JPMorgan decide reduzir os preços-alvo das construtoras e mantém sua preferência pela ação da Cyrela
29 Maio 2024 - 2:56PM
ADVFN News
De olho na recente piora no cenário macroeconômico, o JPMorgan
decidiu reduzir os preços-alvo das construtoras sob sua cobertura
na média em 6% e reiterou sua preferência pela ação da Cyrela
(BOV:CYRE3), com recomendação equivalente à compra. O preço-alvo
para CYRE3, por sua vez, passou de R$ 32 para R$ 28.
Segundo o banco, o papel da Cyrela possui uma avaliação atrativa
em comparação com os pares, com um Preço (P)/Lucro (L) de 5,6 vezes
em 2025 contra 6,4 vezes e 7,2 vezes para outras empresas de alta
qualidade, como Cury (BOV:CURY3) e Direcional (BOV:DIRR3).
Vale lembrar que o Goldman Sachs e Itaú BBA também reforçaram
otimismo e recomendação de compra para as ações Cyrela nos últimos
dias.
Além de Cyrela, o banco tem recomendação equivalente à compra
para Direcional, Cury e Tenda (BOV:TEND3). A meta de preço para a
Tenda permaneceu a mesma em R$ 16 por papel, enquanto a Direcional
foi a única subir de R$ 32 para R$ 33 e a da Cury caiu de R$ 26
para R$ 25.
Por outro lado, o JPMorgan manteve classificação neutra para
Eztec (BOV:EZTC3) e MRV (BOV:MRVE3). O preço-alvo da ação da Eztec
passou de R$ 18 para R$ 16, e o da MRV caiu de R$ 9 para R$ 8. A
ordem de preferência do banco é CYRE3, DIRR3, CURY3, TEND3, EZTC3,
e MRVE3.
Apesar das mudanças de target, o banco americano comenta que os
resultados do 1T24 foram sólidos em todas as empresas sob sua
cobertura, levando a uma revisão para cima de 3% a 11% no lucro
líquido para 2024 e 2025, excluindo a MRV, para a qual promoveu
cortes de 1 a 6% do lucro no mesmo período.
Embora não espere fraqueza nos fundamentos de baixa renda no
curto prazo (próximos 6 a 9 meses), o JPMorgan vê riscos
assimétricos devido à potencial falta de financiamento do FGTS e
surpresas negativas na decisão do FGTS no STF – ainda sem data
definida para a retomada do caso – dado o otimismo do mercado sobre
esses temas.
“Além disso, no segundo trimestre (2T24), a geração de fluxo de
caixa (FCF) para o segmento de baixa renda pode ser negativamente
impactada por mudanças na metodologia de transferências da CEF
(registro em cartório ante protocolo), o que pode ser interpretado
negativamente pelos investidores, mesmo que não altere os
fundamentos”, ressalta.
Os analistas explicam que agora as empresas terão que manter
parte das transferências da Caixa Econômica Federal como caixa
restrito por mais tempo, o que não deve impactar a dívida líquida
reportada, mas limitará a capacidade da empresa de usar seu caixa.
Segundo cálculos, as construtoras mais impactadas podem ser Cury,
Tenda, Direcional e MRV, nesta ordem.
Com relação à tragédia no Rio Grande do Sul, o banco acredita
que as enchentes no Estado podem impactar os canteiros de obras
existentes, levando a custos de reparo, e consequentemente,
diminuir as margens de curto prazo nesses projetos, que
posteriormente podem ser compensados por reembolsos de seguros, bem
como uma desaceleração na porcentagem de conclusão, levando a
menores receitas durante o trimestre.
De acordo com relatório, as construtoras com maior exposição ao
RS são: Tenda, com cerca de 6% das pré-vendas, Cyrela, com menos de
5% dos lançamentos e MRV, com menos de 2% das pré-vendas.
Informações Infomoney
MRV ON (BOV:MRVE3)
Gráfico Histórico do Ativo
De Out 2024 até Nov 2024
MRV ON (BOV:MRVE3)
Gráfico Histórico do Ativo
De Nov 2023 até Nov 2024