Oi sinaliza desconhecer os motivos por trás da disparada expressiva das ações nos últimos pregões
26 Janeiro 2023 - 08:52AM
ADVFN News
Em comunicado após questionamentos da B3 e da Comissão de
Valores Mobiliários (CVM), a Oi sinalizou desconhecer os motivos
por trás da disparada expressiva das ações nos últimos pregões, com
destaque para a ação ON, mais líquida.
Na véspera, as ações ON saltaram 22,83% e, nesta quarta-feira
(25), os ativos dispararam 34,62%, acumulando ganhos de 65,35% em
apenas dois dias, indo de R$ 1,27 para R$ 2,10; na sexta-feira
(20), a alta já tinha sido de 16,36%.
Já os papéis PN tiveram alta menos expressiva, mas ainda assim
importante, de 14,80% na última terça e de 19,95% nesta quarta,
indo de R$ 3,58 para R$ 4,93 em dois pregões, ou um avanço de
37,71%. Na sexta, a alta tinha sido de 7,65%.
“A esse respeito, a Oi esclarece que não há fatos ou atos
relevantes que em seu entendimento possam justificar possíveis
oscilações atípicas no número de negócios e na quantidade negociada
de ações da companhia, além daqueles amplamente já divulgados ao
mercado”, destacou a empresa.
A empresa ainda “reafirma seu compromisso de manter seus
acionistas e o mercado informados a respeito dos aspectos
relevantes e significativos de seus negócios, bem como reitera que
os investidores e o mercado em geral devem pautar-se tão somente
pelas divulgações oficiais realizadas pela companhia”, conforme
concluiu em seu comunicado.
Ao InfoMoney, um operador que acompanha o papel apontou não
haver notícias da empresa que justifiquem a oscilação, assim como
nada mudou em relação aos fundamentos e perspectivas. Contudo,
observou que, olhando para o book de negociação da companhia, há
investidores institucionais comprando os ativos.
Ceticismo do mercado
O fim da recuperação judicial da Oi (BOV:OIBR3) (BOV:OIBR4) foi
anunciado em meados de dezembro. Porém, as perspectivas para a
companhia pelos analistas de mercado a partir daí ainda não têm
sido positivas.
Na última segunda-feira (23), o UBS BB reduziu o preço-alvo dos
papéis ordinários da Oi, alegando que a empresa ainda tem muitos
pontos a resolver, ainda que tenha saído da recuperação judicial. O
corte foi de R$ 6 para R$ 1,35, redução de 78%. A casa reiterou
recomendação neutra para o papel.
O relatório do UBS BB, assinado por Leonardo Olmos e sua equipe,
dá destaque à dívida bruta de R$ 22 bilhões da Oi, o que representa
uma alavancagem de mais de 10 vezes da dívida líquida/Ebitda da
companhia. Também observa que a empresa não conseguiu entrar em
qualquer acordo definitivo com seus credores.
Na avaliação dos analistas da casa, a renegociação dos débitos
vai ser fundamental para a Oi no curto prazo. Mas convencer os
credores não vai ser uma tarefa fácil, já que as negociações
começaram com a empresa pedindo um desconto de 50% e uma injeção de
capital de R$ 1 bilhão.
No último dia cinco de janeiro, a equipe de research do
Santander Brasil rebaixou a recomendação das ações ordinárias da Oi
de “manutenção” para “abaixo de mercado” (equivalente à venda).
Também atualizaram o preço-alvo do papel, de R$ 0,90 para R$ 0,15,
antes do grupamento dos ativos de 10 para 1, que passou a vigorar
no dia 9 de janeiro. Fazendo a equivalência, o preço-alvo seria de
R$ 1,50.
A justificativa principal para a redução foi a queima de caixa
maior do que a esperada nos nove primeiros meses de 2022, além da
redução do consenso para os resultados operacionais no curto
prazo.
Informações Infomoney
OI PN (BOV:OIBR4)
Gráfico Histórico do Ativo
De Fev 2023 até Mar 2023
OI PN (BOV:OIBR4)
Gráfico Histórico do Ativo
De Mar 2022 até Mar 2023