O lucro líquido da Pague Menos totalizou R$ 77,1 milhões no
último trimestre de 2024, avanço de 22,8% em relação ao mesmo
período de 2023. O resultado, segundo a empresa, ocorreu em função
da combinação de crescimento de vendas, incremento da rentabilidade
operacional e redução do resultado financeiro.
Já no acumulado do ano, o lucro líquido somou R$ 152 milhões,
salto de 972,3% ante um ano antes, quando totalizou R$ 14,2
milhões.
Apesar do crescimento anual do lucro, a margem líquida permanece
abaixo da média histórica da companhia, o que sinaliza espaço para
melhorias. “Seguimos comprometidos com a desalavancagem financeira
e melhoria de eficiência operacional para seguir expandindo
lucros”, disse a empresa no release que acompanha os resultados
divulgado nesta segunda, 10.
A margem líquida, por sua vez, foi de 2,1% no quarto trimestre
de 2024, estável em relação ao trimestre anterior. Neste caso, a
Pague Menos destaca que os ganhos de rentabilidade foram
compensados por menores créditos fiscais em imposto de renda.
O Ebitda foi de R$ 164 milhões, alta de 31,6% ante um ano antes,
com incremento de 0,5 ponto porcentual (p.p.) na margem Ebitda.
“Com isso, acumulamos o quarto trimestre consecutivo com incremento
de rentabilidade operacional”, afirmou.
“Foram quatro trimestres consecutivos de crescimento acelerado e
aumento de rentabilidade, fortalecendo nossa presença no mercado e
aprimorando nossa eficiência”, afirmou o CEO da Pague Menos, Jonas
Marques.
No acumulado de 2024, o Ebitda totalizou R$ 628,5 milhões,
avanço de 32,0% frente a 2023, com incremento de 0,6 p.p. de
margem.
Desde o ano do IPO da Pague Menos, em 2020, o Ebitda cresceu a
uma taxa anual composta de 17,8%, refletindo múltiplas alavancas de
geração de valor, como a expansão orgânica, sinergias geradas pela
aquisição da Extrafarma, e ganho de eficiência operacional.
A receita líquida, por sua vez, foi de R$ 3,3 bilhões, alta de
16,9% em relação ao mesmo trimestre de 2023. Em 2024, a receita
líquida totalizou R$ 12,6 bilhões, avanço de 12,7% ante 2023.
Em relação aos investimentos, a empresa somou R$ 100,2 milhões
em 2024, reduzindo 19% na comparação com o ano anterior. Os
investimentos em reformas de lojas concentraram mais da metade do
capex do ano, refletindo maior foco em revitalização do parque de
lojas e conversões de bandeira.
A rede encerrou 2024 com 1.649 lojas, sendo 348 provenientes do
portfólio adquirido da Extrafarma, das quais 125 já foram
convertidas para a bandeira Pague Menos. Ao longo do ano, foram
realizadas 30 aberturas e 13 fechamentos, enquanto no quarto
trimestre a rede atingiu 6,5% de market share nacional.
Neste ano, a companhia mantém compromisso com a desalavancagem
financeira e segue focada na melhoria da eficiência operacional.
Como resultado, encerrou o quarto trimestre do ano passado com
dívida líquida de 2 vezes em relação ao Ebitda ajustado, redução de
0,5 vez ante ano anterior.
Os resultados da Pague Menos (BOV:PGMN3)
referentes às suas operações do quarto trimestre de 2024 foram
divulgados no dia 10/03/2025.
VISÃO DO MERCADO
As ações da Pague Menos despencavam 8,71% no pregão da B3,
chegando a R$ 2,71 por volta das 13h35 (horário de Brasília), após
a divulgação dos resultados do quarto trimestre de 2024 (4T24), na
segunda-feira (10), que não agradaram investidores.
A companhia, uma das maiores redes de farmácias do Brasil,
registrou lucro líquido de R$ 66,5 milhões no período, o que
representa uma queda de 47,3% em relação ao mesmo trimestre de
2023. Apesar da receita líquida ter avançado 17%, totalizando R$
3,3 bilhões, o aumento nas despesas operacionais foi um fator
determinante para o desempenho abaixo das expectativas, segundo os
analistas financeiros.
Em seu relatório, o Itaú BBA mencionou que, embora a Pague Menos
tenha apresentado crescimento nas vendas e na margem bruta, o
aumento das despesas gerais e administrativas, além das provisões
para bônus de funcionários e um volume maior de contas a receber
descontadas, pesaram no lucro líquido.
