A Cemig (Companhia Energética de
Minas Gerais) apresentou lucro líquido
consolidado de R$ 1,18 bilhão no terceiro trimestre de
2022, um crescimento de 180,5% em comparação os R$ 421 milhões
reportados no mesmo período de 2021, devido ao desempenho ao
resultado financeiro do trimestre.
Esse resultado foi influenciado, principalmente, por: acordo com
AGPar, decorrente da sentença arbitral favorável (participação em
Santo Antônio), resultando em reconhecimento de recebível e ajuste
na PUT SAAG. Efeito positivo de R$ 136 milhões, impacto positivo
(R$ 90 milhões) de reversão de provisões tributárias em razão do
cancelamento de autuações previdenciárias de contingências de PLR e
consequente alteração do prognóstico de provável para possível,
reclassificação de contingência previdenciária sobre indenização de
anuênio, impacto negativo de R$ 88 milhões, registro de provisão
para perda por redução ao valor recuperável, referente a
questionamento de débito por parte de cliente, efeito negativo de
R$ 25 milhões no lucro líquido, ajuste na metodologia de cálculo da
PECLD para refletir de forma mais adequada a estimativa das perdas
esperadas. Efeito positivo de R$ 86 milhões no lucro líquido,
efeito negativo (combinado) da dívida em dólar e instrumento de
hedge de R$ 633,6 milhões no 3T21, enquanto o resultado do 3T22 foi
negativo em R$ 45,2 milhões. Essa variação tem relação com a maior
valorização do dólar no 3T21 e do reconhecimento do ágio na
recompra de Bonds no 3T21, o 3T21, por sua vez, teve efeito
positivo no lucro de R$ 389 milhões do reconhecimento dos efeitos
da repactuação do risco hidrológico na Cemig GT e
participações.
A receita líquida totalizou R$ 9,2 bilhões,
queda de 3% ante igual intervalo do ano passado.
A receita de transmissão da Cemig caiu 18,1% no terceiro
trimestre deste ano, em comparação com o mesmo período de 2021,
para R$ 256,4 milhões.
Essa variação é explicada em função da redução de 69,6% na
remuneração financeira do ativo de contrato da transmissão, que
totalizou R$ 50,3 milhões, devido à variação negativa de 1,32% no
Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) do período.
Já parcela da receita de construção, reforço e melhoria da
infraestrutura totalizou R$ 100,4 milhões, alta de 32,8%,
principalmente devido ao reajuste da Receita Anual Permitida (RAP)
e uma alta na receita de construção, por conta dos investimentos em
reforços e melhorias.
Houve aumento também na parcela de operação e manutenção de
46,4% para R$ 105,6 milhões.
O ebtida – lucro antes de juros,
impostos, depreciação e amortização – ajustado foi de R$ 1,535
bilhão, com alta de 4,58% frente a igual etapa do ano passado,
desconsiderando itens não recorrentes. De janeiro a setembro, o
Ebitda da Cemig ficou em R$ 5,269 bilhões, alta de 18,6%, em base
anual de comparação.
O resultado financeiro no 3T22 foi negativo em R$109,5 milhões e
negativo em R$1.155,5 milhões no mesmo período de 2021.
Esse comportamento decorre, principalmente, dos seguintes
fatores:
- Variação positiva do dólar em relação ao Real no 3T22, de 3,22%
(+R$ 0,1686), em comparação à variação positiva de 8,74% no 3T21,
gerando o registro de despesas no montante de R$ 168,6 milhões e de
R$ 504,6 milhões no 3T22 e 3T21, respectivamente.
- Variação positiva de R$ 100,1 milhões no valor justo do
instrumento financeiro contratado para proteção dos riscos
vinculados ao Eurobonds no 3T22 e positiva de R$ 35,6 milhões no
mesmo período do ano anterior. O resultado do 3T22 é decorrente,
principalmente, da apreciação do dólar frente ao real.
- Reconhecimento do ágio na recompra de títulos de dívida no
montante de R$ 491 milhões, no terceiro 3T21, como resultado da
recompra parcial dos Eurobonds – Tender Offer.
O fornecimento bruto de energia no terceiro trimestre foi de
15.854.094 megawatts-hora (MWh), alta de 10,8% em relação ao mesmo
período do ano anterior. O preço médio faturado do período ficou
19,4% menor, em R$ 441,93 por MWh. Com isso, a receita operacional
líquida da empresa totalizou R$ 7,105 bilhões, redução de 8,2%.
