O Bradesco registrou lucro líquido recorrente de R$ 5,223 bilhões no terceiro trimestre de 2022, uma diminuição de 22,8% na comparação com igual período de 2021, informou o segundo maior banco privado do país. O resultado veio bem abaixo da projeção Refinitiv, que era de R$ 6,76 bilhões.

O lucro contábil foi positivo em R$ 5,211 bilhões no 3T22, com baixa de 21,6% na comparação com o terceiro trimestre de 2021.

“As principais razões para esse resultado foram o desempenho da margem financeira com mercado, que foi negativamente afetada pelo nível atual da Selic, o aumento da PDD [Provisão para Devedores Duvidosos] Expandida causado pelo cenário de inadimplência, o reforço da PDD complementar e o impacto da deflação do IPCA no resultado financeiro de seguros”, explica o banco.

O banco teve margem financeira de R$ 16,283 bilhões, queda de 0,5% em relação ao segundo trimestre e alta de 3,7% sobre igual período do ano passado. A margem com clientes, produto do crédito, foi de R$ 17,527 bilhões, com altas de 3,4% e 24,7%, respectivamente. Já a margem com o mercado foi negativa em R$ 1,243 bilhão, ampliando a perda apresentada no trimestre anterior sob o impacto da Selic alta.

Este desempenho foi compensado parcialmente pela margem com mercado, que reflete o resultado da tesouraria. Nesta área, o Bradesco teve perda de R$ 1,243 bilhão.

Sob impacto do aumento da taxa Selic, a tesouraria do banco tem tido resultados negativos desde o segundo trimestre deste ano. Este efeito se manteve, embora o banco o tenha compensado em parte pelo resultado maior do capital de giro próprio, e por maiores ganhos em operações como as de arbitragem.

O spread foi de 10,1%, alta de 1,1 ponto porcentual em um ano, e de 0,1 p.p. em um trimestre.

O estoque de PDD totalizou R$ 50,3 bilhões, representando 7,8% da carteira de crédito, o equivalente a um índice de cobertura para créditos vencidos acima de 90 dias de mais de 200%.

A PPD expandida totalizou R$ 7,267 bilhões entre julho e setembro deste ano, crescimento de 116,4% em relação ao mesmo trimestre de 2021.

A carteira renegociada apresentou crescimento de 3,8% no trimestre, totalizando R$ 32,6 bilhões em Set/22. A empresa destaca que o total desta carteira vem se mantendo estável em relação ao saldo total da carteira Bacen no ano.

De acordo com o Bradesco, o aumento da PDD no trimestre reflete o maior volume dos negócios em operações mais rentáveis e de maior risco, o reforço de cerca de R$ 1 bilhão de PDD complementar e, também, as condições do cenário econômico, que contribuíram com o aumento da inadimplência.

Os ativos totais atingiram R$ 1,891 trilhão no terceiro trimestre de 2022, uma elevação de 10,2% na comparação com igual etapa do ano passado.

O patrimônio líquido do banco somou R$ 156,9 bilhões no 3T22, avanço de 6,3% sobre a mesma etapa de 2021.

O retorno sobre patrimônio líquido (ROE, na sigla em inglês), que mede como um banco remunera o capital de seus acionistas, foi a 13%, com forte baixa de 5,6 pontos percentuais (p.p.) na comparação com mesmo trimestre do ano passado.

O desempenho do trimestre ainda foi pressionado por uma perda de R$ 1,2 bilhão nas operações de tesouraria, após ter tido resultado positivo de R$ 1,6 bilhão um ano antes. O braço de seguros também teve queda no lucro, diante de resultados financeiros mais fracos.

O índice de inadimplência acima de 90 dias atingiu 3,9% no 3T22, alta de 1,3 ponto percentual ante o 3T21 e voltando ao maior nível em quatro anos.

O banco, no entanto, notou que o índice 15 a 90 dias manteve-se pelo terceiro trimestre seguido, “o que pode indicar o pico da inadimplência nos próximos trimestres”.

No segmento de pessoa física, a inadimplência passou para 5,1% em setembro, de 4,8% em junho e 3,6% em setembro do ano passado. Em micro, pequenas e médias empresas, foi a 4,5%, de 3,9% e 2,7%, respectivamente. Só em grandes empresas os atrasos permaneceram nas mínimas históricas: 0,1%. O índice de cobertura caiu para 201%. É o menor nível pelo menos desde dezembro de 2017.

“Observamos a inadimplência concentrada nas pessoas físicas, nas linhas de crédito massificado, e nas pessoas jurídicas, substancialmente, nas micro e pequenas empresas. O índice 15 a 90 dias manteve-se estável pelo terceiro trimestre consecutivo o que pode indicar o pico da inadimplência nos próximos trimestres”, disse o Bradesco.

As despesas operacionais apresentaram crescimento de 4,5% em 12 meses, abaixo da inflação acumulada do período (IPCA 7,2% e IGP-M 8,3%), mesmo com o aumento do volume dos negócios, maiores gastos com propaganda e publicidade e investimentos em soluções digitais.

O retorno sobre patrimônio líquido (ROE, na sigla em inglês), que mede como um banco remunera o capital de seus acionistas, foi a 13%, com forte baixa de 5,6 pontos percentuais (p.p.) na comparação com mesmo trimestre do ano passado.

Projeções

O banco também elevou a estimativa das provisões para o acumulado de 2022, da faixa de R$ 17 bilhões a R$ 21 bilhões de reais, para R$ 25,5 bilhões a R$ 27,5 bilhões de reais.

“Entramos agora em um momento de aumento de provisões, tendência que deve se manter até parte de 2023”, afirmou em comunicado separado o presidente-executivo do Bradesco, Octavio de Lazari Junior, citando piora nos segmentos de pessoas físicas e micro e pequenas empresas.

Enquanto isso, houve a manutenção na projeção de crescimento da carteira ampliada de crédito na casa dos 10% a 14%, ficando em 13,6% nos três primeiros trimestres deste ano.

Quanto à estimativa de aumento da margem com clientes do Bradesco, ela ficou entre 18% a 22%, enquanto o percentual já realizado no ano é de 23,4%, considerando os nove primeiros meses de 2022.

A projeção da expansão da receita de serviços permaneceu em 4% a 8%, com 4,8% já realizado neste ano. Nas despesas operacionais, já foi realizado 4,6%, fazendo com que a estimativa continuasse em 1% a 5%.

“Seguimos avançando no cumprimento de nossa meta de Negócios Sustentáveis. R$ 157,6 bilhões já foram realizados, sendo destaque nesse trimestre estruturações de operações de empréstimos para empresas que empregam ações sustentáveis, totalizando R$ 773 milhões”, conforme destaca o relatório de resultado do Bradesco no 3T22.

Os resultados da Bradesco (BOV:BBDC3) (BOV:BBDC4) referentes suas operações do terceiro trimestre de 2022 foram divulgados no dia 08/11/2022. Confira o Press Release completo!

* Com informações da ADVFN, RI das empresas, Valor, Infomoney, Estadão, Reuters

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