Bradesco: Itaú BBA reafirma visão negativa em relação às ações do banco e recomenda venda
01 Junho 2023 - 04:26PM
ADVFN News
O Itaú BBA reafirmou sua visão negativa em relação às ações do
Banco Bradesco e manteve sua classificação de desempenho abaixo da
média do mercado (underperform), recomendando a venda dessas ações,
com um preço-alvo de R$ 15. Isso ocorre após os papéis do banco
terem subido cerca de 14% nos últimos 30 dias.
Com esse aumento no valor, as ações estão novamente sendo
negociadas a um valor superior a 1 vez o Valor Patrimonial e com um
Prêmio de Lucro em relação aos seus principais concorrentes.
Diante dessa situação, o Itaú BBA não aconselha os investidores
a seguirem a tendência de alta, pois espera que a recuperação dos
negócios do Bradesco fique abaixo dos concorrentes entre 2023 e
2024.
De acordo com o relatório, “o Bradesco provavelmente terá que
lidar com um aumento na inadimplência por um período mais longo do
que seus concorrentes, que já estão mais avançados no controle dos
índices de inadimplência (NPLs)”. Além disso, “o banco também tem
menos flexibilidade em termos de provisões e capital para correr
riscos e acelerar muito cedo”.
O Itaú BBA estima que o Bradesco (BOV:BBDC3) (BOV:BBDC4) terá
melhores métricas de qualidade de crédito para aumentar as
operações somente no quarto trimestre de 2023 (4T23). A carteira de
empréstimos deve crescer apenas 5% em 2023 e 8% em 2024. Os
benefícios para o Resultado de Juros (carteira de crédito x margem
financeira líquida) só virão no segundo semestre do próximo ano,
devido ao período de 18 meses necessário para que a carteira
amadureça. O Resultado de Juros crescerá apenas 5% em 2023 e
acelerará para 10% em 2024. Os esforços para redução de custos
provavelmente serão intensificados.
“Enquanto isso, as despesas com provisões permanecerão elevadas
ao longo de 2023 e não diminuirão significativamente em 2024,
devido à baixa base de cobertura”, explicam os analistas. A Margem
Financeira Bruta dificilmente retornará aos patamares históricos de
R$ 8-10 bilhões por ano, devido à política recentemente
implementada de gerenciamento de riscos.
Por outro lado, os analistas afirmam que a taxa Selic mais baixa
pode ajudar na recuperação da margem de lucro, mas não tanto quanto
antes. “A rentabilidade sobre o patrimônio líquido (ROE) esperada
de 16% até 2025 provavelmente desapontará aqueles que esperam um
ROE pré-pandemia de 18% a 20%”, afirma o banco.
Nesse contexto, o BBA vê muito poucas chances de o Bradesco
apresentar uma recuperação rápida e limpa de resultados no curto
prazo. Para sair de sua atual carteira de empréstimos fraca e das
tendências de margem financeira gerencial (NIM), ele precisa
acelerar as concessões, especialmente em linhas de maior
rendimento.
“No entanto, não pode acelerar a menos que a capacidade de
pagamento da dívida de clientes do varejo e pequenas e médias
empresas (PME) tenha realmente mudado e os problemas em sua
carteira existente (incluindo renegociações elevadas) sejam
corrigidos”, destaca BBA. Segundo o relatório, o Bradesco vem
tentando crescer via clientes de alta renda, mas não pode mudar seu
posicionamento da noite para o dia.
A cobertura para assumir riscos é relativamente baixa e a
posição de capital também está abaixo de seus pares, enquanto os
altos pagamentos do IOC (imposto sobre operações de crédito)
necessários (para economizar em impostos) são um fator contrário ao
índice de Basileia a ser considerado.
BRADESCO ON (BOV:BBDC3)
Gráfico Histórico do Ativo
De Ago 2023 até Set 2023
BRADESCO ON (BOV:BBDC3)
Gráfico Histórico do Ativo
De Set 2022 até Set 2023