A Isa CTEEP reportou lucro
líquido de R$ 363,6 milhões no quarto trimestre de 2022
(4T22), montante 172,6% superior ao reportado no mesmo intervalo de
2021, informou a elétrica.
De acordo com a empresa, o resultado é reflexo do aumento da
receita líquida, devido, principalmente, ao reajuste do ciclo
tarifário 2022/2023.
A receita líquida da companhia somou R$ 891,2
milhões, alta de 34,1% no comparativo anual.
O Ebitda – juros, impostos, depreciação e
amortização – 634,7 milhões, alta de 37,1%. No ano, o Ebitda
da Isa Cteep totalizou R$ 2,465 bilhões, avanço de 4,6% ante 2021.
A margem Ebitda do trimestre ficou em 71,2%, elevação de 1,6 ponto
porcentual (p.p.), enquanto no acumulado de 12 meses a margem
diminuiu 1,2 p.p. e alcançou 75,6%.
O resultado foi impulsionado pela atualização da Receita Anual
Permitida (RAP) das concessões da empresa pelo Índice de Preços ao
Consumidor Amplo (IPCA) do período, e pela recomposição parcial da
Rede Básica Sistema Existente (RBSE), e pelo reajuste tarifário do
ciclo 2022/2023. Também contribuíram com o resultado a energização
de projetos greenfield que adicionaram mais de R$ 338 milhões à RAP
da companhia.
A Companhia registrou em 2022 uma despesa de R$ 148,6 milhões
com Imposto de Renda e Contribuição Social sobre o Lucro Líquido,
frente a R$ 261,3 milhões contabilizada no exercício de 2022, com
uma taxa efetiva de 13% contra 22,6 % em 2021. A redução da
taxa efetiva consolidada deve-se basicamente ao volume do benefício
tributário sobre o pagamento de Juros Sobre Capital próprio,
aproveitamento de prejuízo fiscal e base negativa gerada devido a
incorporação da empresa PBTE (contrato 012/2016) à Controladora;
representatividade da equivalência patrimonial e entrada em
operação de projetos incorporados a empresas controladas de lucro
presumido.
O retorno sobre patrimônio líquido atingiu 13% no 4T22, baixa de
0,1 ponto percentual na comparação com 4T21.
O resultado financeiro do 4T22 foi negativo em R$ 155 milhões
(-28,2% vs. 4T21). Esse resultado reflete o arrefecimento da
inflação medida pelo IPCA, indexador de 54% da dívida da Companhia,
que, no 4T22, foi positivo em 0,7% (vs. 3,4% no 4T21). Destaca-se
que, para fins contábeis, o 4T considera a inflação dos meses de
setembro a novembro. Desta forma, a variação monetária da dívida
passou de uma despesa de R$ 120,0 milhões no 4T21 para uma despesa
de R$ 31,1 milhões no 4T22 (-74,1%). Tal efeito foi parcialmente
compensado pelos juros e encargos financeiros, que apresentaram
alta de R$ 54,4 milhões (43,6%), devido à maior posição de dívida
bruta e ao aumento de 450 bps da meta da taxa Selic no período.
O resultado da equivalência patrimonial foi positivo em R$ 45,3
milhões no 4T22, R$ 47,8 milhões maior que a despesa registrada no
4T21, e no ano ficou positivo em R$ 112,4 milhões.
O PMSO (gerenciável), foi de R$ 186,1 milhões no 4T22, um
aumento de 17,1% frente ao 4T21. Já em 2022, o montante foi de R$
624,2 milhões, aumento de 9,8%, comparado ao mesmo período do ano
anterior. Essa alta devese, principalmente ao movimento de
crescimento da Companhia, com a entrada em operação de 78 projetos
de reforços e de novas concessões, como Três Lagoas e Biguaçu. De
forma que a receita líquida ex-RBSE cresceu 20,5% enquanto o PMSO
Gerenciável cresceu 9,8% no ano.
