A Oi reduziu suas projeções de resultados para os próximos anos,
conforme pode ser observado no plano de negócios atualizado que foi
divulgado pela companhia na sexta-feira, 21. Na nova apresentação,
os números de receita líquida, Ebitda, investimentos e fluxo de
caixa ficaram abaixo do plano anterior, divulgado em 31 de dezembro
de 2022.
O corte das projeções foi concentrado na Oi Fibra, braço que
abrange o negócio de internet fixa por fibra ótica (Oi Fibra). O
corte nas projeções consolidadas não foi maior porque o grupo subiu
as expectativas para a Oi Soluções, que oferece serviços de
conectividade e tecnologia da informação para empresas, e também
para o seu braço que abrange os serviços legados e as subsidiárias
SeRede (operações de campo) e Tahto (call center).
Para a receita líquida consolidada, a previsão atualizada é de
se chegar a R$ 10,954 bilhões em 2024, R$ 12,935 bilhões em 2026 e
R$ 15,137 bilhões em 2031. Houve, portanto, uma desaceleração das
expectativas de evolução do faturamento, tendo em vista que no
plano anterior a estimativa era de alcançar R$ 11,808 bilhões em
2024, R$ 13,305 bilhões em 2026 e R$ 16,058 bilhões em 2031.
Para o Ebitda (lucro antes dos juros, impostos, depreciação e
amortização) consolidado, a projeção atualizada é de R$ 863 milhões
(2024), R$ 2,427 bilhões (2026) e R$ 3,982 bilhões (2031), contra
uma projeção anterior que era de R$ 1,291 bilhão (2024), R$ 2,742
bilhões (2026) e R$ 4,266 bilhões (2031). O corte nos números do
Ebitda refletem uma receita menor combinada com um aumento mais
lento da margem.
Redução de investimentos
No caso dos investimentos (capex) consolidados, o plano
atualizado aponta para: R$ 794 milhões (2024), R$ 807 milhões
(2026) e R$ 599 milhões (2031), enquanto o plano anterior estavam
em: R$ 1,015 bilhão (2024), R$ 936 milhões (2026) e R$ 932 milhões
(2031). Na nova apresentação, a Oi citou que a alocação de recursos
foi revisada, de modo que os aportes representem um aporte menor em
termos de porcentuais perante a receita.
Outra métrica importante do plano revista para baixo foi o fluxo
de caixa operacional (medido como ‘ebitda menos capex’)
consolidado. O novo plano traz R$ 70 milhões (2024), R$ 1,620
bilhão (2026) e R$ 3,383 bilhões (2031), enquanto a versão anterior
do plano apontava números mais robustos, especialmente no curto
prazo: R$ 276 milhões (2024), R$ 1,805 bilhão (2026) e R$ 3,334
bilhões (2031).
A atualização do plano de negócios da Oi (BOV:OIBR3) (BOV:OIBR4)
para os próximos anos tem como pano de fundo o novo pedido de
recuperação judicial da tele e a renegociação das dívidas com
credores, incluindo também a tomada de um novo empréstimo de US$
275 milhões. As informações foram compartilhadas com os credores no
âmbito dessas negociações e, posteriormente, divulgadas para o
restante do mercado.
A Oi explicou que a alteração nos números está relacionada a uma
série de fatores que transcorreram desde o fim do ano passado até
aqui. Entre os fatores listados, por exemplo, está o acordo com os
credores sobre os termos e condições para uma reestruturação das
dívidas, conforme divulgado em março.
A companhia também citou que foi necessário incorporar visões
atualizadas sobre o cenário macroeconômico e o ambiente competitivo
no mercado de telecomunicações.
Entre os fatores que influenciaram a atualização do plano, a Oi
informou também que passou a considerar os indicadores operacionais
e financeiros referentes ao ano de 2022, ainda que em caráter não
auditado (a divulgação desse balanço foi postergada para 22 de
maio), bem como a definição do seu orçamento para 2023.
O último fator citado pela Oi foram as premissas atualizadas
sobre os resultados esperados das negociações sobre futuras
obrigações do contrato de take or pay em infraestrutura de torres,
cabos submarinos e DTH, por exemplo, no contexto de recuperação
judicial.
O plano de longo prazo da Oi não incorporou potenciais vendas de
ativos, como a sua participação na V.tal, nem os benefícios
esperados com o processo de arbitragem com a Anatel para revisão do
contrato de concessão de telefonia.
Fibra é foco da desaceleração
A Oi baixou as suas projeções de crescimento do número de casas
conectadas por banda larga na Oi Fibra em aproximadamente 10% tanto
no curto quanto no longo prazo. Ainda assim, a Oi Fibra é descrita
como o motor de crescimento do grupo, com “posição e ativos únicos
para capturar a grande demanda por conectividade por fibra no
Brasil”.
Os números atualizados preveem 5,7 milhões de casas conectadas
em 2024, 7,7 milhões em 2026 e 8,0 milhões em 2031. A previsão
anterior era de 6,6 milhões em 2024, 7,7 milhões em 2026 e 8,8
milhões em 2031.
Embora não tenha sido explicitado pela Oi, é sabido que a
competição tem crescido entre os provedores de banda larga, com
maior dificuldade de captação de clientes e subida dos preços dos
pacotes de internet.
Assim, o novo plano estima receita líquida da Oi Fibra de R$
6,675 bilhões em 2024 e R$ 11,699 bilhões em 2031, enquanto o plano
anterior esperava R$ 8,196 bilhões em 2024 e R$ 12,892 bilhões em
2031.
Informações Broadcast
OI PN (BOV:OIBR4)
Gráfico Histórico do Ativo
De Ago 2023 até Set 2023
OI PN (BOV:OIBR4)
Gráfico Histórico do Ativo
De Set 2022 até Set 2023