O banco apontou que o crescimento de 17,1% nas vendas em mesmas
lojas (SSS) superou as expectativas, mas a pressão sobre as
despesas e as despesas financeiras mais altas resultaram em um
lucro ajustado inferior ao esperado.
A XP Investimentos também fez uma análise positiva do desempenho
da empresa, destacando o bom crescimento de receita e a melhora na
rentabilidade, especialmente devido à reestruturação da
Extrafarma.
Mesmo com um mix de produtos menos favorável, a corretora afirma
que a empresa conseguiu ampliar suas margens, impulsionada pela
eficiência operacional e pela redução de custos administrativos. A
XP mantém sua recomendação de compra, com preço-alvo de R$ 4 para
as ações da Pague Menos.
No entanto, o Bradesco BBI se manteve cauteloso. Embora tenha
considerado os resultados como positivos, o banco sinalizou que o
elevado nível de endividamento e os riscos fiscais limitam o
potencial de valorização da companhia no curto prazo. A
recomendação de compra permanece, mas com um preço-alvo ajustado
para R$ 3,60.
Por outro lado, o Itaú BBA destacou que a companhia continua a
ganhar participação de mercado, com a produtividade das lojas
impulsionando a expansão, especialmente no Nordeste, onde a Pague
Menos teve um aumento de 82 pontos base na sua participação. As
lojas da Extrafarma, convertidas para a bandeira Pague Menos,
também apresentaram resultados considerados pelos analistas como
impressionantes, com crescimento de 29,5% no SSS.
As perspectivas para este ano também preocupam, com a
expectativa de que o reajuste nos preços dos medicamentos seja
menor do que a inflação, o que pode afetar a rentabilidade do
setor. As recentes mudanças regulatórias, como a redução no Imposto
sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS), também podem
pressionar ainda mais as margens da Pague Menos, conforme apontado
pelo Itaú BBA.
Posição de caixa e despesas financeiras
A principal preocupação de analistas como o Santander é o
impacto das despesas financeiras mais altas, principalmente devido
ao aumento dos recebíveis descontados. Isso, somado à pressão sobre
o lucro líquido, resultou em um desempenho abaixo das expectativas.
O banco manteve sua recomendação de neutro, com preço-alvo de R$ 4
para as ações, prevendo uma reação moderada no preço no curto
prazo.
Já a Genial Investimentos diz que a posição de caixa da Pague
Menos continua a ser uma preocupação. A empresa encerrou o
trimestre com apenas R$ 150 milhões em caixa, enquanto sua dívida
de curto prazo era de R$ 370 milhões. Isso, segundo a corretora,
coloca a companhia em uma situação em que será necessário realizar
uma rolagem de dívida neste ano.
A Genial lembra que a companhia planeja abrir 50 novas lojas
orgânicas e continuar convertendo unidades da Extrafarma, o que
exigirá investimentos de aproximadamente R$ 200 milhões, dobrando o
capex em relação a 2024. Com uma taxa Selic elevada e a pressão
sobre o poder de compra, principalmente no Norte e Nordeste, os
analistas calculam que a geração de caixa operacional pode ser
insuficiente para cobrir esses investimentos, além dos custos
financeiros em ascensão.
O JP Morgan manteve uma visão neutra sobre as ações da Pague
Menos, recomendando underweight (exposição abaixo da média do
setor), com um preço-alvo de R$ 3,10, devido ao impacto contínuo
das despesas financeiras elevadas e à alta alavancagem da empresa,
que continua prejudicando os resultados operacionais e o fluxo de
caixa.
O banco observa que, embora a empresa tenha demonstrado um
crescimento saudável nas vendas e melhorias em algumas métricas
operacionais, o aumento das despesas gerais e financeiras,
especialmente em relação aos recebíveis descontados, ainda pesa
sobre o desempenho financeiro.
O JP Morgan também calcula que a dívida líquida ajustada da
Pague Menos permanece elevada, e que, apesar do crescimento de
vendas, a falta de geração de caixa operacional suficiente para
cobrir os investimentos necessários e os custos financeiros é uma
preocupação contínua.

* Com informações da ADVFN, RI das empresas, Infomoney,
Broadcast, Valor
Empreendimentos Pague Me... ON (BOV:PGMN3)
Gráfico Histórico do Ativo
De Jun 2025 até Jul 2025
Empreendimentos Pague Me... ON (BOV:PGMN3)
Gráfico Histórico do Ativo
De Jul 2024 até Jul 2025