Existe limite para o valor da ação da C&A, já que as vias de crescimento que impulsionaram a ação continuam?
13 Junho 2024 - 9:34AM
ADVFN News
O fortalecimento da operação de financiamento ao consumo e
ganhos operacionais devem contribuir para o crescimento da receita
da C&A nos próximos trimestres, melhorando as perspectivas para
a ação, que no ano acumula alta de 24%, após subir 242% em
2023.
Na avaliação de analistas, a varejista de moda já começou a
colher os frutos das mudanças operacionais trazidas pelo modelo
“push and pull”, que consiste na reposição de itens de acordo com a
demanda de cada loja. Para o Santander, essa estratégia contribui
para o aumento das vendas.
“A C&A deverá continuar se beneficiando das iniciativas
existentes, como o push and pull e preços dinâmicos, que esperamos
que impulsionem a aceleração do crescimento da receita. Nós
esperamos expansão da margem bruta, mas mais modesta dada a
melhoria já observada em 2023”, avaliaram em relatório a
clientes.
No primeiro trimestre, a varejista de moda registrou uma receita
liquida de R$ 1,4 bilhão, alta de 17,1% na comparação com igual
período de 2023. Já a margem bruta no mesmo período passou de 50,3%
para 53%.
O Santander espera que neste ano a receita termine o ano com uma
expansão de 9,9%. A perspectiva de melhora no resultado fez a
instituição elevar de R$ 8,80 para R$ 11,20 o preço-alvo do papel,
o que dá um potencial de valorização de 15%. Já a recomendação foi
mantida como neutra, pois os analistas avaliam que boa parte do
cenário positivo já foi precificado.
Outro fator que os analistas do Santander acreditam que
impulsionará os resultados da varejista é a retomada da abertura de
lojas, prevista para o próximo ano. Ao final de março, era 332
lojas. O plano da companhia é abrir entre 15 a 20 novas lojas por
ano a partir de 2025, até a meta de 120 inaugurações.
Já para o Goldman Sachs, a operação financeira da C&A
(BOV:CEAB3), a C&A Pay, tem potencial de alavancar as vendas.
Diferentemente do cartão de crédito, em que a parceria com o
Bradesco (BBDC4) impõe algumas restrições em relação ao risco, o
C&A Pay é para ser utilizado apenas nas lojas da varejista e
com condições de pagamento mais flexíveis (parcelado em cinco vezes
sem juros ou oito vezes com juros).
“A empresa estima que o aumento da oferta de crédito representou
cerca de um terço do crescimento das vendas no varejo”, destacou o
relatório do Goldman Sachs.
O C&A Pay registrou uma participação de 25% no total de
vendas da varejista. A meta é alcançar a fatia de 35% até o final
de 2026.
O Goldman destacou ainda que o C&A Pay é mais uma ferramenta
para ajudar nas vendas, dado que há uma demanda por parte dos
clientes, do que uma operação para buscar maiores receitas com a
venda de produtos financeiros.
“A administração (da C&A) deixou claro que esses usuários
dificilmente fariam do C&A Pay seu principal relacionamento
bancário. Como resultado, seguros e outros produtos financeiros
devem ser limitados às necessidades relacionadas à varejista”,
explicou, em relatório.
Ao final do primeiro trimestre, essa operação ao consumo contava
com 5,5 milhões de clientes e uma carteira de crédito de R$ 900
milhões.
Em meio ao avanço do C&A Pay, a parceria com o Bradesco vai
perdendo participação. No primeiro trimestre de 2023, as compras
feitas com cartões emitidos junto ao banco totalizaram 5% do total.
Entre janeiro e março de 2024, essa fatia caiu para 2%. O Goldman
não tem cobertura para os ativos.
O Itaú BBA, por sua vez, assim como o Santander, tem
recomendação neutra para CEAB3, com preço-alvo de R$ 11 ao final de
2024 (upside de 13%). O banco avalia que a empresa está
bem-posicionada para continuar a entregar um bom desempenho de
vendas mesmas lojas (SSS, lojas abertas há um ano ou mais), apesar
do cenário desafiador para as vendas no segundo trimestre, e
expansão de margem (rentabilidade) no curto prazo.
Para a divisão financeira, não descarta a possibilidade de um
resultado operacional (Ebitda) negativo no trimestre devido a um
potencial aumento sazonal nas provisões em relação ao primeiro
trimestre. Para o segundo semestre do ano, tem uma visão mais
conservadora sobre a dinâmica de crescimento da receita da empresa,
dada a base de comparação mais desafiadora, e o potencial retorno
de outras empresas às concessões de crédito; e a sustentabilidade
da expansão de margem na divisão de varejo. Por fim, o alto
valuation no comparativo (vê em 13,5 vezes o múltiplo de preço
sobre lucro, ou P/L, esperado para 2025) apoia a manutenção de
recomendação neutra.
A maior parte dos analistas de mercado tem recomendação neutra
ou equivalente para a ação, conforme compilação LSEG. De 6 casas
que cobrem CEAB3, 4 recomendam manutenção e 2 compra, com um
preço-alvo médio de R$ 11,21 (upside de 15%).
Informações Infomoney
C&A ON (BOV:CEAB3)
Gráfico Histórico do Ativo
De Ago 2024 até Set 2024
C&A ON (BOV:CEAB3)
Gráfico Histórico do Ativo
De Set 2023 até Set 2024