recente, os analistas do Citi João Pedro Soares,
Sergio Matsumoto e Felipe Reboredo disseram conceder o “benefício
da dúvida” ao Soma em relação à capacidade de o grupo atingir as
metas de crescimento. A rota mais difícil, na visão dos analistas,
é justamente a virada operacional da Hering, que representa cerca
de 40% das vendas do Soma. O grupo disputou palmo a palmo a Hering
com a Arezzo, em 2021, em um negócio de mais de R$ 5 bilhões.
“A dúvida é natural e inerente ao momento. Se olharmos os
últimos cinco anos de Hering, antes da pandemia, o mercado se
tornou cético porque a empresa passou por um processo de estagnação
de crescimento. Foram sequências de trimestres após trimestres nos
quais não se via crescimento consistente. A palavra-chave agora é
consistência”, avalia Gabriel Lobo, diretor financeiro do Soma
(BOV:SOMA3).
Dentro do grupo, quem lidera esse momento de transformação é um
executivo que leva a marca no sobrenome: Thiago Hering. Membro da
família fundadora, ele avalia a evolução do plano, que vai até
2026, como positiva. Esse planejamento foi dividido em duas partes:
a primeira focada na eficiência operacional e a segunda, na
marca.
A expectativa é de que, em 2023, a primeira fase já esteja mais
adiantada. Ao fim de 2021, a Hering não conseguia entregar 27% do
que vendia para multimarcas e franquias. Ao fim deste ano, a
previsão é de que esse índice seja de 13% – o alvo do setor é de
10%. Em 2021, a média de atrasos para entregas na rede própria e
e-commerce foi de 27 dias. Hoje, a demora é de 20 dias.
ALGORITMOS
Para atingir esses índices, Thiago Hering conta que o Grupo Soma
tem agregado à rede tecnologia, inteligência artificial e
algoritmos. Além disso, uma melhor gestão de sortimento, com a
concentração de receita em um menor número artigos, tem ajudado a
estabelecer preços mais adequados às peças.
Na parte de abastecimento, o foco principal tem sido aumentar a
capacidade produtiva. A companhia tem buscado fornecedores fora de
Goiás, onde a Hering estava focada. Com a melhoria dos estoques, o
índice de ruptura tem caído. Há um ano, estava em 5% nas lojas
próprias e em 10% nas franquias; agora, caiu para 1% e 5%,
respectivamente.
Para o Citi, se o Soma conseguir acelerar o ritmo de crescimento
da Hering, estima-se a criação de valor de aproximadamente R$ 3,40,
em média, por ação. Eles pontuam, porém, que a atribuição de “alto
risco” se baseia no tempo limitado do Soma como empresa listada,
aos problemas inerentes do setor de moda e a questões pontuais de
execução relativas à Hering.
Para a XP, o quadro é mais otimista. Os analistas fizeram visita
às operações da Hering, em Blumenau (SC). “Saímos ainda mais
confiantes de que a empresa continuará entregando resultados
melhores”, escreveram Danniela Eiger, Thiago Suedt e Gustavo
Senday.
⇒ A Soma pretende divulgar
os resultados do 3T22 no dia 10 de novembro
Informações Broadcast
Grupo De Moda Soma ON (BOV:SOMA3)
Gráfico Histórico do Ativo
De Mar 2024 até Abr 2024
Grupo De Moda Soma ON (BOV:SOMA3)
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