A Cogna registrou lucro líquido de R$ 925,8 milhões no quarto
trimestre de 2024 e reverteu prejuízo de R$ 397,3 milhões do quarto
trimestre de 2023. No ano fechado, o lucro líquido foi de R$ 879,9
milhões, frente ao prejuízo de R$ 492,8 milhões de 2023.
A receita líquida, por sua vez, fechou em R$ 2,16 bilhões,
aumento de 13,2% em comparação com o mesmo período em 2023. Em
2024, o crescimento da receita líquida foi de 8,9% em relação ao
ano anterior, atingindo R$ 6,42 bilhões.
A Cogna destacou que, frente a esse resultado, a empresa irá
retomar o pagamento de dividendos, que deve somar R$ 120,8 milhões,
proposta a ser aprovada na Assembleia Geral Ordinária que irá
ocorrer no dia 28 de abril de 2025.
O Ebitda (lucro antes dos juros, impostos, depreciação e
amortização) atingiu o guidance divulgado ao mercado no final de
2020, e ficou em R$ 1,003 bilhão no quarto trimestre, alta de 87,7%
ante o mesmo período de 2023. No ano, o Ebitda ficou em R$ 2,312
bilhões, alta de 29,1% ante o ano anterior.
No trimestre, a margem Ebitda cresceu 18,4 pontos porcentuais e
alcançou 46,4%. Em 2024, a expansão foi de 5,6 pontos porcentuais
na margem, que atingiu 36%. Já o Ebitda recorrente alcançou R$
812,3 milhões, alta de 47,2% ante o quarto trimestre de 2023.
“Esse resultado só foi possível em razão da nossa constante
busca por aumento de eficiência, por meio de mudanças no modelo
operacional, processos e sistemas, além da adoção de novas
tecnologias”, diz a companhia na nota que acompanha os resultados
divulgados há pouco.
A Cogna ressalta o ganho de eficiência em todas as unidades de
negócio, e diz que houve também uma reversão de contingências de
aproximadamente R$ 27 milhões, que impactaram parte do resultado de
Vasta e Saber.
O resultado financeiro da companhia foi positivo em R$ 13,532
milhões no trimestre, frente a um resultado negativo de R$ 253,641
milhões no quarto trimestre de 2023. No ano, o resultado foi
negativo R$ 740,181 milhões, queda de 26,4% ante o resultado
financeiro também negativo de R$ 1,005 bilhão em 2023.
“A linha de receita financeira teve destaque positivo devido à
reversão de processos tributários relacionados ao ágio de
aquisições realizadas pela companhia de R$ 298,5 milhões”, escreveu
a empresa no relatório. A despesa financeira teve uma redução de
3,8% entre 2024 e 2023, tendo como destaque positivo a redução de
juros sobre empréstimos.
O Capex total do quarto trimestre da companhia atingiu R$ 107,0
milhões, redução de 8,8% frente um ano antes, explicado pela queda
de 48,7% em investimento e de 9,3% na linha de infraestrutura. No
acumulado do ano, o Capex total somou R$ 387,821 milhões, redução
de 9,8% em relação a 2023.
A dívida líquida da Cogna no quarto trimestre do ano passado foi
reduzida em R$ 397,1 milhões ou 12,1% em relação ao mesmo período
de 2023, passando de R$ 3,27 bilhões para R$ 2,88 bilhões,
resultado atribuído pela empresa principalmente à geração de caixa
no período.
A alavancagem da companhia atingiu 1,35 vez no quarto trimestre
de 2024, menor nível desde o quarto trimestre de 2018, frente a
1,58 vez registrada no terceiro trimestre do ano passado.
Nos três últimos meses do ano, a Geração de Caixa Operacional
(GCO) após Capex foi de R$ 337,3 milhões, alta anual de 40,1%. No
acumulado do ano, o GCO após Capex atingiu R$ 1,04 bilhões,
crescimento de 16,9% em relação a 2023. Além disso, no trimestre, a
Geração de Caixa Livre após Capex e Serviço da Dívida foi positivo
em R$ 199,4 milhões, crescimento de 34,6%. No ano, a Geração de
Caixa Livre foi de R$ 395,4 milhões, alta de 97,5%.
