Companhia Paranaense de Energia (Copel) registrou lucro líquido de R$ 378,4 milhões no terceiro trimestre de 2022, número 63,4% menor do que o R$ 1,74 bilhão registrado no mesmo período de 2021.

“Esse resultado é reflexo principalmente da redução de R$ 962 milhões com suprimento de energia elétrica, devido, sobretudo, à ausência de despacho da UTE Araucária [usina térmica da companhia] no terceiro trimestre, ante 641 GWh despachados no ano passado, consequência da melhora das condições hidrológicas”, comenta a Copel.

O resultado é devido, principalmente ao efeito positivo e não recorrente de R$ 1,036 bilhão do reconhecimento da compensação referente à repactuação do risco hidrológico (GSF, da sigla em inglês), que beneficiaram o resultado do terceiro trimestre do ano passado. Além disso, houve o aumento de R$ 60,2 milhões na linha da depreciação e amortização, devido à adesão em 2021 à repactuação do GSF.

A receita operacional líquida do trimestre foi de R$ 5,454 bilhões, queda de 21,8% em base de comparação anual.

A diminuição é decorrente da redução de R$ 962,0 milhões com suprimento de energia devido à ausência de despacho da termelétrica Araucária, e a menor venda de energia no mercado de curto prazo (MCP). Também impactaram a receita da companhia a diminuição de R$ 264,4 milhões na receita de disponibilidade da rede elétrica devido à menor remuneração dos ativos devido ao efeito negativo do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) e pelo reperfilamento da Rede Básica do Sistema Existente (RBSE) em 2021, e da Conta de Desenvolvimento Energético (CDE) da distribuidora, e a queda de 2,9% do mercado cativo faturado pela Copel.

Ebitda – lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização – excluídos os itens não recorrentes, atingiu R$ 1,13 bilhão no terceiro trimestre, montante 12% inferior aos R$ 1,28 bilhão registrados no mesmo período de 2021.

Os custos e despesas operacionais totalizaram R$ 4.671,3 milhões, crescimento de R$ 1,6% e comparação aos R$ 4.597,9 milhões registrados no mesmo período de 2021. Desconsiderando o efeito positivo de R$ 1.570,5 milhões no resultado do 3T21, referente a repactuação do risco hidrológico (GSF), os custos e despesas operacionais registraram queda de 24,3% (-R$ 1.497,1 milhões), devido, principalmente a redução de R$ 1.313,0 milhões no custo de “energia elétrica comprada para revenda” em decorrência de condições hidrológicas mais favoráveis para o período (GSF médio de 75,10% ante 51,25% no 3T21); a queda de R$ 528,9 milhões em “matéria-prima e insumos para produção de energia”, em função, essencialmente, da ausência de despacho da UTE Araucária no último trimestre; a redução de 29,1% (-R$ 102,9 milhões) nas despesas com “pessoal e administradores”, em virtude, especialmente, da redução de 512 empregados por meio, basicamente, de programas de desligamento voluntário realizados no período. Neutralizando os efeitos das provisões e reversões referentes ao prêmio por desempenho (PPD) e participação nos lucros (PLR) e da reversão associada ao programa de demissão incentivada (PDI), ainda se verifica uma redução de 2,6% no comparativo trimestral, apesar do reajuste salarial de 10,78% aplicado através de acordo coletivo em outubro de 2021. Considerando a inflação acumulada medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor – INPC, de 7,19% entre 3T21 e o 3T22, houve uma redução em termos reais de 9,1%; e a diminuição de 38,2% na linha “provisões e reversões”, em virtude, basicamente, da redução de R$ 12,7 milhões nas provisões para litígios, trabalhistas principalmente.

O resultado financeiro foi negativo em R$ 204,0 milhões, ante R$ 110,5 milhões negativo registrado no 3T21, reflexo, sobretudo, do maior saldo de empréstimos e financiamentos (R$ 13,3 bilhões vs R$ 10,5 bilhões no 3T21) e dos juros mais elevados no período (CDI de 3,26% no 3T22 ante 1,21% no 3T21). As receitas financeiras registraram crescimento de R$ 37,3 milhões (+17,6%), consequência, basicamente, do maior rendimento com aplicações financeiras (+R$ 71,0 milhões), em virtude, basicamente, do maior CDI, parcialmente compensado pela quitação integral do saldo devedor da CRC pelo Estado do Paraná em 10 de agosto de 2021.

O total da dívida consolidada da Copel somava R$ 13.336,8 milhões em 30 de setembro de 2022, variação de 12,8% em relação ao montante registrado em 31 de dezembro de 2021, de R$ 11.826,1 milhões. No final do 3T22, o endividamento bruto da Companhia representava 62,5% do patrimônio líquido consolidado, que era de R$ 21.330,3 milhões.

⇒ Operacional

A Copel Geração e Transmissão (incluindo a energia oriunda de UHE Foz do Areia – FDA e PCH Bela Vista – BVE, mas excluindo UTE Araucária) registrou 4.256 GWh de energia elétrica vendida, uma redução de 7,2%, devido, principalmente, à redução de contratos com consumidores livres.

Para os parques eólicos, o total de energia elétrica vendida no 3T22 foi 794 GWh, um aumento de 40,0%, influenciado, principalmente, pela aquisição do Complexo Eólico Vilas que, desde dezembro de 2021, entrou no portfólio de geração da Companhia.

⇒  Projetos em Aquisição

A companhia anunciou a celebração de um contrato para a aquisição dos Complexos Eólicos Santa Rosa & Mundo Novo (SRMN) e Aventura, detidos atualmente pela EDP Renováveis Brasil S/A., com 260,4 MW de capacidade instalada.

Com a aquisição, a capacidade instalada de geração eólica consolidada da Companhia será incrementada em 28%, com a estrutura de gestão operacional otimizada, permitindo assim sinergia operacional com as demais empresas do grupo que compartilham a estrutura. Com a adição dessa capacidade, a fonte eólica passará a representar 17% do portfólio de geração de energia do Grupo Copel, beneficiando o seu portfólio com o incremento de energia incentivada e a redução da exposição ao risco hidrológico.

Os resultados da Copel (BOV:CPLE3) (BOV:CPLE6) referentes às suas operações do terceiro trimestre de 2022 foram divulgados no dia 10/11/2022. Confira o Press release na íntegra!

* Com informações da ADVFN, RI das empresas, Valor, Infomoney, Estadão, Reuters

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