A receita bruta com energia vendida a consumidores finais foi de
R$ 6.027,5 milhões no 3T22 comparado a R$ 6.912,5 milhões no mesmo
período de 2021, representando uma redução de 12,8%, apesar do
aumento de 3,1% no volume. A redução é explicada, principalmente,
pela redução de alíquota de ICMS e da base de cálculo do mesmo,
devido a aplicação da lei 194/2022.
Os custos e despesas operacionais foram de R$ 7,98 bilhões no
3T22 e de R$ 8,31 bilhões no 3T21, em função, principalmente, da
redução de 22,2% (-R$ 1,18 bilhão em comparação com o 3T21) na
despesa com energia comprada para revenda, menor despesa com
encargos de uso da rede básica (-10,0%) e da reversão de R$ 84,8
milhões de perdas esperadas de créditos com liquidação duvidosa no
3T22, enquanto no 3T21 essa linha representou despesa de R$ 37,3
milhões.
A despesa consolidada com energia elétrica comprada para revenda
foi de R$ 4,13 bilhões no 3T22, uma redução de R$1,18 bilhão
(-22,2%) em relação ao 3T21. Esta variação decorre, principalmente,
dos seguintes fatores: redução de 56,5% nas despesas com energia
adquirida no ambiente regulado em relação ao 3T21. A variação
decorre, principalmente, da redução no despacho térmico por
Disponibilidade e da menor aquisição de energia via MCSD; redução
de 75,5% das despesas com compra de energia de curto prazo. Essa
redução deve-se, principalmente, à sobra de energia observada nos
três meses de 2022, ao passo que, no 3T21, houve déficit em
setembro, o que elevou a despesa com exposição na CCEE.
Adicionalmente, o PLD do Sudeste/Centro-Oeste teve redução de 88,6%
frente ao 3T21; redução 11,3% nas despesas com energia elétrica de
Itaipu, justificada, principalmente, pela redução no preço da
demanda de Itaipu de U$ 28,07/KW para U$24,73/KW; aumento de 16,1%
(R$ +257,0 milhões) nos custos com energia adquirida no ambiente
livre em relação ao 3T21. Esse acréscimo ocorreu em função,
principalmente, do maior volume de energia comprada para revenda à
clientes livres; aumento de 44,8% nas despesas com geração
distribuída, decorrente do aumento do número de instalações
geradoras e do aumento na quantidade de energia injetada (758 GWh
no 3T22 e 494 GWh no 3T21).
Vale destacar que, no caso da Cemig D, o custo de energia
comprada é um custo não controlável, sendo que a diferença entre os
valores utilizados como referência para definição das tarifas e os
custos efetivamente realizados é compensada no reajuste tarifário
subsequente.
A Cemig teve um ganho maior com instrumentos
financeiros (SWAP) e passou por uma variação
cambial reduzida nos financiamentos e empréstimos.
No terceiro trimestre de 2022, se teve o reconhecimento
de equivalência patrimonial de R$ 132,821
milhões, associado a realização de pagamento pela AGPar ao FIP
Melbourne, relacionado ao acordo decorrente e também ao processo de
arbitragem com resultado mais benéfico à empresa.
O investimento total realizado nos primeiros nove meses de 2022
foi de R$ 2.243 milhões, superior ao realizado em todo o ano
passado. Foram investidos 1.047 milhões somente no 3T21, sendo R$
863 milhões na Cemig Distribuição.
Investimentos em Renováveis:
Além dos investimentos realizados, a Cemig aprovou investimentos
em geração fotovoltaica, alinhados com seu planejamento estratégico
de focar em MG, com retorno compatível com o custo de capital da
Companhia e expandindo a capacidade de geração em fontes limpas.
Investimento de R$824 milhões em Usinas Solares Fotovoltaicas com
previsão energização das usinas até setembro de 2023.
Os resultados
da Cemig (BOV:CMIG3)
(BOV:CMIG4) referente suas operações
do terceiro trimestre de 2022 foram divulgados no dia
11/11/2022. Confira o Press Release completo!
* Com informações da ADVFN, RI das empresas, Valor,
Infomoney, Estadão, Suno, Reuters
CEMIG PN (BOV:CMIG4)
Gráfico Histórico do Ativo
De Jan 2023 até Fev 2023
CEMIG PN (BOV:CMIG4)
Gráfico Histórico do Ativo
De Fev 2022 até Fev 2023