Os resultados da Cogna (BOV:COGN3)
referentes às suas operações do quarto trimestre de 2024 foram
divulgados no dia 12/03/2025.
VISÃO DO MERCADO
As ações da Cogna desabam no pregão de hoje na B3, repercutindo
os resultados do quarto trimestre, divulgados ontem, após o
fechamento do mercado. Relatórios de analistas divergem na
avaliação se os números foram positivos ou não.
Por volta de 15h35, os papéis registravam desvalorização de
6,40%, negociados a R$ 1,61, liderando as quedas entre as ações que
compõem o Ibovespa, em dia em o principal índice da bolsa
brasileira registra alta significativa.
A empresa reportou que apurou lucro líquido de R$ 926 milhões,
no quarto trimestre de 2024, deixando para trás o prejuízo de R$
373,3 milhões apurado no mesmo período do ano anterior. Em 2024, a
companhia de educação teve lucro de R$ 880 milhões, primeiro
resultado positivo anual desde 2019. Com isso, a Cogna pretende
distribuir cerca de R$ 120 milhões em dividendos, o que não fazia
desde 2020.
O J.P. Morgan afirma que companhia do setor de educação reportou
números complicados no quarto trimestre, embora o banco acredite
que o resultado, no núcleo, tenha ficado razoavelmente alinhado com
as expectativas.
Os analistas do banco destacam que a dificuldade em interpretar
o resultado vem da reversão de contingências fiscais e outras, de
R$ 62 milhões, que provavelmente não devem ser extrapoladas para o
futuro, e do forte resultado da Saber, que é menos previsível.
Outro ponto negativo, de acordo com o banco americano, foi o
baixo desempenho na captação de alunos de ensino superior, com
queda de 15% no segundo semestre de 2024, parcialmente compensado
pela redução da evasão, resultando em um aumento de 12% ao ano na
base de alunos, mas 2% abaixo da previsão do J.P. Morgan.
O BTG Pactual aponta que resultados do quarto trimestre parecem
indicar que a Cogna alcançou um novo nível operacional, mas a
companhia precisa consolidar esse cenário como algo recorrente para
o mercado recobrar confiança nas ações.
O banco nota que a Cogna combinou bom desempenho operacional com
geração de caixa robusta e redução de alavancagem, tendo que
trabalhar agora para sanear seu balanço dos itens não recorrentes
que ainda tiram visibilidade dos resultados.
Já para o Goldman Sachs, o balanço superou as expectativas,
destacando o desempenho de margem melhor do que o esperado na
Kroton e a geração de fluxo de caixa operacional.
O banco comenta que os resultados da Kroton foram beneficiados
pela diluição mais forte das despesas gerais, administrativas e de
marketing, enquanto o seu faturamento ficou em linha, com o aumento
no ticket compensando as entradas mais fracas no ensino à
distância.
No caso da Vasta, apesar do aumento nas receitas, a margem bruta
foi impactada por um mix de produtos mais fraco do que o esperado.
Ainda assim, o banco aponta para melhoras nas despesas gerais e
administrativas da subsidiária.
O Citi, por sua vez, avalia que a empresa apresentou bons
resultados no quarto trimestre, mantendo tendência de geração de
caixa positiva mesmo em um período que é sazonalmente mais fraco e
com os resultados ainda afetados por itens não recorrentes.
O banco destaca também o anúncio da retomada do pagamento de
dividendos por parte da companhia pela primeira vez desde 2019, com
os R$ 120 milhões representando um rendimento de 4% sobre o valor
das ações.
Citi e BTG têm recomendação neutra para as ações da companhia,
com preços-alvo de R$ 1,60 e R$ 1,65, respectivamente.
Já Goldman Sachs e J.P. Morgan mantêm recomendação de compra,
com preços-alvo de R$ 2,50 e R$ 1,71.

* Com informações da ADVFN, RI das empresas, Valor, Infomoney,
Estadão
COGNA ON (BOV:COGN3)
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