A Minerva (BOV:BEEF3) é, nesta terça-feira (9), o primeiro
frigorífico a divulgar seu resultado do primeiro trimestre de 2023.
O cenário, para especialistas, não deve mudar muito do que foi
visto no final do ano passado, com a virada do ciclo nos Estados
Unidos e o cenário macroeconômico difícil no Brasil ainda
pressionando os players do setor:
A JBS (BOV:JBSS3) divulga seus números na quinta-feira, enquanto
Marfrig (BOV:MRFG3) e BRF (BOV:BRFS3) divulgam, ambas, na próxima
segunda.
Confira os consensos da Refinitiv para os frigoríficos
brasileiros no primeiro trimestre
|
Receita
líquida |
Ebitda |
Lucro Líquido |
JBS |
R$ 86,6 bilhões |
R$ 3,7 bilhões |
– R$ 296,7 milhões |
Marfrig |
R$ 25,9 bilhões |
R$ 1,53 bilhão |
– R$ 153,7 milhões |
Minerva |
R$ 6,41 bilhões |
R$ 525 milhões |
R$ 36 milhões |
BRF |
R$ 12,9 bilhões |
R$ 721,3 milhões |
– R$ 514 milhões |
“O ambiente desfavorável de consumo no Brasil e uma oferta
excessiva de proteínas nos Estados Unidos devem contribuir com o
cenário desafiador e dificultar repasses de preços mais notáveis no
trimestre”, fala a equipe do Itaú BBA, chefiada por Gustavo
Troyano.
Nos Estados Unidos, o ciclo de gado está no momento de retração
do número de cabeças – algo normal, que acontece de tempos em
tempos e que torna os gastos dos frigoríficos maiores, uma vez que
há menor oferta. JBS e Marfrig, que possuem maior exposição à
América do Norte, sofrem mais.
“Esperamos um Ebitda [lucro antes de juros, impostos,
depreciação e amortização, na sigla em inglês] de R$ 3,3 bilhões
para a JBS, 67% inferior na base anual. Na unidade americana de
carne, esperamos um menor nível de rentabilidade frente ao
trimestre anterior e caso o consumo doméstico no país permaneça
difícil por mais tempo, poderemos ver uma assimetria negativa
frente às nossas estimativas atuais”, pontua o BBA.
Na companhia, o destaque positivo deve ser a Pilgrim’s Pride,
que já reportou seu resultado e que surpreendeu positivamente.
“A PPC reportou mais um trimestre de resultados fracos devido à
já conhecida perspectiva difícil de oferta e demanda de aves,
especialmente nos EUA. No entanto, os resultados ficaram acima de
nossas estimativas, refletindo uma melhoria interessante
sequencialmente das margens em todas as três regiões” avalia
Leonardo Alencar, analista da XP Investimentos. O analista projeta
que a JBS trará um Ebitda de R$ 2,8 bilhões no primeiro
trimestre.
A JBS teve no quarto trimestre 30% da sua receita líquida, que
foi de R$ 92,8 bilhões, vindo dos Estados Unidos.
Na Marfrig, outra empresa que também tem participação relevante
da maior economia do mundo no seu negócio, 61% dos R$ 37 bilhões de
faturamento vieram de lá.
“Assim como os demais frigoríficos com maior exposição aos
Estados Unidos, estimamos que a companhia reportará compressão no
seu resultado operacional.
Avaliamos que o Ebitda consolidado deva ser de R$ 915 milhões,
queda de 67% ano contra ano, devido a spreads (saldo entre o preço
de compra e de venda) de beef na América do Norte em tendência de
queda”, fala o BBA. “A Marfrig deve registrar mais um trimestre
fraco principalmente devido à já conhecida acomodação das margens
da América do Norte, mas também pela falta de apetite da China na
América do Sul”, corrobora a XP.
No Brasil, a tendência é contrária. O ciclo de gado está
trazendo o aumento do número de cabeças e os frigoríficos estão
gastando menos na compra de animais. O período de janeiro a março,
contudo, não deve ser muito positivo por conta de outros
fatores.
“A Minerva deve, assim como os demais frigoríficos, apresentar
resultados fracos no primeiro trimestre de 2023, em virtude da
suspensão de exportações de carne bovina brasileira à China”, fala
a Genial Investimentos sobre a companhia que é mais exposta ao
cenário local.
Os especialistas da XP destacam, também falando da Minerva, que,
além da suspensão por conta do caso de vaca louca atípica, a
demanda após reabertura, com as negociações suspensas por 29 dias,
foi fraca.
“Pelo lado positivo, projetamos margens razoáveis devido a uma
queda expressiva no custo do gado no Brasil. Em geral, estimamos
receita líquida de R$ 6,2 bilhões, queda de 13% ao ano, em queda em
função de menores preços e volumes, e Ebitda de R$ 506 milhões,
recuando 22%, representando uma margem de 8,0%”, falam os
especialistas da corretora.
Por fim, quanto à BRF, os principais detratores do resultado
serão a oferta mundial de frangos, que está com tendência de alta e
que deve impactar as exportações, e o cenário interno, que continua
negativo.
“Estimamos que a companhia reporte um Ebitda consolidado de R$
725 milhões, queda de 30% frente ao trimestre anterior. No mercado
doméstico, a margem deve permanecer comprimida devido ao ambiente
de consumo mais fraco. Na operação internacional, esperamos que a
rentabilidade siga afetada por menores preços de exportação”, disse
o BBA.
Informações Infomoney
BRF S/A ON (BOV:BRFS3)
Gráfico Histórico do Ativo
De Mar 2024 até Abr 2024
BRF S/A ON (BOV:BRFS3)
Gráfico Histórico do Ativo
De Abr 2023 até Abr 2024