A ISA CTEEP registrou R$ 27,6 milhões em Outras Despesas
Operacionais no 4T22 (+81,2% vs 4T21). Os saldos são compostos,
principalmente, pela (i) realização da mais valia (goodwill)
referente a aquisição de controle das empresas PBTE e SF energia,
incorporadas pela ISA CTEEP em outubro de 2021, amortizada no prazo
remanescente da concessão da PBTE, até setembro de 2046 e; (ii)
custos com desativação de bens, que aumentaram ao longo de 2022 com
o maior volume de substituição e modernização de ativos em projetos
de melhorias. Em 2022, a Companhia registrou R$ 85,7 milhões em
Outras Despesas Operacionais, versus R$ 78,2 milhões (+9,6%) em
2021.
Operacional
Em 2022, o Índice de Energia Não Suprida (IENS) da Isa Cteep
ficou em 0,0004%, menor do que o indicador de referência estipulado
pelo Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), de 0,0016%. A
gestão do IENS é importante para a companhia, uma vez que ela é
remunerada pela disponibilidade de seus ativos, por meio da RAP, e
eventuais indisponibilidades podem acarretar perda de receita com
aplicação de desconto na receita auferida por meio da Parcela
Variável (PV).
A disponibilidade das linhas de transmissão no trimestre foi de
99,55%, 0,10 p.p. melhor do que no trimestre anterior. Em relação à
referência da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), o
indicador ficou 0,43 p.p. melhor.
Os transformadores da companhia tiveram índice de
disponibilidade estável em relação ao trimestre anterior em 99,21%,
e 0,12 p.p. melhor do que a referência da Aneel, de 99,09%.
⇒ Investimentos e dívida
Foram realizados R$ 198,0 milhões de investimentos em
empreendimentos licitados em leilões de transmissão, redução de R$
39,6 milhões (-16,7%) em relação ao 4T21. Nos últimos 4 anos o
investimento nesses projetos apresentou CAGR de 20%, com
estabilidade entre 2020 e 2022.
A ISA CTEEP, em parceria com a TAESA (50%), energizou
parcialmente o projeto Ivaí e passou a receber 72% da sua RAP de R$
180,8 milhões a partir de novembro de 2022, ponderado pela
participação da ISA CTEEP. Até a final do ano de 2022 o projeto
possuía 90% da sua RAP habilitada. O projeto deve ser concluído nas
próximas semanas.
Com isso, a Companhia energizou 5 projetos greenfield em 2022,
sendo 4 concluídos. Dos projetos concluídos, dois pertencem
integralmente à ISA CTEEP e adicionaram R$ 57 milhões à RAP da
Companhia. Assim como a IE Ivaí, os outros dois projetos concluídos
foram feitos em parceria com a TAESA e, juntos, apresentam RAP de
R$ 119 milhões, ponderados pela participação da ISA CTEEP
(50%).
A dívida bruta da Companhia atingiu o montante de R$ 8.041,7
milhões em 31 de dezembro de 2022, aumento de R$ 682,1 milhões
(+9,3%) em relação ao saldo em 31 de dezembro de 2021,
principalmente devido à captação de R$ 227 milhões junto ao BNDES e
à 12ª emissão de debentures no montante de R$ 700 milhões no 2T22,
para fazer frente a recomposição do caixa e ao crescimento do
volume de investimentos. As variações observadas nos indicadores
macroeconômicos aos quais os passivos estão indexados, CDI (+4,12%)
e IPCA (-3,88%), tiveram resultado neutro quando analisadas em
conjunto.
Em 31 de dezembro de 2022, a dívida líquida da companhia era de
R$ 7,156 bilhões, um crescimento de 7,5% na comparação com a mesma
etapa de 2021.
O indicador de alavancagem financeira, medido pela dívida
líquida/Ebitda ajustado, ficou em 2,92 vezes em dezembro/22.
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